VAMOS FALAR EM SONHOS?
Se você quer saber como instalar seus próprios “programas”, a primeira coisa a fazer é aprender a sonhar.
Sonhe à vontade, solte a sua imaginação, transforme sua mente em uma tela de cinema onde você se torna um Indiana Jones, vivendo as mais incríveis aventuras, realizando as mais espetaculares façanhas. Sonhe bastante, aproveite essa faculdade da sua mente, enquanto o governo não acha uma forma de transformar essa atividade num fato gerador de imposto. Não tenha medo de sonhar; afinal é no interior da sua mente que a sua vida será decidida e não nos fatos que ocorrem diariamente.
Um conselho: tenha muito cuidado com o que você sonha, pois os seus sonhos poderão se tornar realidade, mesmo que você não acredite neles. Não se esqueça que o seu inconsciente é uma espécie de lâmpada que abriga um gênio dos mais poderosos. Só que ele é muito burrinho, pois não sabe distinguir o que é sonho e o que é realidade. Para o inconsciente, sonhos, quimeras, fantasias, fatos, raciocínios, tudo é a mesma coisa. Ele não sabe distinguir os processos pelos quais a mente processa uns e outros.
E por que deveria? Afinal de contas, os sonhos, as quimeras as fantasias, as utopias, também são experiências internas. Para pensar uma quimera, para montar uma fantasia em nossa mente, nós temos que imaginá-la da mesma forma que pensamos em um plano de trabalho, na planta de uma casa, um mapa de viagem, um raciocínio matemático ou uma proposição filosófica. Não há diferenças fundamentais no processamento dessas informações.
Isso quer dizer que, em princípio, todo objetivo, toda meta, é mera imaginação fantasiosa. Só deixará de sê-lo no dia em que for transformada em um plano e a sua realização for tentada.Quando nós fundamos a AMOA, uma ONG que se dedica a preparar e promover a capacitação de jovens em risco de exclusão social, ajudando-os a se tornarem bons cidadãos e futuros profissionais bem sucedidos no mercado trabalho e na vida, o nosso objetivo parecia um sonho irrealizável. Não possuíamos um único centavo para aplicar, não recebíamos verbas públicas, não tínhamos conhecimento de organizações de Terceiro Setor, nem experiência administrativa para lidar com a intrincada burocracia que rege esse segmento da economia. Éramos apenas quatro malucos a lutar contra as adversidades de um mercado de trabalho altamente competitivo e preconceituoso, a enfrentar autoridades extremamente desconfiadas e muito pouco colaborativas, a lidar com um público psicologicamente desesperançado, rancoroso e hostil, como costuma ser o grupo dos adolescentes excluídos socialmente.
Três anos após o início do nosso trabalho, já estávamos atendendo mais de mil adolescentes por ano, através de cinco projetos de largo alcance social. Só em nossa cidade, colocamos mais de mil adolescentes no mercado formal de trabalho, com todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. Uma boa parte deles já está devidamente inserida na sociedade e com a sua profissionalização a caminho. As metas que o Governo Federal, com seu programa “Primeiro Emprego” ainda não havia conseguido atingir, apesar de todos os recursos aplicados, o Programa Degrau, projeto no qual nos engajamos como parceiro das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, já havia superado em muito. Colocamos como aprendizes, no mercado formal de trabalho, mais de oitenta e cinco mil adolescentes em todo o estado de São Paulo.
Citamos o nosso exemplo apenas para mostrar como um sonho que parecia impossível pode se tornar realidade. Assim também ocorreu com as grandes invenções, os grandes impérios econômicos e políticos, as obras primas da literatura, da pintura, da arquitetura e todas as demais fábricas da engenharia humana, bem como as grandes conquistas da medicina e das ciências em geral, as descobertas geográficas e as grandes invenções. Em sã consciência, no século IV a C., quem poderia admitir que um jovem de apenas vinte anos pudesse conquistar metade do mundo, como o fez Alexandre Magno? Quem poderia sonhar que um dia alguém pudesse realizar o sonho do homem, de voar como um pássaro, como o fez Santos Dumont?
