O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

Mesmo sendo uma obra ficcional, é impossível não verter lágrimas a cada capítulo do livro “O Menino do Pijama Listrado” de John Boyne. O pano de fundo da história trata do horror da 2ª Guerra Mundial e o hediondo holocausto, retratado pelo olhar infantil de Bruno, um menino de 9 anos de idade, filho de um Comandante, Oficial do exército do Líder Nazista, o Ditador Adolf Hitler.

Bruno se vê forçado a abandonar às pressas sua confortável vida em Berlim, após o Pai ser designado para comandar um campo de concentração em Auschwitz (que sua língua infantil entende por “Haja Vista”). Alheio à guerra que envolve seu país, a Alemanha, com boa parte da Europa, mudam-se para uma região desolada onde nada o faz feliz. O pequeno vê seus dias passarem através da janela, onde observa uma grande cerca que separa pessoas de seu convívio e nota que todas andam uniformizadas, usando um pijama listrado. Ele não entende bem as diferenças que separam os dois universos e, em um dia bastante entediado, resolve brincar de explorador, até que se depara com um menino de pijama listrado do outro lado da cerca. Shmuel, um menino judeu preso no campo de concentração, tem a mesma idade de Bruno e curiosamente nascera no mesmo dia em que ele. Os dois tornam-se grandes amigos e pouco a pouco passam os dias conversando sobre as razões que os separam, entendem que a amizade é proibida, mas não compreendem o porquê.

Paralelo às atrocidades cometidas pelo exército alemão, surge a beleza da amizade, pura e despretensiosa. Um olhar inocente sobre o horror do holocausto, que tantas vítimas fez, manchando a história do cenário político mundial. Mesmo não explorando a fundo todo o impacto vivido em meio à década de 40, onde polidamente o autor poupa os leitores dos detalhes sórdidos (vistos anteriormente em “A Lista de Schindler” e em “O Pianista”), é impossível não comover-se com a pureza do olhar pueril frente à situação de guerra e sentir um nó na garganta ao perceber, página a página, o valor de uma amizade verdadeira, como a de Bruno e Shmuel.

Crime e castigo andam de mãos dadas e os universos antagônicos se encontram e as conseqüências levam a um desfecho trágico, onde percebe-se claramente a mensagem de Boyne, levando à reflexão sobre os atos cruéis que podem se voltar contra quem os pratica. Por motivos óbvios, não vale a pena estragar a surpresa e o prazer que a leitura desse Best seller suscita nos leitores, mas fica o convite para degustar essa história contida neste primoroso livro.

Patrícia Rech
Enviado por Patrícia Rech em 21/06/2009
Código do texto: T1660443
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