O SEGREDO DO GÊNESIS
Sinopse
O Segredo do Gênesis é um livro curioso escrito por Tom Knox, pseudônimo do jornalista inglês Sean Thomas. Inspirado nas descobertas arqueológicas feitas no sítio de Gobekli Tepe, no Curdistão turco, ele desenvolve um sangrento e enigmático trhiller, recheado de assassinatos e mistérios, muito semelhante ao Pendulo de Foucald , de Umberto Ecco e o Código da Vinci, de Dan Brown.
Gobekli Tepe é uma espécie de santuário semelhante a Stonehenge, santuário druída existente na Inglaterra e Thiunaco, no Perú. As datações com carbono 14 revelam que se trata de construções feitas há mais de 10.000 anos, o que o coloca como o mais antigo sitio de civilização humana até hoje recenseado. Há quem acredite ser esse sítio o famoso “Jardim do Eden”, referido na Bíblia, como o local onde Deus colocou o primeiro casal humano.
O autor imagina uma conspiração, envolvendo uma sociedade secreta, o clube dos Hellfires, uma espécie de maçonaria existente nas Ilhas Britânicas no início do século XVIII, que busca preservar o segredo do gênesis. Esse segredo consistiria na verdadeira história do nascimento e disseminação das raças humanas sobre a terra, o qual estaria contido num suposto “livro negro” que um dos fundadores dessa sociedade teria descoberto e ocultado. A escavação e a descoberta dos segredos ocultos em Gobleki Tepe, juntamente com as revelações do “livro negro” poderiam causar um impacto tão grande na história, capaz mesmo de destruir todas as crenças religiosas professadas pela humanidade. Dai os membros dessa sinistra sociedade, comandados por um personagem ainda mais sinistro, armarem uma macabra conspiração, com horrendos assassinatos rituais, para evitar a divulgação desse segredo.
Gobekli Tepe
Göbekli Tepe (Monte com Barriga ou Monte com Umbigo em turco), é um sítio arqueológico que fica aproximadamente a 15 km a nordeste de Şanlıurfa (Urfa), antiga cidade no sudeste da Turquia. Ali, em 1995 foi encontrado um santuário, que segundo os arqueólogos, é o mais antigo até hoje já encontrado. O sítio arqueológico está sendo escavado por arqueólogos alemães e turcos. Acredita-se que foi construído por populações pré-históricas, formadas por caçadores-coletores, por volta do décimo milénio a.C., antes mesmo que a humanidade se tornasse sedentária. Junto com o sítio de Nevalı Çori, essa descoberta trouxe novas luzes sobre a vida no período neolítico e revolucionou as teorias que tentam explicar o início da civilização. Essas descobertas também são importantes para o estudo da história das religiões. Alguns historiadores tendem a conectar esses sítios arqueológicos com o Éden Bíblico, face às características geográficas e as descobertas antropológicas que foram feitas no local. Conectadas com as lendas conservadas pelas tribos locais, e as interpretações acadêmicas (e esotéricas) do mito do Eden e do primeiro casal humano, a possibilidade de que esse sítio arqueológico seja, efetivamente, o local(ou um deles), onde a atual civilização teve início, é uma ideia que tem causado muita ebulição nos meios arqueológicos. A guisa de curiosidade, verifica-se que todas as estruturas do santuário foram construídas com seus frontispícios voltados para o oriente, acompanhando a marcha do sol, orientação que viria a ser encontrada em todos os templos da antiguidade e igrejas medievais, o que já mostra a influência das religiões solares sobre esses nossos longínquos antepassados.
O sítio arqueológico de Göbekli Tepe já havia sido referido em uma pesquisa norte-americana em 1964. Essa pesquisa, que todavia não promoveu escavações, apontava o formato estranho da colina, que parecia ter sido erguida de forma artificial. As conclusões, na época, foram de que a anomalias observadas no terreno eram consequência do fato de ali ter existido um cemitério bizantino, há séculos abandonado. A partir de 1994 o Instituto Arqueológico Alemão e o Museu de Şanlıurfa, sob a direção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-2000) começou efetivamente a fazer escavações no local: Schmidt descobriu que os que se tratava realmente de um sítio pré-histórico. Um centro de civilização construído antes de a humanidade aprender a escrever.
