A BÍBLIA E SUA TRADIÇÃO

CITAÇÃO DA OBRA:

MANUCCI, Valério. Bíblia Palavra de Deus. São Paulo: Paulinas, 1986. p. 74-90

RESUMO:

A tradição religiosa se embebe de dois tipos de tradições sumamente importantes para a formação da Sagrada Escritura: a primeira é denominada como oral-vital; já a segunda é a escrita. Mas é óbvio que a Sagrada Escritura não foi, e nem poderia ter sido, um presente caído do céu. Pelo contrário, foi pela tradição oral que a Bíblia propriamente dita. Ela, a Bíblia, é o relato da realidade vivida por determinado povo de um dado momento histórico. Em especial aparecem os judeus e cristãos que, de certa forma, contribuíram para a existência concreta da Sagrada Escritura. Afinal de contas, eles, os cristãos e judeus, tiveram a preocupação de narrar e testemunhar os fatos ocorridos com o povo de Deus. Pode-se afirmar que a Bílbia é a narração da própria história protagonizada por determinado povo.

Para que se possa esboçar bem a estrutura bíblica se faz preciso separa-la em duas partes históricas, que se denominam como: antigo e novo testamento. A primeira narra os fatos ocorridos no período de Abraão ao Helenismo. Mostra nos livros deste mesmo período os fatos mais relevantes que ocorreram nestes tempos. Importante notar que não houve, pelo menos nos períodos iniciais, a preocupação em escrever os fatos ocorridos nestes tempos. Havia, evidentemente, a transmissão oral dos ensinamentos dos antepassados. Por outro lado, havia alguns, dentre eles os profetas, que faziam pequenas anotações sobre o período vivenciado por eles. Partindo de breves anotações e dos testemunhos deixados pelos antepassados que foi possível escrever o antigo testamento de forma literária e bastante acessível aos historiadores.

Já o novo testamento é denominado como um período do aparecimento daquele que iria ser enviado por Deus, a fim de evangelizar e espalhar a Boa Nova para todas as nações. O próprio Jesus Cristo foi considerado o verdadeiro precursor das promessas de Deus aos homens da terra, posto que fora o próprio Deus que o mandou para a Terra com o intuito de preparar discípulos e apóstolos para a difusão da paz entre os homens. Por este motivo que Jesus não se cansou em afirmar que o Reino de Deus já esta na terra, e que todos devem se tornar profetas.

Foi preciso que Jesus sofresse e, após isto, fosse ressuscitado pela glória de Deus, para que todos pudessem ver como é verdade as palavras de Cristo e que ele mesmo é o messias enviado por Deus. Alguns aderiram as promessas messiânicas, mas houve alguns que a rejeitaram.

Surgiram vários aderentes aos ensinamentos de Cristo, dentre eles os próprios doze apóstolos e Paulo de Tarso. Daí por diante foram se formando mais cristãos e, com isso, foi possível haver o relato escrito destes fatos ocorridos que são agrupados: a) escrito paulinos, que mostra os fatores evangélicos que mudam a vidas das pessoas; b) os evangelhos sinóticos, representando pelos três primeiros evangelhos, que são: Marcos, Mateus e Lucas. Entre estes três existe diferentes pontos de vistas referente as situações das comunidades de seus respectivos tempos. Porém se forem analisadas de forma paralela, poderá perceber que há semelhanças e divergências; c) As cartas católicas propagadores da publicação destas dirigidas aos cristãos em geral; d) Os escritos joaninos é representados por um novo contexto histórico.

Thiago Marques Lopes
Enviado por Thiago Marques Lopes em 09/02/2010
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