A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
“Eu não carrego gadanha nem foice. Só uso um manto preto com capuz quando faz frio. E não tenho aquelas feições de caveira que vocês parecem gostar de me atribuir à distancia. Quer saber a minha verdadeira aparência? Eu ajudo. Procure um espelho enquanto eu continuo...”
E foi com essa frase que a morte passou a me ganhar. Confesso que ler este livro fez com que eu mudasse minha percepção sobre ela, a morte, a face feminina da escuridão, o lado poético da vida. Sim, a morte é romântica.
A menina que roubava livros, do australiano Markus Zusak, é uma história que se passa na Alemanha nazista, onde ainda podemos ver crianças jogando bolas em meio a um caos de uma guerra desumana, medíocre e muito das vezes revoltante.
A morte conta a história de uma garotinha, que incrivelmente conseguiu tapeá-la por três vezes. Liesel a viu de perto e estava presente quando levou seu irmãozinho, quando levou também um amigo, que ela só veio perceber no final, que ele era mais que isso. Era o seu amor.
Hoje, enquanto eu escrevia esta resenha, não me hesitei em dizer que amava uma pessoa, porque eu não queria fazer como a pequena da historia, que deixou para dizer palavras tão belas depois que o corpo do rapazinho jazia frio nas ruas de Molching.
Essa foi uma das mensagens que o livro me passou. Sem contar que ele me chamou mais a atenção para voltar ao passado de Hitler e tentar entender os motivos que o levou a fazer toda aquela chacina absurda. E não deixando de concordar com minha amiga Morte: Os seres humanos me assombram.
Leiam à história que você nos entenderá.
Boa leitura!