Causas Perdidas – Antologia de Carlos Sérgio Monteiro Ferreira

Causas Perdidas – Antologia de Carlos Ferreira

Ele não é conterrâneo não. Pelo contrário, Carlos Sérgio Monteiro Ferreira vem da nossa irmã África, Luanda, país onde também se fala o Português.

Nascido na década de 60, foi Jornalista da Rádio Nacional de Angola por mais de 20 anos, onde desempenhou as funções de redator-repórter, locutor, chefe da redação desportiva, da cultura, de intercâmbio, da redação de opinião pública, chefe do departamento de realização de programas e outros trabalhos jornalísticos que somente tanto tempo de carreira pode permitir.

Em 2001 foi transferido para a Presidência da República, como jornalista da Acessória de Imprensa, mas depois em 2004 voltou à Rádio Nacional para ser assistente do Diretor e Diretor dos Serviços de Programas.

Em 1982 fundou a Brigada Jovem de Literatura, uma associação de jovens escritores e amantes da literatura, onde foi secretário das atividades culturais. Logo após, entrou para a União dos Escritores Angolanos assumindo também a secretaria das atividades culturais.

É autor de textos de canções, tendo ganho doze prêmios para a melhor letra do ano e dentre suas obras encontramos as poesias “Projeto Comum I e II”, “O homem nos 4 andamentos” (adaptação poética da sinfonia Eróica de Bethoven), “Começar de Novo”, “Voz à solta”, “Marginal”, “Namoro o Mar”, “Quase exílio” e “Até depois”.

Há também as crônicas: “Sabor a sal” e “A magia das palavras”, além da novela “A angústia do fim”.

Atualmente, Carlos Ferreira escreve em tempo integral. Alguns de seus poemas podem ser encontrados no “Roda Mundo – Antologia Internacional 2008 “, além de um dos seus últimos trabalhos,ser a publicação, pela editora Ottoni, de “Causas Perdidas – Antologia”.

A obra reúne o melhor de sua poesia já escrita. Poemas tristes sim. Desenhados dentro de um cenário africano de dor, miséria, fome e sofrimento. São lamentos de sonhos não realizados e que não podem se realizar. Sonhos não só do autor, mas de todos e neste aspecto, Carlos nos ensina a sonhar e a continuar acreditando até romper a dura barreira da realidade.

Assim:

“Nem do osso fica a carne

Nem da montanha um sinal

Nem do berro o vendaval

O segredo é ficar calado

Sentado lado a lado com o nada.

Nem do sal cai a lágrima

Nem a letra vira a página.

A vida é ficar assim

Sem ser contigo

Às vezes aos poucos

Ter-te aqui”.

Mas:

“De repente a vida se oferece

O sol recomeça

O silêncio se esvai

Eu volto a ser o de sempre

Pobre é verdade

Mas sabedor

E mais vivido”.

Douglas Lara

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 26/07/2009
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