MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Se você tem um hábito que gostaria realmente de não ter (fumar, beber demais, comer coisas que não gostaria de comer, roer unhas, por exemplo) considere o seguinte:
Se você fuma, por exemplo, mas não quer realmente fumar, então existem em você duas “partes” antagônicas que precisam entrar em acordo. Uma delas acha que fumar é bom para você, outra acha que é ruim. Fumar é um “programa” que você instalou em determinado momento da sua vida porque ele lhe dava prazer. Mas agora você instalou outro “programa” que lhe diz esse comportamento precisa ser mudado porque há interesses maiores no seu organismo que precisam ser atendidos. Questões de saúde, a rejeição social que o tabaco está enfrentando, e todas as demais inconveniências que o hábito provoca.
Só que tentar substituir simplesmente um “programa “por outro não vai funcionar. Hábitos são “partes” do seu sistema neurológico e vão resistir se você tentar se livrar deles. E quanto mais você tentar fazer isso na “valentona”, mais você vai sofrer. Quem tentou parar de fumar ou beber por si mesmo sabe do estou falando.
As nossas “partes” são como pessoas. Ninguém gosta de ser privado de alguma coisa sem o seu consentimento, nem ser obrigado a fazer alguma coisa contra a sua vontade. E principalmente sem ser consultado. Assim, devemos tratar nossas “partes” como pessoas e convencê-las de que o novo comportamento a ser adotado não a prejudicará.
Cada parte deve saber sobre as vontades das outras. E ambas precisam ser atendidas para que o seu sistema neurológico mantenha o equilíbrio. Afinal, você não quer parar de fumar e começar a beber ou a comer doce no lugar não é? Assim, cada “parte”, para deixar de fazer o que faz, precisa ser “convencida” de que o comportamento que vai ser adotado é positivo e vai trazer melhor resultado para o organismo como um todo do que aquele que vai ser abandonado. Se não houver esse convencimento, ela simplesmente o boicotará.
Assim, a melhor coisa a fazer é promover um encontro entre as duas “partes” e negociar um acordo entre elas. Isso é fácil de fazer e não exige muito esforço nem muita sabedoria. Só habilidade de negociação. Abaixo vamos mostrar como fazer isso, mas antes queremos dar algumas dicas.
a) Nunca critique a “parte” que gera o comportamento indesejado, pois ela sempre o faz com intenção positiva. Reconheça que o comportamento indesejado tem aspectos positivos, mas faça-a sempre reconhecer as vantagens que haveria para o organismo em se adotar uma nova resposta.
b) Transforme qualquer aspecto negativo do comportamento que você quer adotar (parar de fumar, se for o caso), em aspecto positivo, sem, no entanto, contradizer a “parte” responsável pela geração do comportamento oposto. Por exemplo, se a “parte” fumante disser que “ficar sem fumar em uma reunião de trabalho a deixará impaciente” você pode dizer para ela "que isso é verdade" e a abstinência fará com que você “pense e fale mais claramente na reunião, além de eliminar o hálito horrível que o tabaco provoca.” (Não use conjunções adversativas do tipo mas, só que, no entanto, etc. Use conjunções aditivas, como se você estivesse adicionando ao invés de subtrair.)
c) Observe atentamente a linguagem que elas usam quando estiverem “falando”com você. Que tipo de verbo utilizam? Verbos visuais como ver, clarear, mostrar, notar, etc.? Verbos auditivos como ouvir, escutar, soar, falar, etc? Verbos cinestésicos como sentir, pressionar, pegar, bater etc. Essas informações são importantes para quando você estiver conversando com suas “partes” você saber falar a “linguagem” delas.
Com essas recomendações em mente, experimente fazer o exercício a seguir.
1- Sente-se em uma cadeira e procure ficar bem relaxado. Feche os olhos, respire calmamente. Abra as duas mãos em cima dos joelhos. Na mão direita imagine que ali está a “parte” que é responsável pelo comportamento (fumar, se é este o caso). Na mão esquerda imagine que está a parte que não quer que você fume.
