RESENHA ESTRAIDA DO LIVRO "OS OBREIROS DO UNIVERSO".




Esta obra foi composta com base em informações coletadas nos antigos livros escritos por Flávio Josefo, Eusébio, Mâneto, O Zend Avesta, O Talmud, O Sefer A Zhoar, O Sefer Yetzira, A Baghavad Guita, O Alcorão, os manuscritos das antigas confrarias dos maçons operativos, os rituais da maçonaria moderna, as obras clássicas dos grandes autores maçons, e especialmente a Bíblia Sagrada. 


                   

                                           CAPÍTULO 1
                              ISRAEL, A PRIMEIRA LOJA
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Dedicação – Israel, a primeira Loja – Moisés, o primeiro maçom Sabedoria interior e sabedoria exterior- O Livro da Lei- A Sabedoria Secreta- A Língua dos Anjos. 

                                                      I

      Este livro é dedicado aos Irmãos da Arte Real e contém a sabedoria que ele precisa adquirir para que possa subir todos os degraus da Escada de Jacó com a consciência de quem está realizando um verdadeiro aprendizado. Refere-se aos antecedentes históricos, à filosofia e às práticas dos obreiros da Sublime Ordem, desde os seus primórdios, quando ela despontou no espírito dos nossos ancestrais, como forma de aprimoramento das qualidades do ser humano e fórmula de comunhão com o Grande Arquiteto do Universo.
      Nele os Irmãos da Arte Real encontrarão os antecedentes históricos que forneceram as bases da filosofia e das práticas adotadas pelos Obreiros da Sublime Ordem, as quais, primeiramente, foram todas inspiradas na história do povo de Israel, que foi a primeira nação na face da terra que teve a idéia de reunir-se em Loja.
      Sustentamos ser Moisés o primeiro maçom de fato, porque a organização que ele deu aos hebreus depois que os tirou do Egito, assemelhava-se a uma grande Fraternidade, cujos membros, unidos pelos laços do sangue e da religião, se comprometeram com uma causa, que era a de criar na terra a Humanidade Autêntica, ou seja, um povo dedicado aos objetivos do Grande Arquiteto do Universo e governado por leis e costumes ditados diretamente por Ele, para servir de modelo para todas as nações da terra. 
      E da mesma forma que na Ordem Maçônica, essa organização foi fundamentada em uma sabedoria exterior, que compunha o corpo jurídico das leis instituídas por Moisés e pelos costumes praticados pelo povo, e uma sabedoria interior, que continha as verdades ocultas que só podiam ser transmitidas de forma oral a uns poucos escolhidos.
      Essas duas sabedorias estão contidas no Grande Livro da Lei que Moisés escreveu para dar como legado a todos os povos que quisessem conhecer a verdadeira vontade de Deus, mas somente a primeira delas pode ser aprendida pela mente humana, porquanto a segunda é dirigida diretamente aos nossos espíritos e só através da prática iniciática se pode obtê-la. Foi essa sabedoria interior que deu a Moisés o poder para governar o povo de Deus e consagrar os seus líderes, bem como a ciência para fazer as maravilhas que fez.
      E essa sabedoria o Grande Arquiteto do Universo só a comunicou aos seus ouvidos. Ela lhe foi ditada na língua dos anjos, que era a língua falada na terra antes da queda do homem. Por isso que muitas das coisas que Ele disse a Moisés no Monte Sinai, e nas ocasiões em que conversaram face a face, não foram relatadas nos livros que ele escreveu para ensinar aos Irmãos como o universo foi projetado na Mente do Grande Arquiteto do Universo e como Ele quer que seus obreiros trabalhem na terra para construi-lo. Por que esta é a missão que Ele delegou aos seres humanos.
      Daí sucede que muito do aprendizado que os Irmãos de graus mais avançados adquirem hoje nas Lojas, e grande parte do que será escrito neste livro não se encontra explícito nos Livros Sagrados, pois trata-se de uma sabedoria adquirida por Moisés no Egito, antes de ele fundar a Grande Fraternidade dos Filhos de Israel. E esta ele a revelou de forma oral apenas a alguns escolhidos. 