As descobertas feitas até agora indicam que Göbekli Tepe era realmente um local de culto - o mais antigo santuário já descoberto até hoje. Até aquele momento os arqueólogos não haviam encontrado um complexo arquitetônico tão antigo como o de Gobleki Tepe. A sequência uniforme de camadas estratificadas permite observar muitos milênios de atividade humana, que começaram talvez no mesolítico inferior. Na camada com indícios de ocupação humana mais antiga (classificada como stratum III) encontraram-se pilares monolíticos ligados por paredes formando grandes estruturas circulares ou ovais, que lembram a estrutura dos megalitos de Stonehenge.
O stratum II, do período chamado Neolítico Pré-Cerâmico B (7.500 - 6.000 a.C), mostram várias câmaras retangulares revestidos com pisos de cal polido, semelhantes aos pisos utilizados pelos romanos. Os monolitos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstratos, semelhantes aos encontrados nos templos maias, assírios e astecas. Não se trata de elementos de escrita, já que não expressam ideias organizadas. Tratam-se, outrossim, de símbolos sagrados que representam ideias abstratas e manifestações do sentimento religioso e artístico desses povos.
Relevos representando leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, bem como insetos, aracnídeos e pássaros, com uma predominância de abutres e aves aquáticas dão uma boa ideia da arte rupestre desses nossos antigos ancestrais. Há informações de que que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos costumavam ficar expostos ao ar livre para serem devorados por abutres, para só depois de descarnados, ser enterrados. Era comum também remover a cabeça do cadáver para ser preservada como objeto de culto. (respeito aos ancestrais).
Conexões com o Jardim do Eden
Diz a Bíblia que após ter feito o homem do barro da terra, e lhe insuflado um espírito soprando-lhe nas narinas, Deus viu que o homem estava só. Todos os animais tinham companhia, pois eram macho e fêmea, só o homem estava sozinho. Por isso Deus tirou uma costela de Adão e fez a mulher, a quem chamou de Eva. Depois dessa operação, digna dos mais modernos geneticistas, Ele colocou o casal humano num jardim que ele plantara lá pelas bandas do Oriente, regado por um grande rio. Ele nascia no centro do Éden e regava todo o jardim, dividindo-se depois em quatro braços, formando quatro rios diferentes. O nome do primeiro era Pison, rio que rodeava toda a região de Havilá, onde se encontrava ouro puro, bdélio e ônix ou pedra sardônica. O nome do segundo rio era Ghion, que rodeava toda a terra de Cuche. O nome do terceiro era Tigre, que corria ao oriente da Assíria. O quarto rio era o Eufrates, o grande e famoso rio que irriga todo o Golfo Pérsico. Nesse jardim Deus fez nascer toda espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer. Nele também colocou, ao centro, a Árvore da Vida e a Árvore da Ciência do Bem e do Mal.
Os estudiosos acreditam que relatos que inspiraram o autor(ou autores) do Gênesis são provenientes de uma época em que os mares eram mais baixos. Ou seja, uma época anterior ao dilúvio. Nessa época a região do Golfo Pérsico teria uma profundidade média de 50 metros e máxima de 90 metros. Assim, existia uma grande área naquela região que hoje está coberta pelo mar. Os rios Tigre e Eufrates são os dois grandes rios da Mesopotâmea. Já os outros dois rios citados pela Biblia não foram identificados até hoje. É possível que sejam rios que desaguariam no golfo, vindos do Irã ou da Península Arábica. Com a subida do nível dos mares em consequência do dilúvio esses rios desapareceram, da mesma forma que a região onde se localizava o Jardim do Éden.
Estudos realizados na região do golfo mostram que a plataforma marítima da região onde se situa sitio de Gobleki Tepe, que é próxima à foz do Eufrates já foi outrora uma região verde e florescente, e o próprio local onde se encontra o sítio nada tinha do ambiente desértico e inóspito que se vê hoje. Foi o avanço das águas do mar que sepultou as férteis terras daquela região e originou a desertificação que hoje se observa no local. Assim, acreditam os arqueólogos que descobriram Gobleki Tepe, esse pode ser o sítio referido na Biblia como Jardin do Eden.
