Brinquedo e Brincadeira na Educação Infantil Japonesa

Kishimoto, T. M. Brinquedo e Brincadeira na Educação Infantil Japonesa: Proposta Curricular nos anos 90. Educação e Sociedade, ano XVIII, nº60. Dezembro de 1997. Disponível em: http//:www.web_japan.org/factsheet/pdf/educatio.pdf.

Possui Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Lestras Auxilium no ano de 1965. Graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil em 1967. Mestrado em Educação (Conceito CAPES 5). Pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: J. Bruner: contribuição para o desenvolvimento do currículo, no ano de 1976. Doutorado em Educação em 1986 (Conceito CAPES 5) . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Pós-Doutorado na Universite de Paris XIII (Paris-Nord) em 1990. Bolsista do: Banco Internacional de Desenvolvimento, especialização em Educação Pré-Escolar. Pós-Doutorado. Gakuguei Daigaku University, em 1996. Bolsista do: Japan International Cooperation Agency, especialização em Educação Pré-Escolar. Pós-Doutorado na Universite de Paris XIII (Paris-Nord). Bolsista do: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil, no ano de 1996, especializando-se em Educação Pré-Escolar. Pós-Doutorado pela Universite de Paris XIII (Paris-Nord),no ano de 1999. Bolsista do: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil, especialisando-se em Educação Pré-Escolar. Atualmente trabalha na Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada, situada na Avenida da Universidade 308 - Bloco A Sala 132 - Cidade Universitária – Butantã.

Tizuko Morchida Kishimoto atua no campo da Educação Infantil, focalizando estudos sobre Formação de Professores, Propostas Pedagógicas, História e Políticas Públicas, Museu e Brinquedoteca, Letramento e o Brincar. Produz materiais pedagógicos destinados a professores e a comunidade em geral, para educação de crianças cegas (Braille-virtual, lupa), organiza e mantém curso à distância para formar profissionais para atuar em brinquedotecas e disponibiliza, gratuitamente, materiais digitais para os interessados na ludicidade. Tem utilizado recursos da pesquisa-ação para envolver profissionais da rede pública de São Paulo para melhorar a qualidade da práxis e a discussão das Pedagogias da Infância. Mantém grupo de pesquisa no Brasil, em rede com grupos internacionais para discutir a infância, as pedagogias, entre os quais, a Universidade do Minho. Relaciona-se com grupos de pesquisadores em Parmal, Itália e, na França, com a Universidade Paris 13 para estudar as especificidades do brincar e da infância. Especializa-se no campo dos jogos e brincadeiras, mantendo contato com pesquisadores do International Toy Research Association. Entre outros interesses pesquisa a cultura da infância em diferentes países, entre os quais o Japão, a França e Portugal.

A autora traz dois momentos que interligam-se com a reformulação educacional, sendo, a “globalização” e a “internacionalização” do currículo, deixando de lado o caráter da ludicidade para a objetivação dos altos índices de escolarização, devido ao trabalho com conteúdos implicitamente agregados com o caráter de competitividade entre os membros do mesmo grupo. Sendo a partir dos anos 90 que a escola japonesa sofre forte predominância da privatização educacional, passando a ser as escolas particulares as maiores responsáveis pela educação infantil dos jardins de infância de 03(três) aos 05(cinco) anos de idade.

Desta forma o “brincar” passa a ser valorizado como o desenvolvimento de atividades livres, o currículo passa a ser trabalhado integrado ao meio ambiente e desenvolvendo capacidades como a linguagem e a expressão do aluno, visando a socialização deste ser. Enquanto isso, as práticas e as visões dos professores sobre o brincar voltam-se a valorização da cooperação, socialização, independência e expressão de sentimentos, sendo estimulados a desenvolverem-se por meio de atividades prazerosas, sendo assegurado o ideal de aluno pela infra-estrutura que as escolas japonesas possuem, destas a maior parte são consideradas de primeiro mundo.

Ainda, o fazer pedagógico japonês segue perspectivas de especialistas, como o professor Ogawa, que incita uma prática pautada no trabalho com “brinquedos e materiais”, “espaço físico ajustado” e “a presença de amigos para interação social”.

Desta forma, sua obra trata do currículo japonês como tendo mais que uma função formativa, passando a ser o responsável pela integração do sujeito na sociedade.

Com tratamento diferenciado, a autora procura fazer a devida contextualização do percurso educacional, junto à apresentação da coleta dos dados pertinentes à discussão proposta, para que assim, possa fazer entender sua perspectiva quando a educação japonesa.

Neste trabalho, a característica mais visível é o modelo como desenvolve o conteúdo, fazendo uso de uma linguagem técnica.

Contudo, a autora faz sua conclusão ao finalizar a obra, com a intenção de revisar o leitor quanto à proposta curricular japonesa, esta que é mostrada sendo embasada no brincar com enfoque para um desenvolvimento cultural mais amplo. Mostrando ainda a necessidade da mudança de visão das novas gerações, para permanecer neste enfoque educacional, uma vez que esta sendo deixado o caráter celetista e competitivo.

Desta maneira situa-se criticamente quanto à existência de uma diferenciação econômica e/ou social no fazer educacional, diferenciações estas, que reproduziram – e reproduzem ainda – a cultura local.

Sua maior contribuição está na criação de um conceito educacional, remetido ao brincar livre no desenvolvimento infantil, levando-se em consideração o trabalho com o ambiente como sendo agente facilitador da aprendizagem.

Mantendo em seu trabalho um objeto fixo, desenvolve de forma clara e precisa suas intenções com uma linguagem formal, adequada ao tipo de trabalho exposto.

Focada em pesquisas no campo educacional, especialmente em se tratando do trabalho com o brincar, sua obra volta-se a um público dirigido, sendo estes, graduandos ou especialista em licenciatura nas fases iniciais do desenvolvimento cognitivo da criança, e para especialistas e/ou críticos na área educacional.