MISAEL, o enrolão
MISAEL, o enrolão
No início da minha vida de universitário, um professor falou de três regras, das quais lembro de duas. Acompanharam-me na minha vida de aluno e profissional. Sempre tirando proveito. Dependia de mim a identificação do fato com a filosofia das leis. As leis:
1ª : Até onde enche um barril?
Enche até o furo, acima disso vasa.
Significa que um projeto pode se apresentar muito bom existindo, no entanto, um FURO impugnante.
Dois amigos passavam em frente a um motel. Um elogiava as qualidades da esposa como perfeita dona de casa. O amigo indagou do marido se a mulher que saia do motel acompanhada era sua esposa. Respondeu:
- Sim, mas é o único defeito que ela tem...
2ª : Não se coloca um chapéu na cabeça de alguém sem que o dono da cabeça não dê uma ajeitada, uma arrumadinha.
Significa que nada está perfeitamente acabado, sempre há uma maneira melhor para ser feita, principalmente do lado da outra parte observadora.
Um débil mental observava um motorista cujo pneu do seu carro caíra por desprender os parafusos de fixação. Não sabia como resolver, colocar de volta o pneu. O alienado sugeriu a retirada de um parafuso dos outros três pneus e recompor a rodagem do carro, provisoriamente. O motorista falou:
- ...mas o senhor não é maluco?
- Sou, sim, mas não sou burro.
Com estas leis no meu íntimo passei a acumular outras existentes no vulgo. Vislumbrei, ainda, estas leis são empregadas pelas crianças em suas brincadeiras e relacionamentos. Na vida adulta as mesmas leis são aplicadas de modo mais sutil nos relacionamentos religiosos, comerciais, políticos, enfim, em qualquer que seja. Resolvi escrever estas observações tomando um amigo de infância como ícone representativo de todos nós. Todas as brincadeiras de criança com seus truques para tirar vantagem dos adversários disse ser de sua autoria. MIZAEL era seu nome. Enrolão tem o significado de esperto, sabido, safo sem ser desonesto, infantilmente correto. Esta I Parte do livro prende a atenção do leitor por se sentir refletido num espelho, ele e seus amigos. Nesta mesma sessão faço a apresentação de algumas leis empregadas por políticos num cenário onde governava o Brasil o Fernando Henrique Cardoso. Escolhi o relacionamento político por ser livre não correndo o risco de ser achacado por algum grupo que se sentisse prejudicado. Se escolhesse o relacionamento religioso, com certeza, teria problema de pessoas que não compreendessem o sentido do livro.
Na II Parte faço uma defesa contra as privatizações, que surgiram no bojo da política liberal desenfreada justificada pela globalização. Procurei desmistificar os “slogans” utilizados para reforçar a entrega de nossas rendosas empresas. A PETROBRÁS, que não foi totalmente privatizada, apenas foram vendidas mais de 35 % das ações na bolsa de Nova Iorque por um preço vil, menos de 10 % do valor. Concluindo esta perfídia, o funesto FHC revogou a lei 2004 de criação do monopólio da empresa na exploração do petróleo e editou a lei 9478/97 onde quebra o monopólio. Pela nova lei a Petrobrás é obrigada a fazer sempre a pesquisa e a exploração associada a mais duas empresas. O petróleo descoberto e produzido será de propriedade do consórcio. Este petróleo pode ser exportado. Por esta nova lei o grandioso campo de Tupy no pressal, que dobra nossas reservas, passaria ser explorado pelo consórcio que ganhasse a concorrência para explorá-lo. Para evitar a entrega deste campo gigantesco o governo pensa em fazer novo marco regulatório para que o petróleo deste manancial seja NOSSO. A CPI formada no momento seria para bombardear nossas pretensões e nossa soberania sobre o NOSSO PETRÓLEO.
A III Parte é um resumo chistoso da História do Brasil de Getúlio ao funesto FHC.