A INFORMÁTICA E OS PROBLEMAS ESCOLARES DE APRENDIZAGEM
No livro “A informática e os problemas escolares de aprendizagem, das autoras, Alba Maria e Mara Lúcia, apresenta pesquisas em escolas públicas e particulares sobre como o ensino da informática é efetuado. Os resultados foram os mais diversos, pois apresentavam vários tipos de comportamentos de professores em relação ao ensino através da informática como auxílio no processo ensino-aprendizagem. Aqui estão alguns exemplos: aqueles que aceitam bem o trabalho, mas fazem da informática algo independente das outras atividades curriculares; outros que utilizam este aparato tecnológico como um pequeno reforço do conteúdo já visto; aqueles que consideram a informática como uma ponte benéfica para a aprendizagem, mas ainda não conseguem usá-la como deveriam e outros ainda que procuram conduzir os alunos às salas de informática com a finalidade de desenvolver projetos dando continuidade as atividades propostas em sala de aula. Baseados em resultados como estes, é que se revela uma resistência muito grande por parte de professores em aceitar e compreender a real importância da informática no processo ensino-aprendizagem, porque não se oportunizam ao novo desafio da atualidade, que é a informática. Contudo, ao deparar com problemas de aprendizagem por parte dos alunos, os professores não levam em consideração o processo contínuo do aprender, que ocorrerá durante o ano letivo, pois o que os avaliam mesmo são as notas finais de avaliações, e assim o aluno é desmotivado diante dos resultados obtidos. Para resolver tal situação é preciso que os professores conheçam os programas de softwares de forma que os alunos poderão encontrar todos aparatos oferecidos com a finalidade de motivá-los para que tenham um bom desenvolvimento na aprendizagem. Vale lembrar que, diante do construcionismo de Piaget, uma das chaves principais do desenvolvimento é a ação do sujeito sobre o mundo e o modo pelo qual isto se converte num processo de construção interna. Com isso, o aluno apresenta como papel principal no processo ensino-aprendizagem. Enquanto que o professor será aquele que provoca situações para que o aluno possa se desenvolver de forma ativa, realizando também suas próprias descobertas, neste caso estará mediando ou facilitando o processo da aprendizagem. Também, é importante que o este considere três aspectos que poderão ser apontados para que se resolvam as dificuldades do aluno neste processo. Estes são relevantes nas interferências comportamentais dos alunos. São os aspectos: o aparelho biológico, a estrutura psico-afetiva e a estrutura psico-cognitiva. O primeiro, diz respeito às deficiências visuais e auditivas entre outras, que não são identificados no processo de alfabetização e que levam às repetências, deixando marcas de fracasso na auto-estima do aluno. O segundo aborda a estruturação subjetiva do sujeito e que segundo alguns autores apresentam um problema de aprendizagem reativo, onde a mesma é deturpada na construção da capacidade do sujeito pela formação de vínculos inadequados com os objetivos do conhecimento; o outro é o problema de aprendizagem-sintoma, que são decorrentes de problemas incidentais tais como: troca de escola, alterações familiares. O último refere-se ao conhecimento sobre os estágios de desenvolvimento do aluno, que são os processos: pré-operatório, operatório e operatório concreto. A falta de conhecimento destes aspectos podem provocar a dislexia generalizada, ocorrendo no aluno dificuldades na aprendizagem da escrita. Como solução é apresentada a contribuição da informática como um meio de sanar as dificuldades no processo de aprendizagem, pois auxilia o aluno na construção de novos conhecimentos e também ajudando nas estruturas cognitivas e afetivas. E para a implantação da informática educativa na escola, é necessário que os professores da área de informática estejam sempre em contato com os professores que trabalham os conteúdos programáticos, efetivando assim para o aluno uma troca de experiências entre as disciplinas. Para tanto, os professores deverão ser conscientizados da importância desta integração voltada para resolver as deficiências no processo ensino-aprendizagem, mas para isto, é necessário que as atividades sejam planejadas pelo professor e que atenda as dificuldades de aprendizagem do aluno. Vale ressaltar que, é de suma importância que as atividades sejam desenvolvidas em grupos, pois favorece ao aluno possibilidades de motivação pelo colega e também de valorização de trabalhos realizados e imprimidos através da impressão e do scanner. Por outro lado, existe a realidade de alunos que usam o vídeo game como meio de diversão, não sabendo os pais que o seu uso não desenvolve habilidades específicas e que também apresenta apenas reflexos, não contribuindo para o desenvolvimento motor. Ao contrário, o computador por sua vez, apresenta diversas maneiras educativas de se interagir e aprender, como por exemplo os programas softwares e logo, onde o aluno se motiva e se interessa em aprender conteúdos que já foram trabalhados na escola, por isso quando o aluno só quer utilizar a informática para jogar é porque não foi preparada para fazer atividades educativas interessantes e lúdicas, podendo utilizar a informática como a “Filosofia de Vídeo Game”. Contudo, o uso do computador só funciona, efetivamente, como instrumento no processo ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto de atividades que desafiem os alunos a crescerem, construindo seu conhecimento na relação com o outro (professor e os colegas), além de utilizar apenas como máquina. Portanto, a informática educativa procura instrumentalizar o professor no uso desta, para que possa ser um fator integrador de conhecimentos e promotor de aprendizagens. É com este intuito que a informática educativa pretende ser desenvolvida nas escolas tendo como finalidade promover transformações, favorecendo um ambiente estimulante, de respeito e troca, onde o professor estará não só favorecendo ao grupo como um todo, mas também ajudando aos que têm dificuldades de expressão de sistematização de idéias e reflexões mais profundas.
Referência Bibliográfica:
WEISS, Alba Maria Lemme, CRUZ, Mara Monteiro da. A Informática e os Problemas Escolares de Aprendizagem. 2.edição. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. 104 p.