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       A referência aqui feita, aos israelitas, como primeiro grupo a reunir-se em Loja, é, evidentemente, uma analogia. A Bíblia diz que os hebreus, quando saíram do Egito, ficaram vagando pelo deserto, durante quarenta anos, antes de entrarem na Terra de Canaã, atual Palestina, onde fixariam residência permanente. No período em que viveram no deserto, eles se organizaram em doze congregações, ou acampamentos, cada uma segundo a descendência que tinham, a partir da família de Jacó, também chamado Israel.
      Jacó, ou Israel, era neto de Abraão e antes de o povo hebreu ir viver no Egito, ele gerou doze filhos: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zabulon, com a sua primeira mulher Lia; Dan e Neftali, com Bala, a escrava de sua mulher Raquel; Gad e Aser, com a escrava de sua mulher Lia; José e Benjamim, com sua mulher Raquel. Os doze filhos de Jacó deram nomes às chamadas doze tribos de Israel.
      O termo Loja, aqui se aplica às antigas tendas erguidas pelos hebreus no deserto. Consideramos que cada acampamento, referente a cada tribo, era uma Loja, pois se tratava da reunião de pessoas oriundas do mesmo clã. É evidentemente uma analogia que aplicamos à reunião das tribos israelitas, em razão da tendência das pessoas que tem a mesma estrutura cultural se agruparem justamente para manter e desenvolver essa cultura. Na tradição maçônica essa mesma analogia foi utilizada para representar os acampa-mentos dos trabalhadores que construíram o Templo de Salomão. Diz-se que eles foram divididos em grupos que se distribuíram por diferentes acampamentos dentro do canteiro de obras do templo. Essa tradição foi aproveitada pela maçonaria operativa e desenvolvida através dos séculos como forma de organização.
       Nos tempos medievais, costumava-se chamar de Loja ao barracão de madeira onde os trabalhadores de um canteiro de obras se reuniam para apresentar seus trabalhos, discutir os problemas relativos às suas profissões, ministrar instrução aos novos aprendizes, receber salários, etc. Essas reuniões sempre eram abertas com uma oração, na qual se invocava o principio da união, baseado na promessa de Jesus Cristo de que, onde mais de um se reunissem em seu nome, ele estaria no meio deles. Essas reuniões deram origem às chamadas Confrarias de Pedreiros Livres, as quais se tornaram o núcleo histórico de onde proveio as tradições maçônicas tais como hoje as conhecemos. Essas associações, também chamadas Guildas, funcionavam como uma espécie de sindicato, cujo objetivo era a preservação dos seus mercados, a transmissão controlada dos segredos da profissão e a ajuda mútua entre seus membros. Uma das Lojas medievais mais famosas é a de Estrasburgo, na França, onde se pode ver, ainda hoje, como era a conformação de uma Loja de maçons operativos na Idade Média.
       Os irmãos congregados em Loja é uma reunião na qual se discutem questões de interesse da Confraria. Nenhum outro assunto, que não seja os de interesse do grupo, deve ser argüido nessas reuniões, nem pessoas estranhas aos quadros da maçonaria podem fazer parte da assembléia. Os irmãos pertencentes a outras Lojas, inclusive de diferentes ritos, são admitidos mediante as cautelas de praxe e possíveis inquirições, chamadas de Trolhamento.
       Loja, portanto, é a reunião de maçons, e pode ser realizada em qualquer local onde se encontrem sete ou mais mestres, nas condições previstas nos regulamento da maçonaria. Não se confunde com Templo, ainda que a tradição dos maçons, nos tempos atuais, costume chamar de Loja aos templos maçônicos. Templo é o edifício construído e consagrado para receber as reuniões da Irmandade. No Rito do Real Arco a assembléia dos maçons é cha-mada de Capítulo. 

