A floresta e a escola: Por uma educação ambiental pós-moderna

O pensador, ecologista e escritor brasileiro Marcos Reigota em sua obra que compõe “A floresta e a escola: por uma educação pós-moderna, faz uma alusão com o objetivo de elucidar que precisamos aprender o que a floresta e a escola têm a nos ensinar fazendo um paralelo do papel dos ecologistas e educadores num contexto em que nossas atividades profissionais e ativação política no tempo da globalização da problemática ambiental, da ciência, da cultura, das artes, das relações sociais e afetivas sofrem alterações avassaladoras por conseqüência do próprio homem”.

Nesse texto Reigota faz uma crítica sobre tudo que tem seu tempo determinado. Houve um tempo em que a vida era regulada pela moral individualista. O próprio legislador aplicava as regras de conduta pessoal de acordo com seus interesses, hoje os tempos mudaram, criaram as regras internas e autônomas da economia, da política, do direito, da arte, etc.

Os avanços são evidentes, mas ao lado dos positivos estão os negativos; como as armas nucleares, consumismo. Poucos têm muitos e muitos não têm nada: fome, pobreza, miséria, violência, o planeta está pedindo socorro; crise ecológica, poluição, aquecimento global e outros fatores. O progresso não funciona bem para os pobres e para o meio ambiente. Surgem as discussões sobre ética; buscamos alternativas, respeito mútuo, cooperativismo, diálogo para tentar melhorar o mundo.

A moral do sistema capitalista se opõe a uma ética da responsabilidade, não considera os efeitos de suas ações sobre os outros seres humanos. A ética precisa romper os limites do individualismo da sociedade moderna. Ser uma ética de responsabilidade solidária, isso significa se colocar no lugar do outro, das minorias, gerações futuras, natureza, meio ambiente numa ação coletiva em defesa dos mais fracos, dos limites humanos, da ecologia, dos saberes dos índios. Nós somos humanos quando humanizamos o mundo. Precisamos da Terra para os que virão depois de nós, a cada dia que passa a destruição é maior.

O homem por natureza tem uma capacidade grandiosa no que diz respeito à inteligência, a ponto de produzir máquinas, como por exemplo, as digitais, que produz informações, difundindo a qualquer ponto do planeta, hoje conhecida a era da informatização; a própria ciência tem sofrido grandes crises e toda essa tecnologia criada pelo referido homem, é retirado do meio ambiente ou florestas; no entanto ele não se deu conta, a que medida que a ciência evolui em todos os campos do conhecimento é grande, parte do fracasso é conseqüência de não saber usar e entender os processos ambientais numa visão holística, isto é, todos os problemas ligados ao mundo devem ser vistos como um todo; os problemas sistêmicos é conhecimento em cooperação; é se perceber como sujeito integrante deste meio no sentido global e não de forma fragmentada.

Nesse sentido o homem, ecologista, educadores, a ciência, toda tripulação desta espaçonave precisam ter a capacidade de entendimento, que envolva os domínios cognitivos, afetivos e técnicos, que permita uma compreensão no campo científico, tecnológico, político, ético, econômico, culturais, sociais e ecológicos, pois o homem é visto como inteligente quando se percebe dentro desta totalidade e envolvido neste processo. Perceber não só o outro, mas se perceber como parte deste meio tudo que está ao seu redor contribuindo, participando num sentimento interplanetário; perceber que tudo na natureza, no meio ambiente, na floresta está ligado e interligado dentro do ecossistema permitindo a biodiversidade e os seus elementos em movimentos para manter-se viva, quando isso não é possível podemos dizer que todas as vidas estão com um câncer.

Nesta perspectiva “A floresta e a escola: por uma educação pós-moderna” é um chamado para nós educadores, repensarmos nosso dia-a-dia e compreendermos melhor os desafios à educação ambiental e em geral nesses tempos pós-modernos não tem pretensão de dar respostas prontas, acabadas e definitivas, mas sim instigar questionamentos sobre as nossas relações e atitudes com alteridade, com a natureza, com a sociedade em que vivemos com o nosso presente e com o nosso eventual provir.

Reigota, ainda coloca, que o processo educativo em conjunto com as representações sociais presentes e difundidas através das imagens gráficas e visuais que ocupam no cotidiano atual é de fundamental importância, e que estes sugerem um conteúdo mínimo para proposta de educação ambiental no contexto planetário. Isso quer dizer que se precisa de uma mobilização urgente e mais abrangente de dimensão pessoal e coletiva, local, nacional e internacional, portanto planetários e humanas. Vale a pena aceitar o convite de Reigota e nos permitir olhar o mundo, a natureza, meio ambiente que está inserido a floresta com olhos e sentimento interplanetário.

REFERÊNICA:

REIGOTA, Marcos. A floresta e a escola: Por uma educação ambiental pós-moderna. São Paulo: Cortez, 1990.

Elaine Morais
Enviado por Elaine Morais em 17/08/2010
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