O Mestre Ignorante
O texto "Três Lições de Filosofia da Educação" de Walter Omar Kohan, nos leva a pensar sobre o tamanho da responsabilidade, valor e no exercício de um mestre (professor) quando veste-se de tal. As reflexões trazidas pelo texto são singulares óbvias, porém muitas vezes descartadas ou pouco conhecidas pelo próprio mestre. Qual o valor da aceitação disso como uma coisa normal? A partir da filosofia podemos notar o quão problemática pode ser essa atitude aparentemente normal e submissa. A visão de um lado paradoxal sobre a educação, tornando-a, assim compatível e real pode ser um tanto quanto platônica. Sigmund Freud, disse em um dos seus trabalhos que a educação seria impossível. Assim disse: “O educador deve se reconciliar com a criança que há dentro dele, mas é uma pena que ele tenha se esquecido de como era mesmo essa criança! E a conclusão, ao final de tudo: a Educação é uma profissão impossível”. Desse modo, chegamos a última e final conclusão passível de estudo a partir do texto: “Emancipa sem emancipar!?” Segundo Walter Omar Kohan, a única possível. Mas seria ela mesmo possível e como?
Além do texto raciocinar o estudo dado sobre filosofia em universidades, escolas e afins, faz criticas fortes ao modos e possíveis obviedades. A filosofia é um campo extremamente importante para o ser humano desenvolver-se criticamente, mas a política e muitas vezes o próprio (eu) humano, não se interessa em aprofundar-se no que ele (acha) não saber do que se trata, sendo que indubitavelmente o faz sem perceber. A visão fundacionista e muita vezes enciclopédica, às vezes toma um rumo simples, singular, opressivo da história da filosofia, ao invés da pluralidade. Questão essa, que é muito criticada, pois não deveria haver motivo para separação da filosofia como pensar e da história da mesma, segundo Paulo Ghiraldelli Jr famoso filósofo paulista. O paradoxo discutido e debatidos por Sócrates, me leva a crer que ele já acreditava no “Emancipa sem emancipar”, pois quando diz que nunca tentou ensinar, mas sempre soube de antemão o que ou outros deveriam saber, acarreta uma dualidade conclusiva no meu pensar. Sócrates teria a dizer que ensinar é difícil, mas que com certo estímulo todos sabemos que devemos “saber”. Rànciere, conclui sabiamente, dizendo que ninguém emancipa ninguém. O mestre escreve sua história para que os outros a leiam. Algo como os mitos não tão bem vistos por Nietzsche. Chegamos assim ao paradoxo final, há educação que valha a pena? Estaria Rànciere certo; “emancipa sem emancipar”?!