Resenha do livro: A criatividade com a literatura infanto juvenil

Faculdade Dom Pedro II

RESENHA DO LIVRO: A CRIATIVIDADE COM A LITERATURA INFANTO JUVENIL

OLÍVIA DOS SANTOS NASCIMENTO

Resenha do livro: A criatividade sobre a literatura Infanto Juvenil , apresentada como requisito parcial da disciplina :Ensino da Literatura Infantil para jovens e crianças , do curso de Letras da Faculdade Dom Pedro II, sob a orientação do prof. MS.Antonio Ribeiro Fagundes.

Conceição do Almeida, Janeiro de 2010

RESENHA: A INFLUÊNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NO APRENDIZADO DE CRIANÇAS E JOVENS

GALLO, José Eduardo.A Criatividade com a literatura infanto-juvenil – São Paulo: Arte & Ciência, 2000.

José Eduardo Gallo, possui Ensino-Fundamental-Primeiro-Grau pelo Ginásio cardeal Motta (1969, Ensino-Médio-Segundo-Grau pelo Centro Educacional Objetivo (1973), graduado em Psicologia Clínica pelo Instituto Paulista (1982), aperfeiçoamento em Aconselhamento Psicológico pelo Instituto Unificado Paulista (1983) e aperfeiçoamento em Psicoterapia Infantil (Ludoterapia) pelo Instituto Unificado Paulista (1985), especialização em Psicologia Clínica (Lato Sensu) pela Universidade Paulista (1990), mestrado em Mestrado em Educação pela Universidade Paulista (1994). Realizou inúmeros estágios e cursos na área de sua especialização sendo de ressaltar o de Psicoterapia de Grupo: Adolescentes e Adultos; Psicoterapia Infantil Superdotados e Aconselhamento Psicológico. Tem intensa participação em Congressos, Simpósios e Seminários. Atualmente é funcionário da Universidade Paulista na administração superior da vice reitoria de planejamento, administração e finanças. Publicou o livro: A Criatividade com a Literatura Infanto-Juvenil, 1 ed. São Paulo: Arte & Ciência, 2000, p. 98; Trabalhos completos em anais de Congressos: A literatura como agente de facilitação. In: II Congreso Iberoamericano de Psicología, 1998, Madrid. CD-ROM dos Anais do II Congreso Iberoamericano de Psicología. Madrid, España : Colégio Oficial de Psicólogos - COP, 1998. Criança Tem Cada Idéia! Em busca da criatividade na literatura infanto-juvenil. São Paulo: Universidade Paulista (Mestrado em Educação), 1994 (Dissertação).

Um tributo e atributo da inteligência. São Paulo: Universidade Paulista (Pós-Graduação Lato Sensu em Psicologia Clínica), 1990 (Monografia).

O autor analisa os conceitos de criatividade numa linha de tempo identificando neles o ponto comum. Ele chama atenção para o processo criativo e imaginário que a criança tem e que desperta ao ouvir ou ler uma história infantil, enfatizando que a criança vivencia todo o universo que envolve as personagens das histórias. Gallo, cita Winnicott (1990, p. 130-31) para mostrar os dois mundos paralelos em que a criança vive, já que ela é criativa e até uma determinada idade tem que renascer novamente para se libertar de suas angustias, podendo explorar o desconhecido.

No livro a Criatividade com a literatura Infanto Juvenil , o autor inicia uma ampla reflexão sobre o que é criatividade, e sobre os padrões utilizados pela escola para a transmissão de conhecimentos, e habilidades. Esses questionamentos surgiram nos primeiros nos em que o Profº. José Eduardo Gallo começou a lecionar na Universidade, a partir das suas observações perante o comportamento dos alunos .Alguns anos depois ao trabalhar como orientador psicopedagógico ele percebeu que alguns dos seus alunos destacavam-se dos demais não pela sua conduta em sala de aula , pois eram rotulados como indisciplinados, mas porque sua produção escolar se diferenciava do seu caráter criativo.

A partir de observações do comportamento de crianças em relação as histórias de conto de fadas , ele observou que os mesmos podem contribuir para o desenvolvimento do potencial criativo delas, pois segundo o autor tanto na criança como no adulto, o inconsciente é um determinante poderoso do comportamento no que se refere ao comportamento. Observou-se também que toda ação de ouvir histórias estabelece relações não apenas com o mundo dos objetos(as histórias infantis).

A criatividade vem sendo estudada durante anos, as principais linhas de investigação são: as etapas do processo criativo, a estética criativa, as características de personalidade das pessoas criativas, o potencial criador entre outras. Após um detalhado estudo sobre as linhas de investigação da criatividade e as principais definições, o autor se interessou em pesquisar como a psicologia trabalha esta questão. Entre diferentes sistemas de pensamento que explicam a criatividade, encontram –se abordagens do tipo associativa, comportamental, gestalista, humanista, estruturalista e cognitiva. Alguns estudos revelam que indivíduos com elevada inteligência não são necessariamente aqueles com nível elevado de criatividade.

Ainda hoje não encontrou-se uma resposta definitiva sobre a criatividade: se seria uma instância distinta da personalidade, se estaria relacionada a um atributo da inteligência, ou se poderia ser relacionada como um tipo de inteligência.