O significado do Jardim do Eden
O conceito de paraíso terrestre é claramente uma utopia. Uma utopia em que a raça humana coloca a sua esperança de felicidade e paz. Nesse sentido, o Jardin do Éden, seja ele uma realidade histórica, localizada algures em um ponto geográfico, ou uma lenda, hoje só pode ser compreendido como uma metáfora da mais sublime aspiração do homem, que é o reencontro consigo mesmo, a volta a um estado de beatitude e paz, que ele sente que um dia foi vivido pela humanidade, e que ela, por algum motivo perdeu. Essa perda é a queda, a expulsão de um paraíso de delícias, que ainda existe no inconsciente humano como algo que precisa ser recuperado. Por isso, todas as antigas religiões cultivavam esse arquétipo. O Éden bíblico e a própria nação de Israel, com sua cultura mística e fundamentada nos princípios da Irmandade, igualmente pode ser considerada uma faceta desse estado de ordem, harmonia e felicidade com o qual o espírito humano sempre sonhou. Canaã, para os hebreus, era a Terra da Promessa. Os gregos tinham os Campos Elísios e o Jardim das Hespérides. Os Egípcios tinham no seu próprio território, o Vale do Nilo, como um protótipo dessa realidade. Na India e na China as pessoas sonhavam com o seu Xangri-lá, um lugar paradisíaco situado algures, em um vale perdido nas montanhas do Himalaia. Na Idade Média e Renascença, vários filósofos e poetas de orientação mística criaram suas utopias paradisíacas, tais como a Cidade de Deus, de Santo Agostinho, a Utopia de Thomas Mórus, a Cidade do Sol, de Campannella, etc. Nem o racionalista iluminista Voltaire escapou desse sonho pois também imaginou um reino utópico construído em algum lugar da América do Sul. Assim, o Eden é claramente uma utopia, um sonho onde a raça humana coloca a sua esperança de felicidade e paz.
Civilizações pré-adâmicas
A Bíblia, quando fala do Jardin do Eden, e que lá Deus colocou o recém formado casal humano para viver, dá a entender que naqueles tempos já havia uma florescente civilização sobre a terra. Pois ali se diz claramente que os rios que saiam do Eden circulavam regiões e cidades.
Essas informações se coadunam com as antigas tradições cultivadas pelos povos mesopotâmicos. É sabido que os antigos caldeus, por exemplo, calculavam o início da sua civilização em quatrocentos e setenta e três mil anos antes da era de Alexandre, o Magno. E que nessa era perdida na bruma dos tempos, um céu e uma terra, diferentes dos que observamos hoje, podiam ser contemplados pelos povos que viveram nesses tempos, pois os ecos desse passado longínquo remanescem em seus cálculos astrológicos e nas estranhas construções que eles ergueram para servir de base a essas observações. Todas as tradições antigas, da Índia à China, do Ceilão aos povos pré-colombianos, falam dessas antigas civilizações que floresceram antes da chamada época histórica e cujas reminiscências são encontradas nas lendas e no folclore dos povos de todo o mundo.
As lendas babilônicas da criação mencionam os seres humanos de tez negra que formaram os “sete povos” de Edom. Os Mistérios da Samotrácia também se referem aos “cabiros”, homens primitivos que constituíram os primeiros exemplares da criação humana. Lendas assírias igualmente se referem aos sete Adamis, primogênitos da criação. Todas essas antigas tradições admitem que antes de Adão, o protótipo bíblico admitido como pai da raça humana, existiam na terra outras civilizações. Eram raças hermafroditas, que procriavam sem atividade sexual. Hermes Trismegistos, em sua obra Pymander, também fala dos “homens celestes” que se misturaram aos homens primitivos e produziram hermafroditas.
Essas tradições também são encontradas na Bíblia, quando ela fala dos audases nefilins, filhos dos anjos caídos com as filhas dos homens. Por isso, quando a Bíblia fala em dilúvio, ela se refere à extinção da raça humana dos tempos anteriores a Adão, ou seja, os atlantes, que constituíam a quarta raça-raíz. São eles os “pecadores” referidos na Bíblia. De acordo com a teosofia, isso teria ocorrido cerca de 850.000 anos atrás.
