Resenha do livro Memória de minhas putas tristes
GARCIA Márques, Gabriel, 1928 – Memória de Minhas putas tristes / Gabriel Garcia Márques; tradução Eric Nepomuceno. – 13° ed. – Rio de Janeiro: Record, 2006.
Obra do escrito colombiano premio Nobel em 1982, que ao escrever está obra não nega o motivo de ser tão premiado.
Síntese da obra: Um velho jornalista narrador de sua própria história que vive cerca de quase cem anos de solidão e embrutecimento, escrevendo crônicas e resenhas maçantes para um jornal provinciano, dando aula de gramática para alunos sem horizontes quanto ele, e, acima de tudo, perambulando de bordel em bordel, dormindo com mulheres descartáveis. Só quando acorda ao lado da ainda pura ninfeta Delgadina é que esse personagem vai ganhar a humanidade que lhe faltou enquanto fugia do amor como se tivesse atrás de si um dos generais que se revezavam no poder da Colômbia.
A obra retrata a vida de um homem de noventa anos e seus problemas emocionais e financeiros. Jornalista por profissão, sonhador e solitário, que nunca se deitava com mulheres que não aceitassem o seu dinheiro como forma de pagamento pelo serviço prestado, apaixona-se por uma jovem de catorze anos que coloca o nome de Delgadina e começa a idealizá-la em suas crônicas dominicais no jornal El Diário de la Paz, mostrando aos seus leitores como é possível amar.
Muito embora a relação com Delgadina não tivesse ato sexual, já que ele só a encontrava à noite quando ela já estava dormindo; os momentos que passavam juntos são dotados de imensa intensidade idealizada pelo jornalista. Encontros que duram doze meses na cronologia do livro, evidência-se a crítica a sociedade moderna, mostrando que no amor, o tempo e a idade sejam irrelevantes, e que uma pessoa mais idosa também pode viver uma relação de amor. Questões como amor, amizade, pudores, mulheres e sexos são coisas distintas, mas que podem viver juntas. Percebe-se também, que nem sempre podemos associar a mais antiga profissão do mundo, com mulheres dotadas de caráter sujo e impuro, porque não é somente essa a realidade; muitas delas prestam a tal situação por necessidade.
A história se passa no século XX, onde as modernices tentam sobrepor-se a sentimentos, valores, relações, sensações que são inerentes à humanidade em suas construções no cotidiano.