A arte de fotografar
A fotografia é uma arte que ao longo do tempo aprimora-se com as novas tecnologias. Na pós modernidade, sobretudo, a imagem é a representação visual na cultura e, portanto, o indivíduo interpreta a imagem baseado nos conhecimentos adquiridos pelos meios sociais, econômicos, políticos e religiosos. Todavia, fotografar requer, sobretudo, do profissional um olhar muito além do que a imagem está mostrando, é preciso ter sensibilidade ao assunto tratado, pois fotografar é conferir importância, escolher um tempo e um espaço. É através desse viés que o autor, Jorge Pedro Sousa, em seu texto “Fotojornalismo Perfomativo” explica as questões sobre a expressividade da imagem fotojornalística.
Para ele, a fotografia e a sua atividade decorrente, o fotojornalismo, fazem de qualquer modo, parte do patrimônio da humanidade, da civilização. Nesse sentido, percebe-se a importância dessa profissão, como meio de comunicação. Ainda que as imagens sejam retratadas buscando a representação do assunto, ao mesmo tempo, a força delas, reproduzem aparências.
Ao longo do texto estudado, o autor mostra como a técnica influencia no processo fotográfico, mas aliado a ela, há também o estudo relacionado à semiótica e aos modelos das funções da linguagem no discurso informativo. Todas essas análises, sistematizam a leitura da fotografia jornalística com a visão do leitor. Para Vilches, ao plano expressivo corresponderia um plano de conteúdo que formaria o nível semântico da imagem fotográfica. Os códigos de conteúdo promoveriam a compreensão da imagem ao transformarem a superfície visual da fotografia em unidades de leitura.
Já Garroni, diz que a existência de uma relação diferenciada entre expressão e conteúdo ao nível da linguagem natural e da imagem enquanto sistemas de significação. Ao passar-se de um a outro, gerar-se-iam significados secundários, alguns em princípio não previstos. Todavia, determinadas porções dos conteúdos seriam irredutíveis.
No texto de Jorge Pedro, há também exemplos de legendas sobre a articulação semântica entre texto e imagem. Este propõe o entendimento relacionado entre o texto e a fotografia, isto é, como a imagem complementa o texto, como as frases junto à imagem chamam atenção do leitor, o texto que não se liga a imagem. Há quatro tipos de legendas: a enigma, a mini-ensaio, a narrativa e ampliativa. Uma outra observação a ser feita são os níveis que as fotografias podem ser analisadas.
Portanto, ao falar do fotojornalismo é preciso nos remeter a sua história que foi de tensões e rupturas. Como o próprio Jorge Pedro diz em sua obra “Uma história crítica do fotojornalismo ocidental” é uma história de oposições entre a busca da objetividade e a ascensão da subjetividade e do ponto de vista, entre realismo e outras formas de expressão, entre o matizado e o contraste, entre o valor noticioso e a estética.
É importante lembrar que os discursos fotográficos são manipuladores e variam conforme as crenças, as ideologias, os mitos, expectativas de cada indivíduo. Por isso, a fotografia é uma fonte de informações e comunicação, é preciso saber o que, e como fotografar, porque através dessas leituras se molda o discurso fotojornalístico.