Tempos difícies

Alves, Rubem Azevedo. Tecnologia e Humanização. In: enigma da religião. 5ªed. Editora Papirus, Campinas: 2006.

* Fernando Pereira de Aguilar

O artigo em referência aborda o paradoxo humano em relação à natureza, enfoque necessário para que possamos refletir acerca do domínio tecnológico em prol de uma eficiência dicotômica que elimina os sonhos da humanidade. Rubem Alves nos mostra através desse artigo a contradição que vivenciamos, sobretudo no século XX, uma vez que estamos cercados das “mais avançadas das mais avançadas das tecnologias” e nos sentimos reféns do medo da morte, esperando que o tecnologismo nos salve do nosso finito destino. O artigo aponta que o homem perdeu sua crença em Deus e passou a acreditar na tecnologia como salvação de um mundo irreal e sem história, pois o presente é vivido sistematicamente, tendo em vista que com o avanço tecnológico o novo vira velho num piscar de olhos. Nem mesmo Marx através do comunismo foi capaz de derrotar o capitalismo selvagem, que em certa medida tentou suplantar a esperança dos povos. Entretanto, ao ficar ciente de sua razão o homem se coloca diante do imponderável, tenta construir sua história, mas se vê num emaranhado, onde o consumismo deturpa seus sentido causando-lhe alienação, o homem trabalha em função de consumir, e isso transforma-se num circulo vicioso. Pois, Segundo Alves, uma das contradições do nosso mundo atual está em que dois terços da humanidade estão num estado de permanente fome ou subalimentação. Isso nos leva a inferir que a tecnologia não está distribuída uniformemente e em decorrência disso também o capital. Nesse sentido o autor postula que “A conseqüência lógica da humanização das relações entre o homem e o seu mundo seria a criação de uma nova psicologia(...) o homem experimentaria a transição do medo para a confiança. Mas para tal experimento o homem teria que responder perguntas que o articulista propõe como problemas tais como “ Quais são os meu valores?”,”Quem sou eu?”, etc. Desse modo o homem teria que descobrir a si mesmo para concretizar sua libertação. Por último Rubem aponta que a participação do homem deve ser participativo e crítico sem deixar de ser utópico.

* Aluno do 6º período de Letras da PUCMINAS – BETIM - MG

duende
Enviado por duende em 18/06/2009
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