ELOGIO DA LOUCURA

ELOGIO DA LOUCURA

ERASMO DE ROTTERDAM

I. Introdução

O mundo em que vivemos é louco. Muito mais louco do que pensamos. Totalmente louco. Não tem mais remédio. Aliás, se houvesse remédio, o mais salutar seria a própria loucura, o único bem supremo. Assim fala Erasmo de Rotterdam nesse livro que, do início ao fim, é uma sátira mordaz, mas inteligente, da sociedade do século SVI.

A loucura domina o mundo. Loucura por dinheiro, loucura pelo poder, loucura pelo saber, loucura até pela religião.

A felicidade suprema do homem está nas loucuras que comete, na transformação da loucura em divindade que guia todos os seus passos.

Erasmo, mente privilegiada, perspicaz, corajosa, escreveu para o homem do século XVI, mas parece que, quase como um profeta, pretendia mesmo dizer que o verdadeiro império da loucura atingiria seu auge no final do século XX e início do século XXI.

II. Do desenvolvimento do livro

Em poucas palavras seria necessário resumir que o livro é um verdadeiro Oásis nesse louco deserto em que vivemos. Nunca houve uma sátira tão bem ajustada ao nosso tempo.

Cecília Meirelles dizia que: "...hoje o homem dá tanto valor ao supérfluo que já não sabe mais o que seja o essencial!" Oh eterna profetizadora das terríveis loucuras que homem poderia chegar e, infalivelmente, chegou. Entretanto, não está por completo louco. Há ainda os que se encontram dentro dos manicômios que são por demais conscientes da vida como ela é. E, o pior de tudo, que os manicômios podem estar em todos os lugares, inclusive, dentro dos próprios lares. O que é pior. Quanto se deseja hoje o que não se acrescenta em nada em nossas vidas?

Pois bem. Erasmo de Rotterdam esboça com eficácia esses desejos incontidos desse ser "humano" que tanto resvalam em loucuras. O desejo se encontra no vazio de sua existência. E com isso, o homem se torna corajoso o suficiente para concretizar todos os latentes segredos do seu desejo para se tornar completo. Mas está condenado ao vazio. Vazio de sua incompetência para se saber que o essencial não é o supérfluo, mas sim, o que há de delimitação do oculto desejo humano.

Erasmo não somente critica o ser humano como ele é, mas também fomenta alternativas, e que alternativas! Dentre elas, está o AMOR PRÓPRIO, chave reveladora de muitas incontidas loucuras que se pode cometer com sua falta.

III. Conclusão

Inteligentemente Erasmo não dá uma bússola para quem lê sua obra satírica, mas sim, impõe alguns conteúdos muito significativos em todas as vivências como ser humano.

Não se pode negar a fina ironia em que desvela muitos signos que hoje estão em seu auge. Como a religião, como a felicidade, como o casamento, enfim, são perspectivas que envolvem a todos os seres humanos, sem distinção, inclusive, em suas mais parasitárias formas de levar a vida.

Por isso, torna-se imprescindível a obra de Erasmo de Rotterdam, em nossos dias, para salientarmos de que há outras e mais eficazes formas de viver a vida com dignidade, e por fim, ser feliz.

O livro reserva a cada um, surpresas enigmáticas que são reveladas em nossas vidas pragmáticas.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 16/12/2009
Código do texto: T1980375
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