Segundo a Doutrina Secreta, inaugurada por Madame Blavatsky, a nossa atual raça-raíz é a quinta raça no ciclo kármico da humanidade. Ela já existe há mais de 850.000 anos e começou depois da submersão da Atlântida. De acordo com essa doutrina, nesses antigos tempos havia na terra cinco continentes que foram cobertos pelas águas do dilúvio. Esses continentes eram conhecidos como Ilha Sagrada, Hiperbóreo, Lemúria, Atlântida e Europa. Os adeptos dessa doutrina acreditam que essas antigas civilizações tinham uma relação mais próxima com a natureza e com as forças que a produzem, e elas as cultuavam na figura de deuses, o que lhes proporcionava uma unidade mais densa com os Princípios (ou Princípio) que regem a vida cósmica. Nessa época acreditava-se que céu e terra não constituíam substratos separados e que o homem não era independente da natureza, nem que deuses e homens fossem feitos de diferentes substâncias.
Foi a conquista dos países orientais, empreendida por Alexandre, o Grande, que fez desaparecer o antigo saber instintivo daquelas civilizações, substituindo-o por uma ciência racional e lógica, voltada exclusivamente para o atendimento das nossas necessidades materiais. Mas para aqueles antigos povos, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do universo, e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
O segredo do Gênesis
São essas antigas tradições que alimentam esse novo best-seller que está excitando a imaginação dos leitores. Tom Knox não alcança, com o seu Segredo do Gênesis, um clímax eletrizante e intrigante que Dan Brown conseguiu com o Código da Vinci. Aliás ele reconhece claramente que se inspirou em Dan Brown. Isso não o desmerece. Mas eu consegui acompanhar até o fim a sua trama, ávido para saber qual era o segredo do gênesis. E é essa capacidade de prender a atenção do leitor que faz os grandes best-sellers.
Sinopse
O Segredo do Gênesis é um livro curioso escrito por Tom Knox, pseudônimo do jornalista inglês Sean Thomas. Inspirado nas descobertas arqueológicas feitas no sítio de Gobekli Tepe, no Curdistão turco, ele desenvolve um sangrento e enigmático trhiller, recheado de assassinatos e mistérios, muito semelhante ao Pendulo de Foucald , de Umberto Ecco e o Código da Vinci, de Dan Brown.
Gobekli Tepe é uma espécie de santuário semelhante a Stonehenge, santuário druída existente na Inglaterra e Thiunaco, no Perú. As datações com carbono 14 revelam que se trata de construções feitas há mais de 10.000 anos, o que o coloca como o mais antigo sitio de civilização humana até hoje recenseado. Há quem acredite ser esse sítio o famoso “Jardim do Eden”, referido na Bíblia, como o local onde Deus colocou o primeiro casal humano.
O autor imagina uma conspiração, envolvendo uma sociedade secreta, o clube dos Hellfires, uma espécie de maçonaria existente nas Ilhas Britânicas no início do século XVIII, que busca preservar o segredo do gênesis. Esse segredo consistiria na verdadeira história do nascimento e disseminação das raças humanas sobre a terra, o qual estaria contido num suposto “livro negro” que um dos fundadores dessa sociedade teria descoberto e ocultado. A escavação e a descoberta dos segredos ocultos em Gobleki Tepe, juntamente com as revelações do “livro negro” poderiam causar um impacto tão grande na história, capaz mesmo de destruir todas as crenças religiosas professadas pela humanidade. Dai os membros dessa sinistra sociedade, comandados por um personagem ainda mais sinistro, armarem uma macabra conspiração, com horrendos assassinatos rituais, para evitar a divulgação desse segredo.
