QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO- RUTH ROCHA
Cada criança tem seu mundo particular; um universo que pertence somente a ela e que a escola deveria envolver com o ensino.
Porém, muitas vezes a escola é como um recipiente de vidro, onde o aluno pode ver, mas não pode tocar nem ouvir, ficando preso ao educador e seu conteúdo programado.
Quando se abre o recipiente e a criança pode unir o que aprendeu com o que já sabe, o aprendizado toma outros rumos...
Ela aprende a conviver com as diferenças, tem liberdade para falar do seu conhecimento de mundo, dando mais sentido ao seu aprendizado.
Tem contato com o mundo, aprende que as pessoas não usam rótulos, mas defendem bandeiras pelo o que acreditam.
Mas, nem sempre isso é fácil para o educando. A liberdade também assusta e, mesmo que ela não seja aceita com tranqüilidade, a liberdade abre outros caminhos...
Faz com que o ensino aprendido possa ser usado no contato do educando com o mundo, para que ele se sinta importante e que nele desperte o desejo de aprender mais.
Juntar o que se sabe com o que se aprende é andar de braços dados com a escola, pois juntamos o que ela pode proporcionar com o que se quer para a vida.
Às vezes, porém, é preciso destruir para construir e começar tudo de novo e isso nem sempre significa perdas, mas acréscimo de saber.
O conhecimento pode ser construído fora da sala, fora do seu próprio mundo. A interação constrói conceitos.
Criar pessoas melhores que saberão respeitar as diferenças. É como uma dança, em que cada um contribui com o que sabe.
Tal dança é a ciranda do saber, que aceita cada um com o seu ritmo, sua dificuldade, sua necessidade.
Essa dança ainda tem o intuito de criar um “mundo de vidro”, para que as pessoas se olhem de uma só forma e que sejam livres para dançar a dança que toda criança tem direito: A educação.