O Vendedor de Sonhos - Augusto Cury

CURY, Augusto. O Vendedor de Sonhos, O Chamado. 7. ed. São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2008.

RESUMO

O livro “Vendedor de Sonhos” faz uma reflexão socióloga e religiosa. Submete o leitor ao mundo da psique humana. O acompanhamento da história de um vendedor de sonhos, que confunde mentes por onde passa.

Júlio César, renomado professor, reencontra o sentido da vida com a ajuda de seu futuro mestre, que o impede de cometer suicídio. Com intermináveis indagações, esse homem, de quem ninguém sabe a origem, o nome ou a história, sai proclamando aos quatro ventos que as sociedades modernas se converteram num hospício global. Numa eloqüência cativante, começa a chamar seguidores para vender sonhos.

É impossível chegar ao meio de “O Vendedor de Sonhos” e não ter se perguntado se realmente vivemos em um manicômio global, como sugere o personagem principal.

RESENHA

O livro convida a uma viagem ao interior de cada pessoa. No geral, é um livro de auto-ajuda muito mais elaborado e com uma história que prende o leitor pelo diferente, pela excentricidade do personagem principal. Durante toda a obra nos perguntamos de onde vem o mestre? Será que teve graduação? Como uma pessoa que mora embaixo de uma ponte pode ser tão esclarecida e tão incisiva?

Após persuadir o professor universitário, o vendedor de sonhos conseguiu recrutá-lo para seguir este foco principal: tentar mostrar para as pessoas que o mundo em que vivemos está corrompido e decadente. Na visão do vendedor, todo o sistema escraviza as pessoas e a grande maioria não se dá conta de que não aproveita o maior dom que temos, que é viver. Para o mestre, como o professor Julio César começou a chamá-lo, o mundo está doente.

A todos os momentos, o Vendedor de Sonhos, taxado como mestre, entra em locais inusitados como, por exemplo, funerais e tenta mostrar às pessoas o lado da vida que nos esquecemos ou que fazemos questão de não enxergar seja por esquecimento ou porque estamos na mesmice do mundo cotidiano e esquecemos de olhar o todo com sentimento real e de amor fraternal.

O autor mostra que independente de méritos acadêmicos, que ganhamos durante nossa vida ou posição social, que muitas vezes esquecemos do mais importante que cada um de nós considera para si. A todo o momento é posto em xeque os valores e a moralidade; que muitas vezes a posse de bens não significa ser uma pessoa mais evoluída ou mais inteligente.

Na sua grande missão, o mestre foi criando uma equipe, conseguindo atrair cada vez mais pessoas, entusiasmadas com seus pensamentos revolucionários. Entretanto a cada investida, muitos inimigos se tornam parte do seu meio também. A cada página vamos descobrindo quem é o misterioso homem que consegue cativar e embutir suas idéias na mente das pessoas.

O livro intitulado como ficção pelo próprio autor, nos promete chorar, rir e pensar muito. Chorar mesmo, não; rir de fato, sim, com as perspicácias dos personagens “Bartolomeu e Barnabé” foram possíveis; e quanto a pensar muito, algumas reflexões nos leva a interiorizar este mundo de TER X SER, bem claro no livro, porém o ser caminhante, sem agendas, não é possível nesta sociedade, onde temos ainda muitos compromissos, entre a imagem que sou e a imagem que pretendo ser, onde impera os conflitos, tão bem trabalhados na história.

Uma música que todos os seguidores, além de seu mestre sempre cantam e que define muito bem o livro é a seguinte:

“Sou apenas um caminhante”.

Que perdeu o medo de se perder

Estou seguro de que sou imperfeito

Podem me chamar de louco

Podem zombar das minhas idéias

Não importa!

O que importa é que sou um caminhante

Que vende sonhos para os passantes

Não tenho bússola nem agenda

Não tenho nada, mas tenho tudo

Sou apenas um caminhante

À procura de mim mesmo”

Obs. Este livro daria um bom filme, muito rico em detalhes.

Komattsu, K.

Mara Perillo