Sobre jequitibás e eucaliptos

Este texto tem por finalidade principal diferenciar educador de professor criando uma analogia com Jequitibá e eucaliptos. De acordo com Ruben Alves educadores podem ser comparados com jequitibás, pois assim como estes são raros, seculares, seres que ninguém viu nascer ou plantar, mas que se define por amor, por “suas visões, paixões, esperanças e horizontes utópicos.” O educador também se diferencia do professor porque não visa somente informar, mas orientar seus educandos para a cidadania tornando-os sujeitos reflexivos do processo histórico, além do fato de enxergá-los como seres únicos, portadores de um nome e de uma história.

Se educadores são jequitibás, professores por sua vez são como eucaliptos, ou seja, são absolutamente idênticos e podem ser substituídos com rapidez e sem problemas, pois seu papel é transmitir o conteúdo de sua disciplina, cujo propósito é o de atribuir um conceito ao educando, e para as instituições educacionais pouco importa quem a ministre. Segundo o autor, o professor é funcionário de um mundo dominado pelo Estado e por empresas e como tal a sua prática é voltada para os interesses do sistema. Neste caso, o professor é visto como um reprodutor, ao contrário do educador, já que este é visto como um construtor de projetos.

É necessário, portanto, que seja despertado o educador adormecido dentro do professor para que este seja “um fundador de mundos e mediador de esperanças” realizando sua função apaixonadamente, encantando crianças e adolescentes, despertando nestes o prazer de aprender, porque ensinar é um ato de amor.

ALVES, Rubem. "Sobre jequitibás e eucaliptos". IN: Conversas com quem gosta de ensinar. Campinas, SP: Papirus, 2000, pp.13-27

Vasalisa di Katé
Enviado por Vasalisa di Katé em 02/05/2010
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