O LEITOR
Que “o amor não tem idade”, não é novidade nenhuma para as pessoas. Em tempos onde deve-se lutar pela inclusão e abolir os preconceitos diversos, Bernhard Schlink, através de seu livro “O Leitor”, permite uma reflexão acerca desse tema.
O livro aborda o romance entre Michael, um menino de 15 anos e Hanna, 21 anos mais velha que o amante. Sem apelar para a carga erótica e a situação inicial do choque social, o romance se dá de maneira gradativa, marcando uma delicada relação amorosa, em um jogo sensual de gestos e estranhos rituais. O pano de fundo desta obra de ficção é o período da 2ª guerra mundial e o cenário é, obviamente, a Alemanha. Mais um olhar sobre esse período sórdido da história, porém sem mencionar os horrores do holocausto.
Michael se apaixona por Hanna quando a conhece. O menino – vítima de hepatite – passa mal na rua e recebe sua ajuda. Ele volta a casa dela para agradecer e um clima de sedução paira no ar. Os rituais do primeiro encontro se repetem sempre da mesma forma: ambos tomam banho juntos, Michael lê alguns clássicos de Tolstoi, Dieckens e Goethe (daí a origem do título do Best seller) para Hanna e, em seguida, os dois fazem amor. Ninguém mais toma conhecimento do relacionamento amoroso. O romance é interrompido pelo desaparecimento repentino de Hanna. Sete anos depois, Michael, agora estudante de Direito, participa de um julgamento contra criminosos do regime nazista. O choque se dá quando ele percebe que uma das mulheres que ocupa o banco dos réus é, nada mais, nada menos do que... sua Hanna! Dividido pela surpresa em rever sua amante e atordoado pela situação, ele acompanha o caso. Descobre que Hanna prefere ser julgada e condenada a revelar seu grande segredo. O que fazer nessa situação? Que segredo seria esse e o quão terrível poderia ser sua revelação?
Nas palavras do próprio autor, Bernhard Schlink: “É um livro para jovens e mais velhos, mulheres e homens, intelectuais ou não, pessoas com diferentes tipos e níveis de educação de uma ampla gama de países, e é um livro para quem lê muito ou não.” (...) “O Leitor não é um livro sobre nacional-socialismo nem sobre o Holocausto. É um livro sobre a relação entre a geração do pós-guerra e a geração da guerra, sobre a implicação da geração pós-guerra na culpa da geração da guerra, e sobre a implicação na culpa em geral.” Sem dúvida, além dessa interpretação pessoal, o leitor de “O Leitor” pode deleitar-se por si próprio com essa maravilhosa leitura, já adaptada também para o cinema. Degustem!!!