Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado – de Ana Beatriz Barbosa Silva.
Autora também de Mentes Inquietas, Ana Beatriz disseca neste livro as características do Mal. Na lista dos livros mais vendidos há muito tempo, o que não deixa de ser um fator inquietante: as pessoas estão preocupadas com o inimigo que mora ao seu lado, às vezes até dormindo em sua cama e querem tentar compreendê-lo, nem que seja apenas para se defender.
Para quem foi criado dentro de preceitos religiosos e morais que consideram o homem intrinsecamente bom ou mesmo para aqueles que consideram o homem como uma “tabula rasa”, totalmente influenciado pelo ambiente, este livro é um tapa na cara.
Ana Beatriz é médica com pos graduação em psiquiatria logo tem condições técnicas e científicas para falar sobre o assunto, mas seu livro é fácil de ler, às vezes tão fácil que parece não ter sido escrito por uma especialista.
Reconhecer uma mente perigosa leva tempo principalmente porque uma característica dessa mente é a de parecer ser o que não é. Concorre ainda para a dificuldade o fato de os especialistas no assunto usarem de eufemismo ao classificarem um paciente como sociopata ou psicopata – dizem que ele tem um transtorno de personalidade. E fazem isso para sua própria proteção, quando estão corretos em seu diagnóstico: qual o pai que aceitaria alguém lhe dizer sobre o seu lindo filhinho de sete anos que ele é um Psicopata? Mas o fazem também para proteção do próprio indivíduo menor de idade porque ao fazerem um diagnóstico errado estarão rotulando para sempre a pessoa, o que seria um crime. A partir dos dezoito anos, porém eles vão lhe dizer na lata – Fulano é, ou você é um psicopata. E enquanto a família vai adoecer frente a essa verdade e negá-la o psicopata não vai estar nem aí, antes pelo contrário vai tirar proveito disso.
E o pior de tudo é que não há o que fazer. Não há remédio que cure essa doença, nem tratamento psicológico e psiquiátrico nem educação que resolva. O indivíduo é o que é e o que ele é pode ser atenuado ou exacerbado, mas está fora de controle de quem convive com ele. Inclusive adora ir ao psicólogo ou similar, mas não para se auto-conhecer e sim para mostrar como as pessoas são ruins com ele. Principalmente aquele que paga a sua conta e o espera na ante-sala esperançoso de encontrar uma solução.
Segundo Ana Beatriz, o psicopata não é a vítima, é sempre o algoz, e gosta disso. Inclusive aconselha a quem por força da lei ou de preceitos morais é obrigado a viver com um, a buscar tratamento para si próprio, antes que seja internado em um hospício, sofra um derrame ou enfarte, perca totalmente a alegria de viver. Estar ao lado de um psicopata é pior que viver ao lado de um viciado, porque o vício é considerado como uma doença já a psicopatia é uma deformação de caráter.
O que caracteriza uma mente perigosa? Ana Beatriz adverte do perigo de leigos classificarem alguém como psicopata só por uma ou outra característica. Isso é serviço para especialistas. Mas faz uma listagem abrangente de características desse transtorno. Porque é um transtorno para todo mundo, menos para o “transtornado”. Ele se diverte.
Uma introdução seguida de treze capítulos e alguns anexos compõem o livro e fornece um painel bastante diversificado da situação, com exemplos de situações e ainda notícias de jornais. Assim é que cita fatos nacionalmente conhecidos e amplamente divulgados sobre os quais não há necessidade de comentar aqui lhes aumentando a fama porque é disso que gostam. Mas o psicopata não é necessariamente um assassino, se assassino for considerado só que causa a morte física. Na maioria das vezes os psicopatas matam é a alma.
Dois trechos no livro são significamente importantes para a leitura de quem se interessa pelo assunto: aquele em que as características psicópaticas são listadas e aquele que nos ensina como agir frente a eles. E é claro, não cabe a mim aqui escrever minuciosamente sobre esses assuntos – é melhor ler o livro todo.
Mas para quem lê o livro fica fácil imaginar como é difícil ter que conviver com um psicopata que além de tudo é especialista em fazer você acreditar que a culpa é sua.
