Meninas bonitas não são pra casar
Meninas bonitas não são pra casar
by Geyme Lechner Mannes
Páginas: 416
ISBN: 978-85-63557-03-2
Público-alvo: Adultos de ambos os sexos
Faixa etária: 16+
O título do livro: Meninas bonitas não são pra casar, embora nos transmita a idéia de uma obra juvenil, é um romance cruel. Ambientado no Brasil, inicialmente em 1951, a obra gira em torno de Roberta, vítima de violência sexual, protagonizada pelo próprio pai.
Mulheres infelizes, traições e uma cultura extremamente machista dão vida à obra. Misturados a um enredo que retrata, posteriormente, a era Vargas (presidente e mentor de uma ditadura imposta ao Brasil na década de 40), o romance apresenta ainda, importantes aspectos dos costumes brasileiros, apimentados com uma dose de samba, bossa nova, corrupção e mulheres obsessivamente apaixonadas.
Roberta abre as portas do romance com a vida na cidade da Chapada diamantina, Bahia, 1951. Nesta cidade magnífica, as primeiras páginas retratam as crendices acerca do Candomblé, sonhos naufragados de adolescente, problemas familiares e as inúmeras dúvidas acerca do primeiro amor.
Roberta é uma jovem inteligente, porém tímida: Livros e fantasias preenchem o cotidiano de seus dias, envolvendo-nos nas interpretações e dúvidas da personagem, uma garota atípica, carente e solitária. Embora inexperiente e ainda muito infantil, comparada com outras meninas de sua idade, apaixona-se pelo rapaz mais cobiçado da cidade. Torna-se alvo da inveja de muitas garotas, inclusive da própria irmã. Ignorando a platéia que se volta contra ela, inicia um namoro promissor e é pedida em casamento alguns meses depois.
Convicta de haver encontrado felicidade naquela vida sem sentido, Roberta tem seu destino marcado pelas mãos do próprio pai.
Completamente embriagado numa noite qualquer, deslumbrado com a visão de uma filha cada vez mais parecida com a esposa que tanto o despreza, ele invade o quarto de Roberta sorrateiramente e a violenta com brutalidade. Em seus pensamentos, tem a certeza de não fazer nada errado, acredita piamente que “Deus a enviara às suas mãos, para reviver os tempos em que ele e a esposa eram felizes”:
“...Seja boazinha Cristina! Não me despreze mais, tudo vai ser como antes!”. Citando o nome da esposa nos ouvidos da filha, silenciando com mãos gigantes, a dor e o sofrimento da garota.
Fragilizada e ferida, ela relata o acontecido à mãe, diante da irmã e do próprio pai que a desmente. Esperançosa de apoio e compreensão, contrariando seus anseios, a mãe a expulsa de casa.
Roberta se vê forçada a abandonar o garoto que ama para recomeçar sua vida em outro lugar.
Rio de Janeiro, 1954. A menina inocente da Bahia é enterrada para dar lugar a uma escritora determinada e ao mesmo tempo, estranha. Novos relacionamentos que naufragam e infundadas tentativas de resgatar uma pessoa que um dia fora boa. Algo neste personagem perdeu-se para sempre. Roberta inicia uma relação perigosa com um homem envolvido na política de Vargas. O insucesso de uma tentativa de assinato ao principal opositor do presidente, obriga-o a deixar o país às pressas.
Novamente sozinha, ela parte para cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde conhece Daniel, um homem dotado de uma beleza extraordinária e uma personalidade encantadora. Roberta enxerga nele, a chance para amar e construir uma vida menos solitária.
Após envolver-se completamente nessa relação, descobre que este galanteador por quem se apaixona é casado, e tanto Clara, a esposa traída, como Roberta, estarão dispostas as mais terríveis atrocidades para não perdê-lo.
Entre a loucura de duas mulheres apaixonadas, é lançado o veredicto de um belo homem.