Nessas circunstâncias, o autor afirma que a criatividade consiste na possibilidade de um individuo poder elaborar novas alternativas, antevendo o que ainda não existe, e por meio da especulação sobre as possibilidades de realização e do melhor cominho para executá-las, pode fazê-las existir tanto para si como para as demais, dando, dessa forma significação a sua vida, e que, neste processo estão envolvidas além da cognição e da imaginação fatores emocionais. Segundo ele tudo o que ocorrer na infância terá seus reflexos, mais ou menos marcantes, na vida adulta.

O conceito de espaço transacional, que se forma no campo das relações, desde a mais tenra idade do individuo, por meio das experiências relacionadas a percepção dos fatos externos, com manifestações de sua realidade interna.

...Freud sustentava a tese da “catharsis” que a criatividade se origina de um conflito dentro do inconsciente , sendo a pessoa criadora e a neurótica impelidos palas mesmas forças, diferindo apenas na canalização dessa energia inconsciente: a pessoa criadora usa e aceita as ideias que surgem livremente e as produções do ser inconsciente.(p.23)

No momento da primeira mamada a criança desenvolve condições para que o bebê comece a criar por meio da ilusão de que seio e aquilo que ele representa foram criados por esta, é nesse momento que a sua memória suscita e suscitara no desenvolvimento emocional da criança . Com o passar do tempo acreditando que a sua mãe o ampara e compreende , o bebê pode começar a tolerar a ausência da mãe.

O objeto transicional não é interno (conceito mental, é uma possessão).Não é, ainda, objeto , em si , que é transicional. É por tanto, por meio do brinquedo e do brincar bem como os fenômenos transicionais, que é formada a base para a experiência cultural.

É por meio das primeiras experiências na infância que a criança encontra-se com as primeiras relações objetivais , que delimitarão o pensamento criativo , é desta forma que a criança elabora e resolve seus problemas por meio de brincadeiras , jogos ou dramatizações , o adulto também resolveria seus conflitos através da produção criativa.

Winnicott (1989) reforça a posição de Klein ao afirmar sobre a origem da criatividade: dessa forma em função de seu alto grau de adaptação durante esses tempos iniciais , essas primeiras relações de objeto capacitam o bebê a experimentar a onipotência : a encontrar realmente aquilo que ele cria , e a criar e vincular isso com o que é real. resultado pratico é que cada bebê comece uma nova criação do mundo.(p.39)

A criatividade fundamenta-se na capacidade de apresentar novas formas de caminhar em direções inusitadas e libertar-se do comum, do conhecido. Um dos maiores limites as possibilidades do viver criativo é estabelecido por um sistema cujas crenças e normas são impostas a criança , por moldes próprios dos adultos.

A história das culturas e o modo pelo qual elas foram sendo transmitidas de geração para geração, verificamos que essa transmissão tem por base a literatura , oral ou escrita.

No Brasil a literatura Infanto Juvenil teve seu inicio com as obras pedagógicas .Monteiro Lobato deu inicio a fase da literatura infanto-juvenil brasileira , sua produção era diversificada centrada em alguns personagens que transmitiam num universo ficcional.

Sabe-se no entanto que ao escolher um livro para a criança , ela poderá apropriar para “ter um comportamento adequado” ao mundo em que vive , pois o potencial criativo de uma criança precisa de condições facilitadoras , pois repousa-se sobre a tênue linha que separa , de um lado, a excessiva permissividade que sufoca a curiosidade e tira a graça dos desafios, e de outro, , sobre a castração do impulso de criar pela super proteção. As histórias infantis podem ajudar a criança na descoberta da sua identidade , além de propiciar comunicação com as demais , uma vez que alimentar a imaginação e estimular as fantasias no entanto o ato de ler em decorrência de sua natureza reveste-se de uma aptidão cognitiva e não se completa sem o exercício da compreensão. Busca-se investigar dentro da literatura Infanto Juvenil se a criatividade, como sabemos , atualmente os livros e manuais de redação bem como os professores , tem dado muito ênfase as produções criativas nos trabalhos escolares.

Para analisarmos a área da suposição entre dois espaços –da história e da criança- dois fatores precisam ser considerados: o conteúdo e a capacidade imaginativa. Pretende-se também apontar a importância de compreender a influencia do meio ambiente nos primeiros estágios do desenvolvimento desse potencial. Analisa-se também a partir da leitura do livro “A fada que tinha ideias, de Fernanda Lopes analisa a relação com o ambiente, com os personagens e sua relação para com o meio social.

Fica explicito que, a medida que a criança vai adquirindo novas capacidades a atenção dos pais vai gradativamente diminuindo , e que, se o processo de desilusão não estiver elaborado a consequência é a desgraça despedida(expulsa) do céu.

A criança acontece fora do espaço conhecido do adulto , num mundo longínquo de aventura .

O autor sugere ainda aos professores que os mesmos adquiram novas formas de se relacionar com os alunos novas formas de se relacionar com os alunos apresentando condições que brinquem com suas ideias estaremos recriando-as e essa recriação que desbloqueia e enriquece o pensamento imaginativo desses pequenos leitores.

Referência Bibliográfica.

FREUD, S.(1909) Obras completas. 3.ed.Madrid :Biblioteca Nueva,1973.3v.,La novela familiar neurótico.

WINNICOTT, D.W(1989) Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes.(Psicologia e Pedagogia).

GALLO, José Eduardo. (2000). A criatividade com a literatura infanto juvenil. São Paulo. Arte & Ciência.

Olívia dos Santos Nascimento
Enviado por Olívia dos Santos Nascimento em 20/05/2010
Reeditado em 29/10/2021
Código do texto: T2268927
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