Lavras, 03 de fevereiro de 2010.
Autora também de Mentes Inquietas, Ana Beatriz disseca neste livro as características do Mal. Na lista dos livros mais vendidos há muito tempo, o que não deixa de ser um fator inquietante: as pessoas estão preocupadas com o inimigo que mora ao seu lado, às vezes até dormindo em sua cama e querem tentar compreendê-lo, nem que seja apenas para se defender.
Para quem foi criado dentro de preceitos religiosos e morais que consideram o homem intrinsecamente bom ou mesmo para aqueles que consideram o homem como uma “tabula rasa”, totalmente influenciado pelo ambiente, este livro é um tapa na cara.
Ana Beatriz é médica com pos graduação em psiquiatria logo tem condições técnicas e científicas para falar sobre o assunto, mas seu livro é fácil de ler, às vezes tão fácil que parece não ter sido escrito por uma especialista.
Reconhecer uma mente perigosa leva tempo principalmente porque uma característica dessa mente é a de parecer ser o que não é. Concorre ainda para a dificuldade o fato de os especialistas no assunto usarem de eufemismo ao classificarem um paciente como sociopata ou psicopata – dizem que ele tem um transtorno de personalidade. E fazem isso para sua própria proteção, quando estão corretos em seu diagnóstico: qual o pai que aceitaria alguém lhe dizer sobre o seu lindo filhinho de sete anos que ele é um Psicopata? Mas o fazem também para proteção do próprio indivíduo menor de idade porque ao fazerem um diagnóstico errado estarão rotulando para sempre a pessoa, o que seria um crime. A partir dos dezoito anos, porém eles vão lhe dizer na lata – Fulano é, ou você é um psicopata. E enquanto a família vai adoecer frente a essa verdade e negá-la o psicopata não vai estar nem aí, antes pelo contrário vai tirar proveito disso.
E o pior de tudo é que não há o que fazer. Não há remédio que cure essa doença, nem tratamento psicológico e psiquiátrico nem educação que resolva. O indivíduo é o que é e o que ele é pode ser atenuado ou exacerbado, mas está fora de controle de quem convive com ele. Inclusive adora ir ao psicólogo ou similar, mas não para se auto-conhecer e sim para mostrar como as pessoas são ruins com ele. Principalmente aquele que paga a sua conta e o espera na ante-sala esperançoso de encontrar uma solução.
Segundo Ana Beatriz, o psicopata não é a vítima, é sempre o algoz, e gosta disso. Inclusive aconselha a quem por força da lei ou de preceitos morais é obrigado a viver com um, a buscar tratamento para si próprio, antes que seja internado em um hospício, sofra um derrame ou enfarte, perca totalmente a alegria de viver. Estar ao lado de um psicopata é pior que viver ao lado de um viciado, porque o vício é considerado como uma doença já a psicopatia é uma deformação de caráter.
O que caracteriza uma mente perigosa? Ana Beatriz adverte do perigo de leigos classificarem alguém como psicopata só por uma ou outra característica. Isso é serviço para especialistas. Mas faz uma listagem abrangente de características desse transtorno. Porque é um transtorno para todo mundo, menos para o “transtornado”. Ele se diverte.
Uma introdução seguida de treze capítulos e alguns anexos compõem o livro e fornece um painel bastante diversificado da situação, com exemplos de situações e ainda notícias de jornais. Assim é que cita fatos nacionalmente conhecidos e amplamente divulgados sobre os quais não há necessidade de comentar aqui lhes aumentando a fama porque é disso que gostam. Mas o psicopata não é necessariamente um assassino, se assassino for considerado só que causa a morte física. Na maioria das vezes os psicopatas matam é a alma.
Dois trechos no livro são significamente importantes para a leitura de quem se interessa pelo assunto: aquele em que as características psicópaticas são listadas e aquele que nos ensina como agir frente a eles. E é claro, não cabe a mim aqui escrever minuciosamente sobre esses assuntos – é melhor ler o livro todo.
Mas para quem lê o livro fica fácil imaginar como é difícil ter que conviver com um psicopata que além de tudo é especialista em fazer você acreditar que a culpa é sua.
Lavras, 03 de fevereiro de 2010.