DÁDIVA DE DEUS
A capacidade de pensar é uma dádiva de Deus, concedida a uma espécie em particular. É possível que Ele nos tenha premiado com essa distinção para poder contar com uma força executiva para a construção do universo. Essa é uma crença minha. Acredito piamente que Deus existe e age no universo através das criaturas que engendrou, pois é através das nossas vidas, que são condensações energéticas do pensamento divino, que Ele constrói o mundo. Como diziam os filósofos gnósticos, Deus “pensa” o universo e nós, os seus pedreiros, o construímos. Aliás, acho que foi para isso que Ele nos selecionou entre as espécies que colocou no mundo e nos confiou essa missão. Pensando assim, parece lógico que Ele tenha incluído, de alguma forma, no nosso gabarito biológico, um “programa” específico que nos leva a procurar naturalmente as informações que precisamos para organizar nossas vidas em um processo de evolução real e ascendente, que tem por objetivo aperfeiçoar cada vez mais a nossa capacidade de resposta.
Nós não somos o que somos por força de qualquer elemento externo, alheio à nossa vontade e que está além do nosso controle. Nós somos as criaturas que aprendemos a ser, por conta de “programas” implantados em nosso sistema neurológico, os quais, além de determinar as escolhas que fazemos na vida, também regulam o nível de habilidade com que agimos para executar nossas ações. Se eu escolho me alimentar de carne ao invés de frutas ou legumes, essa é uma opção que eu faço por conta de um hábito alimentar adquirido pelo meu organismo; da mesma forma, se eu escolho uma determinada cor de roupa, um modelo de carro, um perfume, isso também é resultado de um critério que me dita esta ou aquela alternativa. Tudo isso são escolhas orientadas por um processo neurológico interno que se estrutura de certo modo.
A mesma coisa acontece com os nossos sentimentos. Todos eles são estados internos determinados pelos “programas” que implantamos em nosso sistema neurológico. Não ficamos tristes ou alegres por força de uma disposição inata do organismo que nos faz assumir este ou aquele estado de espírito, em razão de um determinado acontecimento; nem amamos ou odiamos porque uma divindade nos inspirou um estado de enlevamento e ternura, ou porque existem espíritos maus que adoram promover a discórdia entre os seres humanos. Nem o nosso coração – que os poetas dizem ter razões que a própria razão desconhece – tem alguma coisa a ver com os nossos sentimentos, a não ser o fato de que ele é grandemente afetado por eles. O coração não pensa nem gera sentimentos: ele apenas os reflete, da mesma forma que o fígado, os pulmões, os intestinos, o estômago e todos os demais órgãos desse complicado sistema, que é o corpo humano.
Há pessoas que não se sentem “obrigadas” a ficar tristes com a morte de um parente e outras que não se alegram nem mesmo com os acontecimentos mais felizes. Todos nós conhecemos pessoas assim, que parecem “icebergs”, extremamente frias, impassíveis perante qualquer situação, como se fossem criaturas sem nervos. São os seus “programas” que os fizeram assim. Em seus sistemas neurológicos não há um padrão que reconheça a utilidade de sentimentos de piedade, solidariedade, comiseração, etc. Por outro lado, há pessoas que se emocionam com extrema facilidade. Uma cena triste em uma novela de televisão, ou em um filme, tira delas copiosas lágrimas. Choram, se enternecem, gritam horrorizadas, tremem de medo, excitam-se, mesmo sabendo que o que estão vendo ou ouvindo é mera encenação.
Tudo isso só prova uma coisa: o mundo em que realmente vivemos não é o mundo real, mas sim aquele que criamos em nossas mentes. Esse mundo é o resultado dos “programas” que são implantados em nosso sistema neurológico desde o momento em que somos concebidos, pois mesmo no útero materno nossa mãe já está nos “programando” através das informações que recebe do mundo e e do que pensa e sente a respeito delas. Assim, podemos dizer que a mente humana não é exatamente uma “tábula rasa” ao nascer, como afirmou um renomado filósofo, mas sim um “soft” interativo, que possui “programas” específicos que são desenvolvidos à medida que nos interamos com o mundo.