Quem poderia, antes de Marconi ter realizado o feito, imaginar que um dia
alguém poderia falar lá nos confins da China e ser ouvido nos fundões da
Patagônia?
Não tema os frutos da sua imaginação. Ao contrário, dê-lhes a chance de se tornarem projetos de vida.
As coisas que imaginamos são tão reais para a mente inconsciente quanto as vivências externas que o organismo experimenta diariamente. Ela simplesmente não distingue se são imaginações ou acontecimentos reais. Afinal de contas, são os mesmos neurônios que processam umas e outras. Por isso, o que acontece dentro de nós é tão importante quanto o que se passa na vida real, pois é no interior da mente que a nossa vida é decidida e não nas batalhas que lutamos diariamente.
Se analisarmos bem, veremos que a maioria das nossas limitações, em termos de comportamento, são frutos da nossa imaginação. Projetamos imagens das nossas ações no futuro e a elas associamos as barreiras que imaginamos que iremos encontrar. Mas se o futuro ainda não existe no mundo real, então as barreiras que lá colocamos também são imaginárias. Todavia, às vezes elas nos aparecem como muros impenetráveis, tão reais como se estivessem realmente ali, á nossa frente. Nós as imaginamos e a nossa mente as interpreta como retratos fiéis da própria realidade.
Em tudo isso, a boa noticia é que, se a nossa mente assume como verdadeiras as nossas fraquezas, ela também pode assumir como verdadeiras as nossas forças, quando projetamos para ela um estado dessa natureza.
Estados internos ricos de recursos podem ser canalizados através da nossa capacidade de imaginação. Afinal, tudo que fazemos na vida, é com a esperança de alcançar um estado interno agradável, o mais próximo possível do ideal. A felicidade, nesse sentido, pode ser entendida como um estado físico e mental no qual nós nos sentimos um ser no nível mais alto do seu desempenho. Isso explica porque há pessoas que se tornam adictas do sexo, das drogas, ou de comida; e também há quem pratique os mais estranhos rituais, ou busque realização nas diversas formas de arte ou profissão, sempre com a intenção de alcançar um estado interno de extrema satisfação psíquica. Do ponto de vista dessas pessoas, esses comportamentos lhes proporcionam picos máximos de prazer, no qual elas se sentem plenamente realizadas.
Não acredito que exista em nenhuma pessoa, ao nascer, qualquer predisposição ou herança genética, que a obrigue a escolher determinada forma de resposta para dar aos desafios da vida. Tudo que lhe acontece é conseqüência das escolhas que ela faz na vida, e estas são formuladas com base no modelo interior de mundo que ela formata em sua mente. Esse é o único conceito de carma que me parece incontestável.
Da mesma forma que nos modelos mentais que adotamos estão traçados os caminhos que podem levar uma pessoa ao mais terrível destino, o mapa do tesouro e a estrada da felicidade nele também estão assinalados. Por isso, vou repetir o conselho: tenha cuidado com os seus sonhos. Eles podem se transformar em realidade, quer você queira ou não. De repente, você pode sonhar tanto com determinada coisa que a sua mente acaba transformando o sonho em um plano, ou objetivo que precisa ser alcançado. E eis você correndo atrás de uma miragem, de uma quimera, de uma utopia. Mas também pode ser real. Você só saberá o quanto as coisas podem ser reais se tentar alcançá-las. Como bem observam Bandler e Grinder, a diferença entre uma pessoa normal e um esquizofrênico é que a primeira tem uma estratégia para diferenciar o que é real e o que não é, e a segunda não.
Tem outra coisa: tudo que nós sonhamos, ou desejamos ardentemente acaba se tornando um comando para a nossa mente inconsciente. E de repente, aquele geniosinho que mora ali dentro resolve obedecer a esses comandos. Só que ele não sabe o que é ética, moral, preceitos religiosos, convenções sociais, etc., nem conhece leis e regulamentos. Daí a forma como ele tenta realizar os nossos sonhos pode não ser muito correta. E às vezes pode ser perigosa. Por isso é bom você começar a pensar seriamente nesse assunto. Afinal....
“O que você quer para sua vida?”
