CREPÚSCULO: Eu sobrevivi
Sou uma leitora ávida de livros de vampiros. Desde que li “Pandora”, de Anne Rice, me apaixonei por essas criaturas da noite e desde então já li vários livros sobre eles. De Bram Stoker a André Vianco. E confesso que vi com apreensão essa onda “Crepúsculo”. Se por um lado, algumas moças por aí adoraram o livro, outras pessoas odiaram e condenaram. Que fazer então... Eu resolvi arriscar e dar uma chance: peguei o livro pra ler e ver qual era a minha opinião sobre o assunto.
Vamos começar esclarecendo: não encaro Crepúsculo como um livro de vampiros exatamente, mas como um romance totalmente açucarado. É o tipo de leitura “a La contos de fada” que tem por objetivo fazer milhares de garotas suspirarem por aí.
Não achei o livro, vendo por esse lado, tão ruim assim. O romance é meigo até certo ponto, mas na minha opinião é... Um pouco puritano demais. Claro que existem prós e contras, como o fato de Edward (o herói do livro) ter nascido no século XVIII e por isso ter certos costumes pertencentes à época. Mas mesmo assim, cheguei a sentir agonia quando ele e Bella ficavam apenas trocando palavras sentimentais, sem sequer se aproximarem (digamos que eu sou uma pessoa de ação). Outro ponto relevante é o machismo de Edward. Ele está o tempo todo como o macho dominante. Quer proteger Bella e tudo o mais, mas nunca faz aquilo que ela quer. Ou seja, ele faz o que pensa ser certo, sem levar muito em conta o que ela deseja. Isso também pode ser explicado pelo ano de nascimento dele, mas nem por isso se torna uma atitude agradável.
Não posso negar que Stephenie Meyer foi criativa ao encontrar um novo jeito de encarar os vampiros. Pode não ser o meu favorito, mas é válido. Mesmo assim, não a considero uma autora tão genial quanto as fãs mais apaixonadas. Ela tem talento, é verdade, mas não chega perto de Anne Rice (um dia ainda vou publicar uma resenha sobre os livros dela), por exemplo.
Enfim, eu sobrevivi à leitura de Crepúsculo e acabei até me divertindo, mas depois de horas no mundinho dos vampiros-heróis-perfeitos, volto para o mundo real, com pés no chão e tudo o mais.