A reinterpretação de um movimento inevitável
Palavras cheias e vazias, em antagonismos constantes e fundamentais, preenchem as nossas lembranças. Lembranças estas que narram a nossa própria história, vestidas e revestidas de emoções e razões paradoxais. “Memórias em Ruínas”, nesse viés, é a entrega absoluta a esses contrapontos cotidianos, em que a oscilação entre se encontrar e se desencontrar se transparece como uma denúncia da fragilidade humana.
Esse romance, em sua fotografia, flagra um momento da vida em que as capas vestidas são, aparentemente, abandonadas. A morte. É possível classificá-la? Erguê-la? Descobri-la? Essa narrativa, de Alberto da Cruz, não se limita a responder perguntas objetivas e práticas, quase científicas. Sua intenção é, portanto, dialogar com esse estado premeditado, que se tornou a única certeza humana – um clichê existencial.
A certeza da morte, a aceitação dos erros, a lástima das consequências, esses são, de fato, os elementos edificadores dessa história. Todavia, o que é a arte se não o intenso movimento de construção e reconstrução? Mais do que um retrato, essa é uma reinterpretação de um movimento inevitável, apenas evitado pelo peso das lembranças que, além de marcarem, também sangram as nossas idiossincráticas narrativas.
Nossas memórias são marcas. Nossas marcas são denúncias. Nossas denúncias são encontros. Nossos encontros derradeiros são dores, prazeres e pavores convertidos em ruínas. E, nessa circunstância, realmente vestimos máscaras e capas? Ou será que apenas nos despimos das antagônicas palavras cotidianas e nos revestimos de ideias e ideais?
Nesse contexto, Memórias em Ruínas nos leva a um passeio psicológico através das imagens apresentadas pelo seu protagonista, Manuel Junqueira, o próprio retrato antagônico de sua existência construída por decepções e amarguras.
Daiane Crivellaro - UFRJ
Palavras cheias e vazias, em antagonismos constantes e fundamentais, preenchem as nossas lembranças. Lembranças estas que narram a nossa própria história, vestidas e revestidas de emoções e razões paradoxais. “Memórias em Ruínas”, nesse viés, é a entrega absoluta a esses contrapontos cotidianos, em que a oscilação entre se encontrar e se desencontrar se transparece como uma denúncia da fragilidade humana.
Esse romance, em sua fotografia, flagra um momento da vida em que as capas vestidas são, aparentemente, abandonadas. A morte. É possível classificá-la? Erguê-la? Descobri-la? Essa narrativa, de Alberto da Cruz, não se limita a responder perguntas objetivas e práticas, quase científicas. Sua intenção é, portanto, dialogar com esse estado premeditado, que se tornou a única certeza humana – um clichê existencial.
A certeza da morte, a aceitação dos erros, a lástima das consequências, esses são, de fato, os elementos edificadores dessa história. Todavia, o que é a arte se não o intenso movimento de construção e reconstrução? Mais do que um retrato, essa é uma reinterpretação de um movimento inevitável, apenas evitado pelo peso das lembranças que, além de marcarem, também sangram as nossas idiossincráticas narrativas.
Nossas memórias são marcas. Nossas marcas são denúncias. Nossas denúncias são encontros. Nossos encontros derradeiros são dores, prazeres e pavores convertidos em ruínas. E, nessa circunstância, realmente vestimos máscaras e capas? Ou será que apenas nos despimos das antagônicas palavras cotidianas e nos revestimos de ideias e ideais?
Nesse contexto, Memórias em Ruínas nos leva a um passeio psicológico através das imagens apresentadas pelo seu protagonista, Manuel Junqueira, o próprio retrato antagônico de sua existência construída por decepções e amarguras.
Daiane Crivellaro - UFRJ