Uma Prova de Amor

.Rio,05\10\10

Foi por volta dos anos cinquenta que iniciou esse romance triste e tão cheio de emoções. A época de intensa luta dos jovens por um liberalismo político incentivou vários deles a procurarem seus espaços no mercado de trabalho e no direito de exporem as opiniões que na maior parte, divergia dos homens poderosos.

Assim, aconteceu no Estado do Acre. O ciclo da borracha crescia e a cidade atraia pessoas de vários lugares. E a família Bergmam cresceram naquelas terras enfrentando diversas situações tais como as dificuldades de clima e alimentação que era colhida da terra qual plantavam. Seu Ernesto era seringueiro e vivia emburrado.

A esposa morreu tão logo, deu a luz no meio da noite de uma lua de quarto minguante. No caminho, até a Santa Casa tivera sido abordado por uma velha índia que o parou para ler sua mão e dizer que teria uma filha e que esta menina nasceria com os cabelos da cor do sol, os olhos da cor do céu.

Seu Ernesto ficou tão revoltado com a crendice da tal índia que mandou os amigos darem uma susto nela. tal susto resultou na morte da índia no mesmo instante que a criança nasceu e naquela mesma hora morria a mãe.

A menina nasceu com o cabelo da cor do sol e os olhos da cor do céu. Os índios Reunidos em bandos, invadiram a casa de seu Ernesto e as terras que antes andavam bisbilhotando. Foi terrível caçada sanguinolenta resultando em várias mortes. A família Bergmam teve que sair do Alto Japurá e quinze anos depois, residiam fixamente em Poto Pedro.

01

Vera se tornou bonita moça de corpo esbelto e fina elegância que qualquer um dizia que nasceu em berço de ouro. O pai a manteve em cárcere quase privado obrigando a moça os serviços domésticos. O tempo que lidava com o seringal, o fez contrair a malária. Doença que estava atingindo a região. As pessoas estavam um tanto revoltadas com a falta de capricho do Governo Acreano. A preocupação restringia-se a comercialização da borracha e a briga pelas terras do Acre com os Bolivianos. E as necessidades excenciais ficavam de fora. os governantes e representantes das Câmaras dos Vereadores, não se pronunciavam sobre a ausência de médicos naquela região tão sofrida.

Enquanto as riquezas que brotavam daquele território estavam sendo disputados a tiros e arcos e flexas, crianças e idosos eram contaminados pelo mosquito causador de uma doença. Afirmavam os jornais "A voz de Pedro Porto".

Foi desse jeito que chegava na cidade o jovem Marcos Luís Pereira Rodrigues. Recém formado em medicina. Se instalou na pensão de dona Betina Rubião. E dona Betina mantinha a cantina durante o dia e na calada noturna funcionava o bordel, ali se reuniam jovens letrados para discutirem os novos rumos de uma greve geral.

A luta pelas terras e a revolta dos aliados de Chico Mendes que defendiam a preservação da madeira e não viam com bons olhos a criação da ferrovia entre as matas distraía de certo modo a atenção para as necessidades do povo carente, sem nenhum saneamento básico. O que acarretava aproximidade do mosquito.

Marcos Luís estava no Acre fugindo de outro problema. Deixou sua bagagem no quato da pensão e saiu por aí, quando aproximou da mata onde morava a jovem Vera. Seus olhos se encontraram no instante que lavava a roupa no riacho.

02

A voz da índia parecia ecoar na mata repetindo a previsão que fizera do nascimeto, de uma menina. Uma menina que tinha os cabelos da cor do sol e os olhos da cor do céu. Era filha de Tupã. Ao longe da mata se ouvia o som do brado de um guerreiro. Vera suspendeu a trocha de roupa e colocou na cabeça. Escorregou na pedra e foi arrastada pela correnteza:

_ Aaaaaaa!

Tirou a camisa e mergulhou apressado, dando tempo apenas de se ver livre dos sapatos. Com muito esforço dando umas braçadas e outras conseguiu resgatá-la do fundo do rio. Estava desacordada e precisou usar dos primeiros socorros. Consistia em colocar a cabeça dela para trás, abrir um pouco os lábios e transferir a respiração obrigando-a por para fora toda água que ingeriu. Abriu os olhos devagar, meio zonza:

_ Quem é você?

_ Um príncepe encantado.

_ Acha que sou a Iara?

_Se eu não tivesse com você no meu colo, diria que sim.

_ Obrigado por me salvar.

_ Esse rio é perigoso.

_ Juruá, 3.350 km de extensão. E o período de cheia se estende entre fevereiro e abril. Por volta de setembro começa a baixar o nível.

Marcos não queria deixa-la perceber que havia se perdido.

_ Já havia acontecido isso antes.

_ Não. Foi a primeira vez.

olhou o corpo dela sobre o vestido úmido. Percebeu sinais de maustratos. Notou o tamanho de suas ancas e como eram graciosas.

03

Dyanne
Enviado por Dyanne em 05/10/2010
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