“ Quer que as pessoas tenham pena de você? Ótimo. Eu vou ensinar como poderá conseguir esse resultado: faça uma cara triste, chorosa, reclame que a sua vida é uma ilha de tristezas num oceano pleno de angústias. Poderá, com isso, despertar alguma compaixão, conquistar alguns olhares de simpatia e talvez, quem sabe, até ganhar algum afago, ou uma moedinha para a refeição do dia.
Mas é só isso o que quer da vida? Que o vejam como um coitado, incapaz de vencer por seus próprios méritos?
Quer viver toda sua vida se alimentando com as migalhas que caem da mesa dos outros? Se é isso que você quer, tudo bem, continue dizendo que não tem sorte na vida, que ninguém o ama, que todos querem passá-lo para trás, que seu patrão só quer explorá-lo, que todo mundo boicota seus planos, que sua mãe gosta mais do seu irmão, que você faz tudo certo e os outros é que não o deixam ser feliz nem vencer na vida .
Isso mesmo. Continue a por a culpa dos seus fracassos nos outros. Continue a fazer-se de coitadinho. Mas não estranhe quando as pessoas começarem a se afastar, não se aborreça se as “rodinhas” se dispersarem quando se aproximar delas, não se amargure se todos forem convidados para a festa e você não. Afinal de contas, você é auto-suficiente não é verdade? Não precisa mesmo de ninguém…
Talvez você até goste da solidão, ou não queira ninguém por perto. Talvez ache que ninguém tem o seu nível. Mas não se esqueça de uma coisa: você envelhecerá, suas forças irão diminuir, e um dia, dará tudo que tem para ter alguém ao seu lado. Pense no seguinte: se desacostumar de conviver com as pessoas agora, daqui a algum tempo não saberá mais como se dar bem com ninguém. Então, quando for para o asilo, (se puder pagar por isso, ou achar alguma alma boa que tenha pena de você para colocá-lo lá), os seus próprios companheiros o evitarão. Ficará num canto, abandonado, calado, ranzinza, ruminando o quanto o mundo é mau e cruel. Jogará damas, cartas, xadrez, tudo sozinho, porque nem os seus próprios companheiros conseguirão suportar a sua rabugice. Logo se dará conta também que não tem ninguém com quem conversar.
Quer que continue? Não? Então talvez seja a hora de pensar seriamente em mudar a forma de pensar e de viver. Comece por mudar as representações mentais que faz do mundo. Isso é mais fácil do que mudar de emprego, trocar de esposa (o), fazer novos amigos, etc. Mexa nas cores, no foco, no brilho, no volume e na modulação do som; regule a temperatura, suavize a textura, aproxime ou afaste-a de você, enfim, trate a imagem que se forma em sua mente de uma maneira que ela lhe provoque estados internos que inspirem alegria, confiança, boa vontade, entusiasmo, disposição, fé, esperança, enfim, estados que fortaleçam a sua vontade de viver, produzir e fazer uma diferença no mundo.
Pense em ajudar alguém que esteja em condições menos favoráveis que as suas. Você se espantará em descobrir quanta gente está nessa condição e talvez resolva agradecer a Deus pelos recursos que Ele lhe deu e você está desperdiçando com suas atitudes mentais negativas. Já ouviu falar daquele sujeito que vivia reclamando da vida porque não tinha sapatos e ao virar uma esquina topou com alguém que não tinha pé? Pois é assim mesmo que as coisas são. Não gaste a preciosa energia da sua mente pensando no que não tem. Gaste-a pensando em como poderá tê-las. Sobretudo não se esqueça que o degrau na vida em que você está pode não ser o mais alto, mas só será o mais baixo se você mesmo se colocar nele e se conformar em permanecer ai.
Tenha certeza de uma coisa: este não é somente mais um discurso otimista de um adepto da filosofia do pensamento positivo. É o testemunho de alguém que já viu essas coisas acontecer com ele mesmo e que também já fez acontecer com outras pessoas. É simplesmente impressionante o que uma reorganização do nosso mundo interno pode fazer. Experimente. Não tenha medo. “Veja se funciona com você da mesma forma que funcionou comigo.”