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DO LIVRO À PROCURA DA MELHOR RESPOSTA- ED. 24X7- SÃO PAULO, 2009
A capacidade de pensar é uma dádiva de Deus, concedida a uma espécie em particular. É possível que Ele nos tenha premiado com essa distinção para poder contar com uma força executiva para a construção do universo. Essa é uma crença minha. Acredito piamente que Deus existe e age no universo através das criaturas que engendrou, pois é através das nossas vidas, que são condensações energéticas do pensamento divino, que Ele constrói o mundo. Como diziam os filósofos gnósticos, Deus “pensa” o universo e nós, os seus pedreiros, o construímos. Aliás, acho que foi para isso que Ele nos selecionou entre as espécies que colocou no mundo e nos confiou essa missão. Pensando assim, parece lógico que Ele tenha incluído, de alguma forma, no nosso gabarito biológico, um “programa” específico que nos leva a procurar naturalmente as informações que precisamos para organizar nossas vidas em um processo de evolução real e ascendente, que tem por objetivo aperfeiçoar cada vez mais a nossa capacidade de resposta.
Nós não somos o que somos por força de qualquer elemento externo, alheio à nossa vontade e que está além do nosso controle. Nós somos as criaturas que aprendemos a ser, por conta de “programas” implantados em nosso sistema neurológico, os quais, além de determinar as escolhas que fazemos na vida, também regulam o nível de habilidade com que agimos para executar nossas ações. Se eu escolho me alimentar de carne ao invés de frutas ou legumes, essa é uma opção que eu faço por conta de um hábito alimentar adquirido pelo meu organismo; da mesma forma, se eu escolho uma determinada cor de roupa, um modelo de carro, um perfume, isso também é resultado de um critério que me dita esta ou aquela alternativa. Tudo isso são escolhas orientadas por um processo neurológico interno que se estrutura de certo modo.
A mesma coisa acontece com os nossos sentimentos. Todos eles são estados internos determinados pelos “programas” que implantamos em nosso sistema neurológico. Não ficamos tristes ou alegres por força de uma disposição inata do organismo que nos faz assumir este ou aquele estado de espírito, em razão de um determinado acontecimento; nem amamos ou odiamos porque uma divindade nos inspirou um estado de enlevamento e ternura, ou porque existem espíritos maus que adoram promover a discórdia entre os seres humanos. Nem o nosso coração – que os poetas dizem ter razões que a própria razão desconhece – tem alguma coisa a ver com os nossos sentimentos, a não ser o fato de que ele é grandemente afetado por eles. O coração não pensa nem gera sentimentos: ele apenas os reflete, da mesma forma que o fígado, os pulmões, os intestinos, o estômago e todos os demais órgãos desse complicado sistema, que é o corpo humano.
Há pessoas que não se sentem “obrigadas” a ficar tristes com a morte de um parente e outras que não se alegram nem mesmo com os acontecimentos mais felizes. Todos nós conhecemos pessoas assim, que parecem “icebergs”, extremamente frias, impassíveis perante qualquer situação, como se fossem criaturas sem nervos. São os seus “programas” que os fizeram assim. Em seus sistemas neurológicos não há um padrão que reconheça a utilidade de sentimentos de piedade, solidariedade, comiseração, etc. Por outro lado, há pessoas que se emocionam com extrema facilidade. Uma cena triste em uma novela de televisão, ou em um filme, tira delas copiosas lágrimas. Choram, se enternecem, gritam horrorizadas, tremem de medo, excitam-se, mesmo sabendo que o que estão vendo ou ouvindo é mera encenação.
Tudo isso só prova uma coisa: o mundo em que realmente vivemos não é o mundo real, mas sim aquele que criamos em nossas mentes. Esse mundo é o resultado dos “programas” que são implantados em nosso sistema neurológico desde o momento em que somos concebidos, pois mesmo no útero materno nossa mãe já está nos “programando” através das informações que recebe do mundo e e do que pensa e sente a respeito delas. Assim, podemos dizer que a mente humana não é exatamente uma “tábula rasa” ao nascer, como afirmou um renomado filósofo, mas sim um “soft” interativo, que possui “programas” específicos que são desenvolvidos à medida que nos interamos com o mundo.
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DO LIVRO À PROCURA DA MELHOR RESPOSTA- ED. 24X7- SÃO PAULO, 2009