Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FREIRE, Paulo.Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000

RESUMO

Paulo Freire, nesta obra trata de assuntos concernentes à Prática Pedagógica, dirigindo-a a docentes formados e em processo de formação.

Deixa claro que, progressistas ou conservadores, todos os professores precisam conhecer saberes inerentes à pratica educativa, e diferenciá-los de prática política ou ideológica.

Ao docente, cabe entender que ensinar, não é apenas transmitir conhecimento, mas ajudar o aluno a construí-lo.

A partir do momento que homens e mulheres se identificaram como éticos, isto é, presença que vê, julga, age e é responsável por seus atos, entenderão também que poderiam romper com a ética. Quando a pessoa se vê ética, enxerga que pode piorar ou melhorar a sociedade, e isso traz esperança de poder modificar, de poder melhorar.

As idéias básicas do livro, resumem-se às competências básicas de um educador frente à formação de um aluno realmente crítico, que caminha para alcançar sua autonomia. Algumas dessas competências dizem respeito a:

- pensar certo e ensinar a pensar certo;

- conhecer ideologias , mostrando que são elas que determinam o vir a ser no mundo;

- boa bagagem cultural e científica;

- respeito aos saberes do educando e sua cultura;

- ser crítico quanto a conteúdos e quanto a sua prática educativa;

- ética, que engloba estética, bom senso, respeito, humildade,tolerância, alegria, esperança, comprometimento, e tomada consciente de decisões.

Todo professor que passa deixa sua marca, seja ele autoritário ou licencioso; competente e sério ou incompetente e descompromissado; responsável ou irresponsável; amoroso da vida e das gentes do mundo ou mal amado, frio, sempre com raiva do mundo, burocrático, racionalista.

Assim, ao docente ético, cabe o papel de “criador de seres responsáveis, críticos, livres, éticos...”, como a ele próprio, visto que ele será avaliado, observado, criticado e muitas vezes, espelho de seus alunos.

A autonomia, como fim da educação, foi abrangentemente explicada, destrinchada, tornando-se clara, tanto em como se forma, como na importância do papel que representa às mudanças da sociedade. Aqueles que não a possuem, ou desconhecem sua utilidade, serão meros espectadores da sua história, achando que a realidade que vivem é vontade de Deus, ou destino traçado.

O autor conclui que ao professor ético, ciente de sua tarefa de transformador social, cabe fazer de seus educandos seres éticos,na plena acepção da palavra. Participantes, livres, responsáveis, cientes de que podem intervir no mundo, reproduzindo ideologias existentes, ou desmascarando a ideologia dominante. Cabe ao indivíduo escolher o seu destino, e ao professor, formar essa autonomia nos indivíduos.

“Não haveria existência humana sem a abertura de nosso ser ao mundo, sem a transitividade de nossa consciência”.

APRECIAÇÃO CRÍTICA

É um livro maravilhoso para todos os professores que se vêem realmente envolvidos com o processo de educar para crescer... educar para viver.

Suas idéias, são a confirmação a anseios reais, que muitos professores têm, mas que talvez por covardia ou falta de ânimo se dispusessem a falar sobre eles de forma tão maravilhosa e real. Representa um verdadeiro avanço na forma de conceber a prática educativa, até então tida apenas como simples ensinagem, ou depositária de conteúdos que nada têm que ver com a realidade.

Faz uma abordagem totalmente revolucionária, que com certeza incomoda a muitos daqueles conservadores, que vêem os alunos como meros espectadores de suas maravilhosas aulas, tão bem preparadas, e sem significado nenhum. Aos Progressistas, representa um grito, um som de vitória frente ao método de educar. Educar para a vida, para a realidade, para a liberdade. Educar para a mudança, já que todos somos seres inacabados e devemos sempre estar dispostos à mudança e a aceitação do diferente. Educar para que todos se insiram no mundo, como sujeitos da História, prontos a superar todos os obstáculos.

Freire deposita no educador uma grande responsabilidade : a de formar pessoas, e não meros “papagaios”, decoradores de textos desconexos. Assim, é preciso se posicionar politicamente, ideologicamente, e assumir sua liberdade com todos os riscos que ela oferece. Mas, tendo a certeza de que “ O mundo não é. O mundo está sendo”, vale a pena correr os riscos de plantar sementes de esperança, pois que a mudança é difícil, mas possível. E mudar para melhor passa a ser a certeza de um futuro menos desigual, de pessoas que se respeitam e reconhecem-se como “seres Humanos”, livres e responsáveis por sua liberdade.

*****(Você gostou do texto? Não gostou? Tem outra idéia sobre o assunto em questão? Deixe seu comentário. Obrigada!*****

Cláudia Marques
Enviado por Cláudia Marques em 24/07/2006
Reeditado em 12/08/2009
Código do texto: T200911
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.