2- Crie uma imagem visual delas, como se fossem, realmente, pessoas com quem você pode conversar. Peça à parte que está na mão direita que faça um movimento vertical com o dedo indicador quando a resposta for sim e um movimento horizontal quando a resposta for não. (ou qualquer outro movimento que for fácil para você identificar se a resposta é sim ou não).
3- Converse com a parte da mão direita. Descubra qual é a intenção dela em querer com que você fume. Reconheça a utilidade da intenção, quer dizer, que ela é positiva, pois a “parte” nunca lhe sugeriria algo que “pensa” que é prejudicial a você. Lembre-se que a intenção dela é sempre positiva. Você pode descobrir a positividade de uma intenção segmentando a informação sempre para cima, isto é, perguntando, a cada resposta dada pela “parte”, qual o bem que ela quer fazer para você com esse comportamento.
4- Descoberta a intenção positiva da “parte” fumante, verifique se ela conhece a outra “parte” (a que não quer que você fume). Indague dos motivos, escute as considerações dela, indague das razões e das concessões que ela estaria disposta a fazer à outra “parte”. Pergunte, inclusive, se ela estaria disposta a conversar com a “parte” não fumante.
5- Converse agora com a “parte” que está na mão esquerda. Descubra a intenção positiva dela em querer que você pare de fumar. O processo é o mesmo utilizado no item 3.
6- Apresente uma ‘parte” para a outra e conduza a negociação. Verifique como uma pode ajudar a outra. Que recursos, que informação uma possui para ajudar a outra a fazer a escolha certa? Estão dispostas a colaborarem entre si para o seu bem? Se a resposta for um sim, fale novamente com a “parte” fumante e faça-a ver as vantagens de parar de fumar.
7- Proceda como indicado no item 3, sempre transformando em aspecto positivo qualquer negativa que a “parte” fumante apresentar. Negocie com a “parte “ fumante a geração de um novo comportamento (não fumar) que será gerado pelas duas “partes” juntas. Se você encontrar dificuldades para fazer com que a “ parte” fumante se comprometa a cooperar na geração do novo comportamento, faça-a imaginar como seria se ela já tivesse adotado o novo comportamento. Faça-a imaginar o que ela veria, o que diria, o que sentiria se isso já fosse verdade.
8- Depois de obtido o consenso das ‘partes”, imagine uma integração entre as duas, como se elas estivessem se juntando para formar uma terceira . (Junte as duas mãos como se estivesse fundindo-as em uma só).
9- Pergunte a todas as “partes” de sua personalidade se alguma, entre elas, se opõe a esse acordo. Se a resposta for satisfatória, diga que elas continuam vivas e ativas dentro de você, para o caso de serem requisitadas e que todas as “partes” de sua personalidade reconhecem a utilidade de ambas. Verifique se elas estão satisfeitas com o acordo e depois agradeça a colaboração que elas lhe deram.
10- Observe essa “terceira parte” que foi gerada pela integração das duas. Veja como ela se comporta. Como ela fala, sua postura, os gestos, a inflexão de voz. Associe a essas imagens uma palavra, um som qualquer, ou um toque em algum lugar do seu corpo para ancorar essas posturas.
11- Por último faça um teste. Pense em uma situação em que você sente compulsão para fumar: uma reunião de trabalho, um “papo” com os amigos, um momento de tensão na família, no trabalho etc. Quando estiver associado a essa experiência, faça ( ou o som) que você escolheu para “ancorar” esse novo comportamento. Veja o que você está sentido a respeito.
Esse exercício, em PNL se chama Squash visual. É muito eficiente para mudar comportamentos que estão nos trazendo prejuízos ou constrangimentos. Para uma demonstração prática freqüente uma das nossas reuniões.
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DO LIVRO “ À PROCURA DA MELHOR RESPOSTA”. ED 24X7, 2º EDIÇÃO, SÃO PAULO ,2010.