Gobekli Tepe
Göbekli Tepe (Monte com Barriga ou Monte com Umbigo em turco), é um sítio arqueológico que fica aproximadamente a 15 km a nordeste de Şanlıurfa (Urfa), antiga cidade no sudeste da Turquia. Ali, em 1995 foi encontrado um santuário, que segundo os arqueólogos, é o mais antigo até hoje já encontrado. O sítio arqueológico está sendo escavado por arqueólogos alemães e turcos. Acredita-se que foi construído por populações pré-históricas, formadas por caçadores-coletores, por volta do décimo milénio a.C., antes mesmo que a humanidade se tornasse sedentária. Junto com o sítio de Nevalı Çori, essa descoberta trouxe novas luzes sobre a vida no período neolítico e revolucionou as teorias que tentam explicar o início da civilização. Essas descobertas também são importantes para o estudo da história das religiões. Alguns historiadores tendem a conectar esses sítios arqueológicos com o Éden Bíblico, face às características geográficas e as descobertas antropológicas que foram feitas no local. Conectadas com as lendas conservadas pelas tribos locais, e as interpretações acadêmicas (e esotéricas) do mito do Eden e do primeiro casal humano, a possibilidade de que esse sítio arqueológico seja, efetivamente, o local(ou um deles), onde a atual civilização teve início, é uma ideia que tem causado muita ebulição nos meios arqueológicos. A guisa de curiosidade, verifica-se que todas as estruturas do santuário foram construídas com seus frontispícios voltados para o oriente, acompanhando a marcha do sol, orientação que viria a ser encontrada em todos os templos da antiguidade e igrejas medievais, o que já mostra a influência das religiões solares sobre esses nossos longínquos antepassados.
O sítio arqueológico de Göbekli Tepe já havia sido referido em uma pesquisa norte-americana em 1964. Essa pesquisa, que todavia não promoveu escavações, apontava o formato estranho da colina, que parecia ter sido erguida de forma artificial. As conclusões, na época, foram de que a anomalias observadas no terreno eram consequência do fato de ali ter existido um cemitério bizantino, há séculos abandonado. A partir de 1994 o Instituto Arqueológico Alemão e o Museu de Şanlıurfa, sob a direção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-2000) começou efetivamente a fazer escavações no local: Schmidt descobriu que os que se tratava realmente de um sítio pré-histórico. Um centro de civilização construído antes de a humanidade aprender a escrever.
As descobertas feitas até agora indicam que Göbekli Tepe era realmente um local de culto - o mais antigo santuário já descoberto até hoje. Até aquele momento os arqueólogos não haviam encontrado um complexo arquitetônico tão antigo como o de Gobleki Tepe. A sequência uniforme de camadas estratificadas permite observar muitos milênios de atividade humana, que começaram talvez no mesolítico inferior. Na camada com indícios de ocupação humana mais antiga (classificada como stratum III) encontraram-se pilares monolíticos ligados por paredes formando grandes estruturas circulares ou ovais, que lembram a estrutura dos megalitos de Stonehenge.
O stratum II, do período chamado Neolítico Pré-Cerâmico B (7.500 - 6.000 a.C), mostram várias câmaras retangulares revestidos com pisos de cal polido, semelhantes aos pisos utilizados pelos romanos. Os monolitos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstratos, semelhantes aos encontrados nos templos maias, assírios e astecas. Não se trata de elementos de escrita, já que não expressam ideias organizadas. Tratam-se, outrossim, de símbolos sagrados que representam ideias abstratas e manifestações do sentimento religioso e artístico desses povos.
Relevos representando leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, bem como insetos, aracnídeos e pássaros, com uma predominância de abutres e aves aquáticas dão uma boa ideia da arte rupestre desses nossos antigos ancestrais. Há informações de que que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos costumavam ficar expostos ao ar livre para serem devorados por abutres, para só depois de descarnados, ser enterrados. Era comum também remover a cabeça do cadáver para ser preservada como objeto de culto. (respeito aos ancestrais).
