O anseio de Jorge
Jorge não é fácil. É um brasileiro sem a apolínea canastrice do Ricceli. É um esclarecido que a natureza o dotou poeta.
Adquiri Viagens e Delírios. Sua escrita é crua, mas perfeita como uma fruta.
Ao contrario do que bem fala Fabiano, ele não escreve sobre anti-heróis/heroínas cariocas. Jorge esclarece que todas as esquinas são iguais.
As anti-virtudes, o sexo e o ritmo são iguais em todas as esquinas. Trás da Mesbla, Harlem ou Noukachot, o desafortunado é mais estrela que o herói.
Herói, heroína? Assista novelas, enlatados ianques. Não os procure em Jorge.
Jorge Luiz é um escultor da palavra. Se meus textos só servem para histórias em quadrinhos, Jorge Luiz encarna Caravagio em seus tons mais sombrios e fulgurantes.
Jorge Luiz da Silva é o anti-herói de si mesmo por sua descendência Exemplo vivo de Macunaíma que recusa a metamorfose. Coelho, Jô já são cartas marcadas onde Sarney alocupletou-se.
Mesmo assim, por que não lhe reconhecem o talento, convidando-o?
Jabort, Henrique, Veríssimo, intelectuais televisivos, aprendam com o cidadão Jorge Luiz Alves da Silva. Ele não levanta a bandeira do extermínio do sofrimento. Mostra a banalização como um tripudia o outro. O que ele quer é simples.
Jorge Luiz da Silva Alves quer valer a palavra dignidade.