Se você tem um hábito que gostaria realmente de não ter (fumar, beber demais, comer coisas que não gostaria de comer, roer unhas, por exemplo) considere o seguinte:
Se você fuma, por exemplo, mas não quer realmente fumar, então existem em você duas “partes” antagônicas que precisam entrar em acordo. Uma delas acha que fumar é bom para você, outra acha que é ruim. Fumar é um “programa” que você instalou em determinado momento da sua vida porque ele lhe dava prazer. Mas agora você instalou outro “programa” que lhe diz esse comportamento precisa ser mudado porque há interesses maiores no seu organismo que precisam ser atendidos. Questões de saúde, a rejeição social que o tabaco está enfrentando, e todas as demais inconveniências que o hábito provoca.
Só que tentar substituir simplesmente um “programa “por outro não vai funcionar. Hábitos são “partes” do seu sistema neurológico e vão resistir se você tentar se livrar deles. E quanto mais você tentar fazer isso na “valentona”, mais você vai sofrer. Quem tentou parar de fumar ou beber por si mesmo sabe do estou falando.
As nossas “partes” são como pessoas. Ninguém gosta de ser privado de alguma coisa sem o seu consentimento, nem ser obrigado a fazer alguma coisa contra a sua vontade. E principalmente sem ser consultado. Assim, devemos tratar nossas “partes” como pessoas e convencê-las de que o novo comportamento a ser adotado não a prejudicará.
Cada parte deve saber sobre as vontades das outras. E ambas precisam ser atendidas para que o seu sistema neurológico mantenha o equilíbrio. Afinal, você não quer parar de fumar e começar a beber ou a comer doce no lugar não é? Assim, cada “parte”, para deixar de fazer o que faz, precisa ser “convencida” de que o comportamento que vai ser adotado é positivo e vai trazer melhor resultado para o organismo como um todo do que aquele que vai ser abandonado. Se não houver esse convencimento, ela simplesmente o boicotará.
Assim, a melhor coisa a fazer é promover um encontro entre as duas “partes” e negociar um acordo entre elas. Isso é fácil de fazer e não exige muito esforço nem muita sabedoria. Só habilidade de negociação. Abaixo vamos mostrar como fazer isso, mas antes queremos dar algumas dicas.
a) Nunca critique a “parte” que gera o comportamento indesejado, pois ela sempre o faz com intenção positiva. Reconheça que o comportamento indesejado tem aspectos positivos, mas faça-a sempre reconhecer as vantagens que haveria para o organismo em se adotar uma nova resposta.
b) Transforme qualquer aspecto negativo do comportamento que você quer adotar (parar de fumar, se for o caso), em aspecto positivo, sem, no entanto, contradizer a “parte” responsável pela geração do comportamento oposto. Por exemplo, se a “parte” fumante disser que “ficar sem fumar em uma reunião de trabalho a deixará impaciente” você pode dizer para ela "que isso é verdade" e a abstinência fará com que você “pense e fale mais claramente na reunião, além de eliminar o hálito horrível que o tabaco provoca.” (Não use conjunções adversativas do tipo mas, só que, no entanto, etc. Use conjunções aditivas, como se você estivesse adicionando ao invés de subtrair.)
c) Observe atentamente a linguagem que elas usam quando estiverem “falando”com você. Que tipo de verbo utilizam? Verbos visuais como ver, clarear, mostrar, notar, etc.? Verbos auditivos como ouvir, escutar, soar, falar, etc? Verbos cinestésicos como sentir, pressionar, pegar, bater etc. Essas informações são importantes para quando você estiver conversando com suas “partes” você saber falar a “linguagem” delas.
Com essas recomendações em mente, experimente fazer o exercício a seguir.
1- Sente-se em uma cadeira e procure ficar bem relaxado. Feche os olhos, respire calmamente. Abra as duas mãos em cima dos joelhos. Na mão direita imagine que ali está a “parte” que é responsável pelo comportamento (fumar, se é este o caso). Na mão esquerda imagine que está a parte que não quer que você fume.