Conexões com o Jardim do Eden
Diz a Bíblia que após ter feito o homem do barro da terra, e lhe insuflado um espírito soprando-lhe nas narinas, Deus viu que o homem estava só. Todos os animais tinham companhia, pois eram macho e fêmea, só o homem estava sozinho. Por isso Deus tirou uma costela de Adão e fez a mulher, a quem chamou de Eva. Depois dessa operação, digna dos mais modernos geneticistas, Ele colocou o casal humano num jardim que ele plantara lá pelas bandas do Oriente, regado por um grande rio. Ele nascia no centro do Éden e regava todo o jardim, dividindo-se depois em quatro braços, formando quatro rios diferentes. O nome do primeiro era Pison, rio que rodeava toda a região de Havilá, onde se encontrava ouro puro, bdélio e ônix ou pedra sardônica. O nome do segundo rio era Ghion, que rodeava toda a terra de Cuche. O nome do terceiro era Tigre, que corria ao oriente da Assíria. O quarto rio era o Eufrates, o grande e famoso rio que irriga todo o Golfo Pérsico. Nesse jardim Deus fez nascer toda espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer. Nele também colocou, ao centro, a Árvore da Vida e a Árvore da Ciência do Bem e do Mal.
Os estudiosos acreditam que relatos que inspiraram o autor(ou autores) do Gênesis são provenientes de uma época em que os mares eram mais baixos. Ou seja, uma época anterior ao dilúvio. Nessa época a região do Golfo Pérsico teria uma profundidade média de 50 metros e máxima de 90 metros. Assim, existia uma grande área naquela região que hoje está coberta pelo mar. Os rios Tigre e Eufrates são os dois grandes rios da Mesopotâmea. Já os outros dois rios citados pela Biblia não foram identificados até hoje. É possível que sejam rios que desaguariam no golfo, vindos do Irã ou da Península Arábica. Com a subida do nível dos mares em consequência do dilúvio esses rios desapareceram, da mesma forma que a região onde se localizava o Jardim do Éden.
Estudos realizados na região do golfo mostram que a plataforma marítima da região onde se situa sitio de Gobleki Tepe, que é próxima à foz do Eufrates já foi outrora uma região verde e florescente, e o próprio local onde se encontra o sítio nada tinha do ambiente desértico e inóspito que se vê hoje. Foi o avanço das águas do mar que sepultou as férteis terras daquela região e originou a desertificação que hoje se observa no local. Assim, acreditam os arqueólogos que descobriram Gobleki Tepe, esse pode ser o sítio referido na Biblia como Jardin do Eden.
O significado do Jardim do Eden
O conceito de paraíso terrestre é claramente uma utopia. Uma utopia em que a raça humana coloca a sua esperança de felicidade e paz. Nesse sentido, o Jardin do Éden, seja ele uma realidade histórica, localizada algures em um ponto geográfico, ou uma lenda, hoje só pode ser compreendido como uma metáfora da mais sublime aspiração do homem, que é o reencontro consigo mesmo, a volta a um estado de beatitude e paz, que ele sente que um dia foi vivido pela humanidade, e que ela, por algum motivo perdeu. Essa perda é a queda, a expulsão de um paraíso de delícias, que ainda existe no inconsciente humano como algo que precisa ser recuperado. Por isso, todas as antigas religiões cultivavam esse arquétipo. O Éden bíblico e a própria nação de Israel, com sua cultura mística e fundamentada nos princípios da Irmandade, igualmente pode ser considerada uma faceta desse estado de ordem, harmonia e felicidade com o qual o espírito humano sempre sonhou. Canaã, para os hebreus, era a Terra da Promessa. Os gregos tinham os Campos Elísios e o Jardim das Hespérides. Os Egípcios tinham no seu próprio território, o Vale do Nilo, como um protótipo dessa realidade. Na India e na China as pessoas sonhavam com o seu Xangri-lá, um lugar paradisíaco situado algures, em um vale perdido nas montanhas do Himalaia. Na Idade Média e Renascença, vários filósofos e poetas de orientação mística criaram suas utopias paradisíacas, tais como a Cidade de Deus, de Santo Agostinho, a Utopia de Thomas Mórus, a Cidade do Sol, de Campannella, etc. Nem o racionalista iluminista Voltaire escapou desse sonho pois também imaginou um reino utópico construído em algum lugar da América do Sul. Assim, o Eden é claramente uma utopia, um sonho onde a raça humana coloca a sua esperança de felicidade e paz.
