A Jerusalém Celeste

A decoração do Templo, no grau 19, inclui uma tela de formato quadrado, representando uma cidade. Essa cidade simboliza a Jerusalém Celeste com três portas de cada lado, tendo no centro a Árvore da Vida, que produz doze frutos diferentes
A Jerusalém Celeste é a cidade que parece baixar do céu, mostrada no painel do grau. Ela é também o Templo da Verdade ou o Templo da Razão. A sabedoria buscada neste grau é o apostolado da razão. Por isso, a pergunta básica do grau: “ Que seria dele (do homem), apesar da consciência e da inteligência, sem a Razão? Viveria perpetuamente no erro e só a casualidade lhe proporcionaria algum progresso.”
Sabe-se que a árvore simbolizando a vida é um símbolo muito antigo, sendo encontrado amiúde em todas as iconografias religiosas daquele povo. Ela simboliza a construção do universo através da energia que flui da Árvore Sefirótica, que são as próprias manifestações do Espírito do Grande Arquiteto do Universo.
No antigo Egito a Árvore da Vida também era uma alegoria bastante representativa. Ela simbolizava a natureza com seus ciclos vitais e suas produções. Doze são seus frutos porque esse é o número dos meses pelos quais se dividem o calendário solar. No número doze também está refletida a influência da Cabala, pois nessa tradição, o doze é o número mais que perfeito, aquele que representa a “reconstituição da ordem divina”. É um número que se presta a toda e qualquer combinação, pois recepciona a harmonia de todos os outros números sagrados. Nele estão os dois, os três, os quatro e o seis, por isso, a harmonia de um conjunto só pode ser conseguida sempre com o número doze. Assim é que temos doze apóstolos, doze deuses no Olimpo, doze patriarcas, doze tribos em Israel, doze signos no zodíaco, doze meses no ano, etc. Como bem lembra Alexandrian: “O numero doze é claramente uma alegoria iniciática. Por isso se justifica plenamente o número doze, sendo esse número o que dá divisão á dimensão espaço- temporal, produto da multiplicação dos quatro pontos cardeais pelos três níveis cósmicos. O céu cabalístico é uma cúpula com doze setores , com os doze signos do zodíaco. Doze simboliza o universo em seu desenvolvimento espaço-temporal. Tudo muda de doze em doze anos. Os ciclos se repetem a cada 12. 5 anos, ou seja 60 anos, quando se combinam os ciclos solar e lunar. Na simbologia alquímica, doze representa os quatro elementos, água, ar, fogo e terra, multiplicados pelos três princípios alquímicos, enxofre, sal e mercúrio, que são os elementos em suas fases de desenvolvimento(evolução, culminação e involução). Na simbologia cristã (ou Cabala cristã),a multiplicação do 4 (mundo espacial) pelo 3 ( tempo sagrado), dando em resultado o 12, é o dimensionamento da criação-recriação, que é igual ao mundo concluído, de que fala o Gênesis. Doze fica sendo assim, o número da Jerusalém Celeste, ( número cabalístico invocado pelo autor do Apocalipse) pois ali se viam 12 portas, 12 apóstolos, 12 cadeiras, etc, expressão gnóstica do universo com seus doze meses.
A Jerusalém Celestial tinha “um muro alto e grande com doze portas; e nas portas doze anjos, e uns nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos de Israel”. Mas o doze aparece também em outros trechos do Apocalipse, como por exemplo, em 21- 14, onde se diz que “os muros da cidade tinham doze fundamentos e neles os doze nomes dos apóstolos do Cordeiro”, também em 7: 4,8 e 14,1 se diz que os “eleitos“ ou seja, os que se salvarão serão 144.000, que são 12.000 vezes 12.
Também no painel da Loja do Aprendiz, há uma escada (arcana-alquímica) elevatória, que representa o símbolo da auto-perfeição. É o símbolo da Escada de Jacó, que sobe do piso da Loja e serpenteia elipticamente pelos doze signos zodiacais.
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DO LIVRO " CONSTRUTORES DO UNIVERSO", NO PRELO
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 09/04/2010
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T2187042
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