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DO LIVRO À PROCURA DA MELHOR RES´POSTA; ED. 24X7, SÃO PAULO, 2009
Se você quer saber como instalar seus próprios “programas”, a primeira coisa a fazer é aprender a sonhar.
Sonhe à vontade, solte a sua imaginação, transforme sua mente em uma tela de cinema onde você se torna um Indiana Jones, vivendo as mais incríveis aventuras, realizando as mais espetaculares façanhas. Sonhe bastante, aproveite essa faculdade da sua mente, enquanto o governo não acha uma forma de transformar essa atividade num fato gerador de imposto. Não tenha medo de sonhar; afinal é no interior da sua mente que a sua vida será decidida e não nos fatos que ocorrem diariamente.
Um conselho: tenha muito cuidado com o que você sonha, pois os seus sonhos poderão se tornar realidade, mesmo que você não acredite neles. Não se esqueça que o seu inconsciente é uma espécie de lâmpada que abriga um gênio dos mais poderosos. Só que ele é muito burrinho, pois não sabe distinguir o que é sonho e o que é realidade. Para o inconsciente, sonhos, quimeras, fantasias, fatos, raciocínios, tudo é a mesma coisa. Ele não sabe distinguir os processos pelos quais a mente processa uns e outros.
E por que deveria? Afinal de contas, os sonhos, as quimeras as fantasias, as utopias, também são experiências internas. Para pensar uma quimera, para montar uma fantasia em nossa mente, nós temos que imaginá-la da mesma forma que pensamos em um plano de trabalho, na planta de uma casa, um mapa de viagem, um raciocínio matemático ou uma proposição filosófica. Não há diferenças fundamentais no processamento dessas informações.
Isso quer dizer que, em princípio, todo objetivo, toda meta, é mera imaginação fantasiosa. Só deixará de sê-lo no dia em que for transformada em um plano e a sua realização for tentada.Quando nós fundamos a AMOA, uma ONG que se dedica a preparar e promover a capacitação de jovens em risco de exclusão social, ajudando-os a se tornarem bons cidadãos e futuros profissionais bem sucedidos no mercado trabalho e na vida, o nosso objetivo parecia um sonho irrealizável. Não possuíamos um único centavo para aplicar, não recebíamos verbas públicas, não tínhamos conhecimento de organizações de Terceiro Setor, nem experiência administrativa para lidar com a intrincada burocracia que rege esse segmento da economia. Éramos apenas quatro malucos a lutar contra as adversidades de um mercado de trabalho altamente competitivo e preconceituoso, a enfrentar autoridades extremamente desconfiadas e muito pouco colaborativas, a lidar com um público psicologicamente desesperançado, rancoroso e hostil, como costuma ser o grupo dos adolescentes excluídos socialmente.
Três anos após o início do nosso trabalho, já estávamos atendendo mais de mil adolescentes por ano, através de cinco projetos de largo alcance social. Só em nossa cidade, colocamos mais de mil adolescentes no mercado formal de trabalho, com todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. Uma boa parte deles já está devidamente inserida na sociedade e com a sua profissionalização a caminho. As metas que o Governo Federal, com seu programa “Primeiro Emprego” ainda não havia conseguido atingir, apesar de todos os recursos aplicados, o Programa Degrau, projeto no qual nos engajamos como parceiro das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, já havia superado em muito. Colocamos como aprendizes, no mercado formal de trabalho, mais de oitenta e cinco mil adolescentes em todo o estado de São Paulo.
Citamos o nosso exemplo apenas para mostrar como um sonho que parecia impossível pode se tornar realidade. Assim também ocorreu com as grandes invenções, os grandes impérios econômicos e políticos, as obras primas da literatura, da pintura, da arquitetura e todas as demais fábricas da engenharia humana, bem como as grandes conquistas da medicina e das ciências em geral, as descobertas geográficas e as grandes invenções. Em sã consciência, no século IV a C., quem poderia admitir que um jovem de apenas vinte anos pudesse conquistar metade do mundo, como o fez Alexandre Magno? Quem poderia sonhar que um dia alguém pudesse realizar o sonho do homem, de voar como um pássaro, como o fez Santos Dumont?