Civilizações pré-adâmicas
A Bíblia, quando fala do Jardin do Eden, e que lá Deus colocou o recém formado casal humano para viver, dá a entender que naqueles tempos já havia uma florescente civilização sobre a terra. Pois ali se diz claramente que os rios que saiam do Eden circulavam regiões e cidades.
Essas informações se coadunam com as antigas tradições cultivadas pelos povos mesopotâmicos. É sabido que os antigos caldeus, por exemplo, calculavam o início da sua civilização em quatrocentos e setenta e três mil anos antes da era de Alexandre, o Magno. E que nessa era perdida na bruma dos tempos, um céu e uma terra, diferentes dos que observamos hoje, podiam ser contemplados pelos povos que viveram nesses tempos, pois os ecos desse passado longínquo remanescem em seus cálculos astrológicos e nas estranhas construções que eles ergueram para servir de base a essas observações. Todas as tradições antigas, da Índia à China, do Ceilão aos povos pré-colombianos, falam dessas antigas civilizações que floresceram antes da chamada época histórica e cujas reminiscências são encontradas nas lendas e no folclore dos povos de todo o mundo.
As lendas babilônicas da criação mencionam os seres humanos de tez negra que formaram os “sete povos” de Edom. Os Mistérios da Samotrácia também se referem aos “cabiros”, homens primitivos que constituíram os primeiros exemplares da criação humana. Lendas assírias igualmente se referem aos sete Adamis, primogênitos da criação. Todas essas antigas tradições admitem que antes de Adão, o protótipo bíblico admitido como pai da raça humana, existiam na terra outras civilizações. Eram raças hermafroditas, que procriavam sem atividade sexual. Hermes Trismegistos, em sua obra Pymander, também fala dos “homens celestes” que se misturaram aos homens primitivos e produziram hermafroditas.
Essas tradições também são encontradas na Bíblia, quando ela fala dos audases nefilins, filhos dos anjos caídos com as filhas dos homens. Por isso, quando a Bíblia fala em dilúvio, ela se refere à extinção da raça humana dos tempos anteriores a Adão, ou seja, os atlantes, que constituíam a quarta raça-raíz. São eles os “pecadores” referidos na Bíblia. De acordo com a teosofia, isso teria ocorrido cerca de 850.000 anos atrás.
Segundo a Doutrina Secreta, inaugurada por Madame Blavatsky, a nossa atual raça-raíz é a quinta raça no ciclo kármico da humanidade. Ela já existe há mais de 850.000 anos e começou depois da submersão da Atlântida. De acordo com essa doutrina, nesses antigos tempos havia na terra cinco continentes que foram cobertos pelas águas do dilúvio. Esses continentes eram conhecidos como Ilha Sagrada, Hiperbóreo, Lemúria, Atlântida e Europa. Os adeptos dessa doutrina acreditam que essas antigas civilizações tinham uma relação mais próxima com a natureza e com as forças que a produzem, e elas as cultuavam na figura de deuses, o que lhes proporcionava uma unidade mais densa com os Princípios (ou Princípio) que regem a vida cósmica. Nessa época acreditava-se que céu e terra não constituíam substratos separados e que o homem não era independente da natureza, nem que deuses e homens fossem feitos de diferentes substâncias.
Foi a conquista dos países orientais, empreendida por Alexandre, o Grande, que fez desaparecer o antigo saber instintivo daquelas civilizações, substituindo-o por uma ciência racional e lógica, voltada exclusivamente para o atendimento das nossas necessidades materiais. Mas para aqueles antigos povos, o mundo já havia vivido uma era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas responsabilidades para com a construção e a estabilidade do universo, e exercendo com habilidade e competência as suas funções.
O segredo do Gênesis
São essas antigas tradições que alimentam esse novo best-seller que está excitando a imaginação dos leitores. Tom Knox não alcança, com o seu Segredo do Gênesis, um clímax eletrizante e intrigante que Dan Brown conseguiu com o Código da Vinci. Aliás ele reconhece claramente que se inspirou em Dan Brown. Isso não o desmerece. Mas eu consegui acompanhar até o fim a sua trama, ávido para saber qual era o segredo do gênesis. E é essa capacidade de prender a atenção do leitor que faz os grandes best-sellers.