"" PRAZER DE LER - CINCO ( BETTY MILAN) ""
Deveria ter feito esta resenha antes de ter lido o artigo de Michèlle Sarde, no final deste livro. Não concordo com as explanações dela, mas me deu um ângulo diferente do livro, então vamos lá.
Consolação(*) para mim é um livro típicamente Schopenhariano e não é porque estou lendo o filósofo que fui levado a isso, também estou lendo paralemamente Foucat, e não ví nada dele neste livro.
A história está explicitada a idéia de Schopenhauer ""VIVER É SOFRER"" e outra máxima do autor "Vendo o sofrimento dos outros amenizamos os nossos sofrimento".
O calhamaço é bem dividido: primeiro o sofrimento do esposo que morre todo dia a cada dia; a impotência do ser humano em meio as regras quase sempre desumana e crueis que é preciso seguir, premissas da Lei imponente que mesmo a custa do sofrimento alheio não podem ser quebradas. Laura - a protagonista sofre, e não podendo fazer nada para aplacar as dores dos seu amado a deixa muito mais angustiada; segundo: depois com a morte do marido, a aceitação é mais dolorida que a própria morte. Laura se a apega a tudo que sofre. Em sua paupérrima situação psicológica abalada, sente uma atração pelo sofrimento alheio, como se assim dividisse o seu. Mais uma ideia schopenhauriana a respeito do sofrer, " sabendo que todo ser vivente sofre, nao estamos sozinhos em nosso sofrimento" - a verdadeira 'consolação'.
Nas suas andanças pelas ruas de São Paulo Laura começa a digerir sua angustia diluindo sua tristeza com a alheia, não tem uma pessoa que não tem uma coisa boa para lhe contar, "Viver é sofrer". Tanto o rico como o pobre e toda a Humanidade. E Laura passa a ver e saber dessa dissecação do sofrimento das pessoas que vão passando pela sua vida naqueles momentos.
Fome, desrespeito, ignorância, violência em todas as suas modalidades, e um leque incontável de martírios vão tornando Laura um ser como todos os seres - sofredores. Até o Poeta amigo, também sofre por não ser reconhecido em sua poesia.
A protagonista começa a traçar uma linha real e imaginária onde vivos e mortos vão dando seus recados (todos eles tristes), até a poeisa de "Osvald e Mário de Andrade" é uma apologia ao sofrimento do Ser Humano.
Por fim, após a peça Teatral, (baseado no texto dos Poetas citado) Laura encontra alguém, sua irmã, que lhe trás à realidade de sua nova existência - Viúva, e não tem como fugir dos pêssames que tanto evitava.
Em sua casa, sua mãe também lhe dá um consolo, um consolo que ela ( a mãe) usa para lembrar da sua própria angustia, esse consolo se dá o nome de saudade.
Mas Laura não pode parar para diluir seu sofrimeto. Seu filho, sua herança e a heranças de Jaques (seu marido morto), sua vida, sua história de amor, e seu sofrimento se enquadra exatamente no fenômeno Schopenhauriano da filosofia do sofrimento.
A vida é apenas um 'fenômeno', quando Jaques se foi, ficou Laura, Laura um dia vai, fica o filho que continua a imortalidade do homem como fenômeno, como vontade, e tudo o mais são ferramentas e peças desse processo.
Para a natureza sofrer é apenas processos do querer viver.
Sim, Laura é Schopenhauriana em sua essência, a sua história diz isso.
OBS: (Resenha, resumo e comentários pessoal do livro "Consolação" de Betty Milan da Editora Record, ano 2009, 172 pág.)
Deveria ter feito esta resenha antes de ter lido o artigo de Michèlle Sarde, no final deste livro. Não concordo com as explanações dela, mas me deu um ângulo diferente do livro, então vamos lá.
Consolação(*) para mim é um livro típicamente Schopenhariano e não é porque estou lendo o filósofo que fui levado a isso, também estou lendo paralemamente Foucat, e não ví nada dele neste livro.
A história está explicitada a idéia de Schopenhauer ""VIVER É SOFRER"" e outra máxima do autor "Vendo o sofrimento dos outros amenizamos os nossos sofrimento".
O calhamaço é bem dividido: primeiro o sofrimento do esposo que morre todo dia a cada dia; a impotência do ser humano em meio as regras quase sempre desumana e crueis que é preciso seguir, premissas da Lei imponente que mesmo a custa do sofrimento alheio não podem ser quebradas. Laura - a protagonista sofre, e não podendo fazer nada para aplacar as dores dos seu amado a deixa muito mais angustiada; segundo: depois com a morte do marido, a aceitação é mais dolorida que a própria morte. Laura se a apega a tudo que sofre. Em sua paupérrima situação psicológica abalada, sente uma atração pelo sofrimento alheio, como se assim dividisse o seu. Mais uma ideia schopenhauriana a respeito do sofrer, " sabendo que todo ser vivente sofre, nao estamos sozinhos em nosso sofrimento" - a verdadeira 'consolação'.
Nas suas andanças pelas ruas de São Paulo Laura começa a digerir sua angustia diluindo sua tristeza com a alheia, não tem uma pessoa que não tem uma coisa boa para lhe contar, "Viver é sofrer". Tanto o rico como o pobre e toda a Humanidade. E Laura passa a ver e saber dessa dissecação do sofrimento das pessoas que vão passando pela sua vida naqueles momentos.
Fome, desrespeito, ignorância, violência em todas as suas modalidades, e um leque incontável de martírios vão tornando Laura um ser como todos os seres - sofredores. Até o Poeta amigo, também sofre por não ser reconhecido em sua poesia.
A protagonista começa a traçar uma linha real e imaginária onde vivos e mortos vão dando seus recados (todos eles tristes), até a poeisa de "Osvald e Mário de Andrade" é uma apologia ao sofrimento do Ser Humano.
Por fim, após a peça Teatral, (baseado no texto dos Poetas citado) Laura encontra alguém, sua irmã, que lhe trás à realidade de sua nova existência - Viúva, e não tem como fugir dos pêssames que tanto evitava.
Em sua casa, sua mãe também lhe dá um consolo, um consolo que ela ( a mãe) usa para lembrar da sua própria angustia, esse consolo se dá o nome de saudade.
Mas Laura não pode parar para diluir seu sofrimeto. Seu filho, sua herança e a heranças de Jaques (seu marido morto), sua vida, sua história de amor, e seu sofrimento se enquadra exatamente no fenômeno Schopenhauriano da filosofia do sofrimento.
A vida é apenas um 'fenômeno', quando Jaques se foi, ficou Laura, Laura um dia vai, fica o filho que continua a imortalidade do homem como fenômeno, como vontade, e tudo o mais são ferramentas e peças desse processo.
Para a natureza sofrer é apenas processos do querer viver.
Sim, Laura é Schopenhauriana em sua essência, a sua história diz isso.
OBS: (Resenha, resumo e comentários pessoal do livro "Consolação" de Betty Milan da Editora Record, ano 2009, 172 pág.)