O menino do pijama listrado, John Boyne

BOYNE, John. O menino do pijama listrado: uma fábula. Trad.Augusto Calil. São Paulo: Cia das Letras, 2007.

Uma leitura simplesmente encantadora O menino do pijama listrado é um livro que nos remete ao terror do sistema nazista e embora “encantadora” pareça um adjetivo contraditório para esta temática, a história é contada de maneira diferente, através dos inocentes olhos de Bruno e Shmuel, ambos possuem a mesma idade e por uma incrível coincidência nasceram no mesmo dia, mês e ano, no entanto as semelhanças acabam por aí.

O primeiro é uma criança alemã que vive com seus pais e sua irmã, três anos mais velha, chamada Gretel, também conhecida como um Caso Perdido. Ele é filho de um respeitado soldado nazista e nem sequer compreende o que isto significa, pois não fazia idéia do que acontecia em seu país naquela época. Um dia, ao ser indagado pelos coleguinhas a respeito da profissão do pai ele não soube responder com precisão.

Já o segundo é um triste polonês vítima do nazismo vigente na Europa, por isso veste um pijama listrado e mora do outro lado da cerca de arame farpado cenário que é a visão que Bruno tem da janela do seu quarto.

Antes de mudar-se para Haja -Vista Bruno morava em Berlim e habitava uma bela casa com um enorme corrimão de escada que lhe servia de diversão como escorregador. Certa vez, ao chegar à casa Bruno recebeu a notícia, através de sua mãe, que ele e todos ali, inclusive os criados, teriam que se mudar para outro lugar fora da cidade. Ao saber deste fato o garoto ficou desolado, pois pensa nos amigos que terá que deixar para trás, seus três melhores amigos de toda vida. A justificativa para tal mudança foi a de que seria necessário mudar de cidade por causa do emprego do pai que fora promovido pela “Fúria” e agora era comandante.

O “Fúria” na verdade era o führer Adolf Hitler descrito por Bruno como um homem de estatura baixa, cabelos curtos e um pequeno bigode que parecia inacabado. Ele o chamava assim porque não sabia pronunciar corretamente o tal título militar. Certa noite o temido führer foi jantar em sua casa na companhia de uma linda mulher loira. Seus pais pareciam nervosos com a visita dele e foi nesta noite que o pai de Bruno recebeu ordens para mudar de cidade.

Ao chegar à casa nova, Bruno ficou muito impressionado com a feiúra do local, bem como com o tamanho da casa que comparada a anterior era considerada pequena. Não havia vizinhança, nem crianças e Bruno relutava em entender o porquê dele estar ali naquele lugar.

Pela nova casa, volta e meia circulavam alguns soldados e oficiais, entre eles, o tenente Kotler um rapaz de dezenove anos bonito e vistoso pela qual Gretel se encantou. Bruno não tinha muito contato com ele, mas mesmo assim não gostava dele, principalmente após o episódio do jantar, em que por um descuido Parvel, o servente da casa, derramou vinho no colo de Kotler e foi muito mal- tratado por este. Tudo no tenente incomodava Bruno.

Em Haja- Vista Bruno sentia-se entediado e o seu pai decidiu contratar um professor particular para ele e para a irmã, a fim de instruí-los e ocupar-lhes o tempo. Eles tinham aulas pela manhã e pela tarde. Mesmo assim Bruno ainda tinha tempo de sobra e para se distrair um pouco resolveu fazer ali naquele lugar o que mais gostava de fazer na sua antiga casa: brincar de exploração. Então resolveu sair andando para descobrir o que havia depois da cerca que conseguia ver do seu quarto no segundo andar.

E em um dia qualquer Bruno decidiu ir explorar e andou por mais ou menos uma hora até que de repente avistou algo que parecia um vulto e depois tomou forma de um menino pequenino e magro de aparência frágil já citado no início chamado Shmuel. Ao vê-lo Bruno se aproximou ainda mais da cerca e disse um “olá!” tentando estabelecer algum contato. Depois deste dia os dois meninos tornaram-se grandes amigos e Bruno ia visitar Shmuel todas as tardes exceto nos dias chuvosos.

O tempo passou e a ligação entre os meninos tornava-se cada vez maior. Ninguém na casa de Bruno sabia das suas saídas muito menos da sua amizade com o menino de pijama listrado que se resumia a longas conversas sobre suas vidas já que devido a cerca eles não podiam brincar. Bruno não entendia o motivo daquela segregação e em uma conversa com Gretel descobriu que os do lado oposto eram judeus, mas isto não significou nada para ele.

Enquanto Bruno se distraia com seu novo amigo sua mãe sentia-se cada vez mais aborrecida com o fato de viver amuada naquela cidade, então resolveu conversar com o marido e pedir para voltar para Berlim com os filhos. Depois de ponderar ele permitiu o retorno dos três, mas não pode acompanhá-los.

Sabendo do seu retorno a Berlim Bruno teve uma idéia, ele decidiu burlar a segurança e passar para o outro lado da cerca, e para realizar tal façanha pediu a ajuda de Shmuel. Este conseguiu para um amigo um pijama igual ao dele. Na sua última tarde em Haja – Vista Bruno fez o mesmo percurso de todos os dias e se infiltrou em meio a multidão de judeus e ...

Só saberá o final da epopéia de Bruno quem lê o livro.

O menino do pijama listrado é uma leitura interessante, com uma linguagem leve que prende o leitor até o fim.

Carla Mari
Enviado por Carla Mari em 21/05/2010
Código do texto: T2270392
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