Quem poderia, antes de Marconi ter realizado o feito, imaginar que um dia
alguém poderia falar lá nos confins da China e ser ouvido nos fundões da
Patagônia?
Não tema os frutos da sua imaginação. Ao contrário, dê-lhes a chance de se tornarem projetos de vida.
As coisas que imaginamos são tão reais para a mente inconsciente quanto as vivências externas que o organismo experimenta diariamente. Ela simplesmente não distingue se são imaginações ou acontecimentos reais. Afinal de contas, são os mesmos neurônios que processam umas e outras. Por isso, o que acontece dentro de nós é tão importante quanto o que se passa na vida real, pois é no interior da mente que a nossa vida é decidida e não nas batalhas que lutamos diariamente.
Se analisarmos bem, veremos que a maioria das nossas limitações, em termos de comportamento, são frutos da nossa imaginação. Projetamos imagens das nossas ações no futuro e a elas associamos as barreiras que imaginamos que iremos encontrar. Mas se o futuro ainda não existe no mundo real, então as barreiras que lá colocamos também são imaginárias. Todavia, às vezes elas nos aparecem como muros impenetráveis, tão reais como se estivessem realmente ali, á nossa frente. Nós as imaginamos e a nossa mente as interpreta como retratos fiéis da própria realidade.
Em tudo isso, a boa noticia é que, se a nossa mente assume como verdadeiras as nossas fraquezas, ela também pode assumir como verdadeiras as nossas forças, quando projetamos para ela um estado dessa natureza.
Estados internos ricos de recursos podem ser canalizados através da nossa capacidade de imaginação. Afinal, tudo que fazemos na vida, é com a esperança de alcançar um estado interno agradável, o mais próximo possível do ideal. A felicidade, nesse sentido, pode ser entendida como um estado físico e mental no qual nós nos sentimos um ser no nível mais alto do seu desempenho. Isso explica porque há pessoas que se tornam adictas do sexo, das drogas, ou de comida; e também há quem pratique os mais estranhos rituais, ou busque realização nas diversas formas de arte ou profissão, sempre com a intenção de alcançar um estado interno de extrema satisfação psíquica. Do ponto de vista dessas pessoas, esses comportamentos lhes proporcionam picos máximos de prazer, no qual elas se sentem plenamente realizadas.
Não acredito que exista em nenhuma pessoa, ao nascer, qualquer predisposição ou herança genética, que a obrigue a escolher determinada forma de resposta para dar aos desafios da vida. Tudo que lhe acontece é conseqüência das escolhas que ela faz na vida, e estas são formuladas com base no modelo interior de mundo que ela formata em sua mente. Esse é o único conceito de carma que me parece incontestável.
Da mesma forma que nos modelos mentais que adotamos estão traçados os caminhos que podem levar uma pessoa ao mais terrível destino, o mapa do tesouro e a estrada da felicidade nele também estão assinalados. Por isso, vou repetir o conselho: tenha cuidado com os seus sonhos. Eles podem se transformar em realidade, quer você queira ou não. De repente, você pode sonhar tanto com determinada coisa que a sua mente acaba transformando o sonho em um plano, ou objetivo que precisa ser alcançado. E eis você correndo atrás de uma miragem, de uma quimera, de uma utopia. Mas também pode ser real. Você só saberá o quanto as coisas podem ser reais se tentar alcançá-las. Como bem observam Bandler e Grinder, a diferença entre uma pessoa normal e um esquizofrênico é que a primeira tem uma estratégia para diferenciar o que é real e o que não é, e a segunda não.
Tem outra coisa: tudo que nós sonhamos, ou desejamos ardentemente acaba se tornando um comando para a nossa mente inconsciente. E de repente, aquele geniosinho que mora ali dentro resolve obedecer a esses comandos. Só que ele não sabe o que é ética, moral, preceitos religiosos, convenções sociais, etc., nem conhece leis e regulamentos. Daí a forma como ele tenta realizar os nossos sonhos pode não ser muito correta. E às vezes pode ser perigosa. Por isso é bom você começar a pensar seriamente nesse assunto. Afinal....
“O que você quer para sua vida?”