2- Crie uma imagem visual delas, como se fossem, realmente, pessoas com quem você pode conversar. Peça à parte que está na mão direita que faça um movimento vertical com o dedo indicador quando a resposta for sim e um movimento horizontal quando a resposta for não. (ou qualquer outro movimento que for fácil para você identificar se a resposta é sim ou não).
3- Converse com a parte da mão direita. Descubra qual é a intenção dela em querer com que você fume. Reconheça a utilidade da intenção, quer dizer, que ela é positiva, pois a “parte” nunca lhe sugeriria algo que “pensa” que é prejudicial a você. Lembre-se que a intenção dela é sempre positiva. Você pode descobrir a positividade de uma intenção segmentando a informação sempre para cima, isto é, perguntando, a cada resposta dada pela “parte”, qual o bem que ela quer fazer para você com esse comportamento.
4- Descoberta a intenção positiva da “parte” fumante, verifique se ela conhece a outra “parte” (a que não quer que você fume). Indague dos motivos, escute as considerações dela, indague das razões e das concessões que ela estaria disposta a fazer à outra “parte”. Pergunte, inclusive, se ela estaria disposta a conversar com a “parte” não fumante.
5- Converse agora com a “parte” que está na mão esquerda. Descubra a intenção positiva dela em querer que você pare de fumar. O processo é o mesmo utilizado no item 3.
6- Apresente uma ‘parte” para a outra e conduza a negociação. Verifique como uma pode ajudar a outra. Que recursos, que informação uma possui para ajudar a outra a fazer a escolha certa? Estão dispostas a colaborarem entre si para o seu bem? Se a resposta for um sim, fale novamente com a “parte” fumante e faça-a ver as vantagens de parar de fumar.
7- Proceda como indicado no item 3, sempre transformando em aspecto positivo qualquer negativa que a “parte” fumante apresentar. Negocie com a “parte “ fumante a geração de um novo comportamento (não fumar) que será gerado pelas duas “partes” juntas. Se você encontrar dificuldades para fazer com que a “ parte” fumante se comprometa a cooperar na geração do novo comportamento, faça-a imaginar como seria se ela já tivesse adotado o novo comportamento. Faça-a imaginar o que ela veria, o que diria, o que sentiria se isso já fosse verdade.
8- Depois de obtido o consenso das ‘partes”, imagine uma integração entre as duas, como se elas estivessem se juntando para formar uma terceira . (Junte as duas mãos como se estivesse fundindo-as em uma só).
9- Pergunte a todas as “partes” de sua personalidade se alguma, entre elas, se opõe a esse acordo. Se a resposta for satisfatória, diga que elas continuam vivas e ativas dentro de você, para o caso de serem requisitadas e que todas as “partes” de sua personalidade reconhecem a utilidade de ambas. Verifique se elas estão satisfeitas com o acordo e depois agradeça a colaboração que elas lhe deram.
10- Observe essa “terceira parte” que foi gerada pela integração das duas. Veja como ela se comporta. Como ela fala, sua postura, os gestos, a inflexão de voz. Associe a essas imagens uma palavra, um som qualquer, ou um toque em algum lugar do seu corpo para ancorar essas posturas.
11- Por último faça um teste. Pense em uma situação em que você sente compulsão para fumar: uma reunião de trabalho, um “papo” com os amigos, um momento de tensão na família, no trabalho etc. Quando estiver associado a essa experiência, faça ( ou o som) que você escolheu para “ancorar” esse novo comportamento. Veja o que você está sentido a respeito.
Esse exercício, em PNL se chama Squash visual. É muito eficiente para mudar comportamentos que estão nos trazendo prejuízos ou constrangimentos. Para uma demonstração prática freqüente uma das nossas reuniões.
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DO LIVRO “ À PROCURA DA MELHOR RESPOSTA”. ED 24X7, 2º EDIÇÃO, SÃO PAULO ,2010.