RESUMO
O livro é composto em três partes.
Primeira parte: fala da história e da filosofia praticada na maçonaria,
Explicando os títulos, símbolos e expressões lingüísticas utilizadas pelos maçons, e sua procedência histórica e fundamento filosófico.
Segunda parte: explora as relações da maçonaria com a história de Israel, e as influências da tradição israelita nos ritos maçônicos e na sua filosofia.
Terceira parte: fala da doutrina secreta presente nas tradições de Israel, e sua relação com os ritos e ensinamentos maçônicos.
A forma literária adotada foi a do romance histórico. Nele, Moisés é descrito como sendo o primeiro maçom de fato e a nação de Israel como a primeira Loja maçônica.
Para fins de divulgação da presente obra, o autor disponibilizará, periodicamente, neste espaço, resumos dos capítulos do livro.
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Prefácio
A introdução do Sepher Yetzirah, o livro da Cabala judaica, diz que houve uma época na história de Israel em que os “negócios andavam muito mal”. Essas dificuldades, segundo os homens que escreveram esse prefácio, resultava do fato de todas as grandes verdades da religião de Israel serem transmitidas pela forma oral, de geração em geração. Essa forma de transmitir conhecimentos ensejava a corrupção dos conceitos contidos na Biblia e levavam o povo escolhido a um entendimento equivocado das verdades sagradas. Em consequência, a própria humanidade, que deveria viver segundo esses conceitos, também se corrompia.
Os sábios de Israel sempre afirmaram que a Torá, por nós conhecida como Biblia Sagrada, especificamente os cinco livros atribuídos a Moisés, ( Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Pentateuco) era, na verdade, não apenas um extenso código de leis e prescrições, mas sim, a verdadeira vontade de Deus, expressa através de um ensinamento oculto, que não estava, praticamente, no conteúdo positivo das regras e mandamentos explícitos naqueles livros, mas sim, num outro sentido que se deveria dar aos nomes, fatos e doutrinas ali contidos. Em outras palavras, diziam que, dentro do Pentateuco havia uma regra positiva, que correspondia ao corpo legal das leis de Israel, um espírito, que correspondia à exegese, ou seja, a explicação do verdadeiro sentido daquelas leis e por fim, uma doutrina secreta, que correspondia ao conhecimento divino, segundo o qual o mundo havia sido construído, e determinava também o rumo da sua evolução.
Sabendo que as mudanças sofridas pela linguagem, de povo para povo e de geração para geração, naturalmente causam prejuízo à informação transmitida por via oral, os sábios de Israel se propuseram a escrever os mais importantes pontos dessa tradição oral, dando nascimento a dois corpos literários distintos, um conhecido como Talmude, que corresponde a uma espécie de jurisprudência e interpretação da Bíblia, no seu conteúdo legislativo, e o outro a Cabala, que compreende uma interpretação esotérica dos conteúdos bíblicos.
Assim, o Talmude, ou seja, a interpretação da lei divina, feita pelos sábios de Israel, foi compactado em dois corpos doutrinários, conhecidos Massorá (Mashore) e Mishná, nos quais se procura explicar e justificar, positivamente, o conteúdo das prescrições bíblicas.
Quanto á parte esotérica da Biblia, ela foi desenvolvida no corpo literário conhecido como Cabala. Nesta podemos distinguir três divisões, que são a parte histórica, a parte social e a parte mística. Literáriamente, a Cabala se divide em dois corpos distintos, mas permutáveis e dependentes entre si: a parte teórica se divide em dois estudos: o da criação do mundo e as leis da sua evolução ( Bereschit). Esses estudos compõem o livro chamado Sepher Ietzira.
O outro estudo se refere à essência divina e seus modos de manifestação (Mercavah). Este estudo é o que consta do livro conhecido como Sepher-A-Zhoar, que é considerada a parte teórica da Cabala.
A parte prática da Cabala é composta por vários manuscritos esparsos, que ainda não foram colecionados e publicados em um único livro. Compreende diversos relatos e experiências de praticantes dessa disciplina, em todos os tempos, conhecidos como clavículas. Esses manuscritos falam de fórmulas mágicas, feitiçarias, experiências alquímicas e outras práticas místicas, encetadas pelos práticos cabalistas.
A razão de estarmos colocando, neste intróito, algumas informações sobre a Cabala é o fato de a Maçonaria ter herdado dessa Tradição uma boa parte da sua própria estrutura. A linguagem simbólica na qual é vasada a arte do maçom é uma clara analogia que denuncia a apropriação, pelos chamados Obreiros da Arte Real, de importantes parcelas desse monumento cultural que os israelitas legaram à humanidade. E da mesma forma que na Cabala, como no Talmud, não é suficiente saber ler para entender, na Maçonaria também não é bastante ser iniciado, ou participar ativamente das reuniões e praticar, com absoluta inflexibilidade, os rituais propostos, para se penetrar no espírito da maçonaria.
A Maçonaria, como a Cabala, é uma arte do espírito. Deve ser encarada como se fosse uma aventura espiritual. O maçom iniciado entenderá por que estamos falando isso. O maçom não iniciado também. Que ambos recebam este trabalho como se fosse um romance.