“ Quer que as pessoas tenham pena de você? Ótimo. Eu vou ensinar como poderá conseguir esse resultado: faça uma cara triste, chorosa, reclame que a sua vida é uma ilha de tristezas num oceano pleno de angústias. Poderá, com isso, despertar alguma compaixão, conquistar alguns olhares de simpatia e talvez, quem sabe, até ganhar algum afago, ou uma moedinha para a refeição do dia.
Mas é só isso o que quer da vida? Que o vejam como um coitado, incapaz de vencer por seus próprios méritos?
Quer viver toda sua vida se alimentando com as migalhas que caem da mesa dos outros? Se é isso que você quer, tudo bem, continue dizendo que não tem sorte na vida, que ninguém o ama, que todos querem passá-lo para trás, que seu patrão só quer explorá-lo, que todo mundo boicota seus planos, que sua mãe gosta mais do seu irmão, que você faz tudo certo e os outros é que não o deixam ser feliz nem vencer na vida .
Isso mesmo. Continue a por a culpa dos seus fracassos nos outros. Continue a fazer-se de coitadinho. Mas não estranhe quando as pessoas começarem a se afastar, não se aborreça se as “rodinhas” se dispersarem quando se aproximar delas, não se amargure se todos forem convidados para a festa e você não. Afinal de contas, você é auto-suficiente não é verdade? Não precisa mesmo de ninguém…
Talvez você até goste da solidão, ou não queira ninguém por perto. Talvez ache que ninguém tem o seu nível. Mas não se esqueça de uma coisa: você envelhecerá, suas forças irão diminuir, e um dia, dará tudo que tem para ter alguém ao seu lado. Pense no seguinte: se desacostumar de conviver com as pessoas agora, daqui a algum tempo não saberá mais como se dar bem com ninguém. Então, quando for para o asilo, (se puder pagar por isso, ou achar alguma alma boa que tenha pena de você para colocá-lo lá), os seus próprios companheiros o evitarão. Ficará num canto, abandonado, calado, ranzinza, ruminando o quanto o mundo é mau e cruel. Jogará damas, cartas, xadrez, tudo sozinho, porque nem os seus próprios companheiros conseguirão suportar a sua rabugice. Logo se dará conta também que não tem ninguém com quem conversar.
Quer que continue? Não? Então talvez seja a hora de pensar seriamente em mudar a forma de pensar e de viver. Comece por mudar as representações mentais que faz do mundo. Isso é mais fácil do que mudar de emprego, trocar de esposa (o), fazer novos amigos, etc. Mexa nas cores, no foco, no brilho, no volume e na modulação do som; regule a temperatura, suavize a textura, aproxime ou afaste-a de você, enfim, trate a imagem que se forma em sua mente de uma maneira que ela lhe provoque estados internos que inspirem alegria, confiança, boa vontade, entusiasmo, disposição, fé, esperança, enfim, estados que fortaleçam a sua vontade de viver, produzir e fazer uma diferença no mundo.
Pense em ajudar alguém que esteja em condições menos favoráveis que as suas. Você se espantará em descobrir quanta gente está nessa condição e talvez resolva agradecer a Deus pelos recursos que Ele lhe deu e você está desperdiçando com suas atitudes mentais negativas. Já ouviu falar daquele sujeito que vivia reclamando da vida porque não tinha sapatos e ao virar uma esquina topou com alguém que não tinha pé? Pois é assim mesmo que as coisas são. Não gaste a preciosa energia da sua mente pensando no que não tem. Gaste-a pensando em como poderá tê-las. Sobretudo não se esqueça que o degrau na vida em que você está pode não ser o mais alto, mas só será o mais baixo se você mesmo se colocar nele e se conformar em permanecer ai.
Tenha certeza de uma coisa: este não é somente mais um discurso otimista de um adepto da filosofia do pensamento positivo. É o testemunho de alguém que já viu essas coisas acontecer com ele mesmo e que também já fez acontecer com outras pessoas. É simplesmente impressionante o que uma reorganização do nosso mundo interno pode fazer. Experimente. Não tenha medo. “Veja se funciona com você da mesma forma que funcionou comigo.”
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DO LIVRO À PROCURA DA MELHOR RES´POSTA; ED. 24X7, SÃO PAULO, 2009