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        A idéia de que o povo de Israel foi o primeiro povo a reunir-se em Loja é deduzida a partir dos trabalhos de Apion, escritor judeu-egípcio do primeiro século da nossa era. É dele a informação de que os hebreus constituíam grupos dispersos que viviam no deserto, sob diferentes tradições e costumes, antes de se unirem e ocuparem a terra de Canaã. Sua história dos judeus não contempla nenhum dos acontecimentos descritos no Pentateuco, que ele define apenas como propaganda israelita para confirmar a sua pretensão de povo eleito de Deus, portanto, com direitos ( divinos) incontestáveis. Para Apion, o Velho Testamento é apenas uma propaganda forjada pelos rabinos judeus para justificar a ocupação das terras palestinas.
       Apion não tinha grande respeito pela história dos israelitas, chegando mesmo a contestar o caráter de antiguidade do povo de Israel, e criticando a sabedoria dos judeus quando em contraste com a dos gregos. Sua opinião a respeito da antiga nação israelita é que ela não passou de um agrupamento tribal que desenvolveu uma cultura fechada, fundamentalista e retrógada, e que em razão dessas características teve muita dificuldade para sobreviver num mundo globalizado como aquele em se tornara o império romano.
        A obra desse historiador contrasta com os escritos de Flávio Josefo, outro famoso escritor da época, que escreveu um volumoso trabalho a respeito da história dos judeus, abarcando desde a saída dos hebreus de Ur dos caldeus até a sua derrocada final nos rochedos de Massada, quando os últimos combatentes zelotes, para não caírem prisioneiros dos romanos, preferiram praticar o suicídio coletivo. Enquanto Apion destaca o caráter sectário da cultura de Israel, Josefo se esforça para demonstrar o seu lado heróico. Dai o caloroso embate literário que se instalou entre os dois famosos historiadores,. 
        A partir das opiniões de Apion não é preciso muita imaginação para perceber a identidade que existe entre os conceitos de “povo escolhido” ou “eleito”, e a questão política e cultural embutida nesse assunto, que até os dias de hoje ainda não foi solucionada. O caráter sectário e elitista dados à sua cultura pelos descendentes do povo de Israel, depois que eles se estabeleceram em Canaã, identifica-se com as noções de confraria e fraternidade, tal como hoje as empregamos.
        Os israelitas, após a sua saída do Egito, organizaram a sua nação nos moldes de uma sociedade secreta, fechada em sua cultura, e francamente hostil aos povos estrangeiros. Daí a analogia que fazemos entre a nação de Israel e a maçonaria. Essa analogia, embora tenha sido pouco explorada pelos autores maçons, é por demais explícita nos rituais da maçonaria para que seja ignorada. Por isso é que nós a evocamos aqui, e sustentamos que, muito mais que a influência das antigas Fraternidades do Egito, Grécia, Pérsia e Índia, que amiúde têm sido apontadas como sendo as antecessoras da maçonaria, foi a organização dada por Moisés ao povo de Israel que forneceu a inspiração para a estrutura que os maçons do início século XVIII deram á Ordem. Essas noções não eram desconhecidas dos irmãos que fizeram a transposição da antiga maçonaria operativa para a especulativa, pois ao transportar para a maçonaria moderna as tradições dos pedreiros medievais, eles fizeram questão de reforçar aquelas que se referiam às práticas dos israelitas do Velho Testamento. Daí a nossa afirmação, de que no catecismo maçônico há muito mais judaísmo que cristianismo.

(continua)
                      
AGUARDE; DIA 19 DE NOVEMBO; LANÇAMENTO OFICIAL DO LIVRO: O   
                                                     FILHO DO HOMEM
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 06/10/2009
Reeditado em 18/10/2009
Código do texto: T1852067
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