A NOVA ALMA DO NEGÓCIO - RESENHA CRÍTICA

De: Egídio Garcia Coelho

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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO

"A NOVA ALMA DO NEGÓCIO"

Resenha Crítica apresentada à Disciplina de Introdução à Administração ministrada pelo Prof. Paulo Henrique Simon no Curso de Formação em Administração ESAG Sênior da UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina.

FLORIANÓPOLIS

2009

1. INTRODUÇÃO

No Livro a Nova Alma do Negócio o Autor Tom Morris, inicia enfatizando a Excelência Empresarial e a Busca Humana. Ressalta que mesmo os recentes problemas que enfrentamos no mundo corporativo, podem ser resolvidos com a ajuda da sabedoria antiga. Diz ter chego à hora de emitir um grito de alerta que nos reúna a todos em torno de uma breve filosofia com abrangência coletiva. Precisa-se nesse ponto da história que chegamos entender a condição humana numa profunda reflexão, buscando maior compreensão para aplicarmos à nossa forma de viver e administrar negócios no cotidiano. Tom Morris descende de uma família com tradição empresarial e foi facilmente induzido por seus instintos à opção pela formação em administração, quando iniciou seus estudos na Universidade da Carolina do Norte, em Chepel Hill. Fascinado pelos relacionamentos do mundo corporativo, viu-se contemplando o estudo de direito empresarial, objetivando melhor preparação para assumir liderança como executivo. Assim, durante sua formação foi desenvolvendo um senso de importância mais relevante às questões mais profundas sobre as quais se ignorava nos cursos de administração. Seguindo esse instinto, nos brindou compilando uma coletânea de ensinamentos que sensibilizou seus leitores em todo o planeta. Entre tantas citações vale refletir sobre esta: ”Tudo tem seu tempo e até certas manifestações mais vigorosas e originais entram em voga ou saem de moda. Mas a sabedoria tem uma vantagem: é eterna. (Baltazar Gracián):” E resumindo a obra temos como início desse mergulho no conhecimento a pergunta chave: O que a filosofia clássica tem a oferecer às empresas modernas? Nada menos que os segredos para elevar o moral e a produtividade em organizações de todos os portes. Esta é a filosofia que no livro foi apresentada a milhares de executivos de empresas como Merril Lynch, Coca-Cola, Bayer e Northwestern Mutual Life. Em A Nova Alma do Negócio, Morris, que seguindo sua jornada foi professor de filosofia na Notre Dame durante 15 anos, compartilha o conhecimento que acumulou em uma vida de estudos dos ensinamentos dos pensadores mais sábios da história e revela como aplicar suas ideias ao ambiente empresarial da atualidade. Embasado com mais evidência em Aristóteles o autor se inspira também nas lições de outros renomados pensadores de escolas e tradições diferentes. Uma obra que leva o leitor a uma profunda reflexão ao encarar algumas “máximas”, em palavras atribuídas a Confúcio, Sêneca, Santo Agostinho, Ralph Waldo Emerson, Abraham Lincoln e muitos outros. Analisando o funcionamento interno de várias empresas, Morris demonstra por que compensa numa organização que busca o ápice da excelência, adotar a Verdade, Beleza, Bondade e Unidade que são consideradas as quatro virtudes atemporais, identificadas por Aristóteles há quase três mil anos atrás. Morris deixa claro que as empresas mais bem-sucedidas estimulam uma cultura empresarial que infunde dignidade e humanidade nas interações entre colegas, colaboradores, chefes, clientes e fornecedores. Este livro apresenta claras estratégias bem definidas dignas de adoção por quem deseja transformar essas virtudes, alicerçando sua vida profissional e pessoal. Enfim temos uma obra que pode ser considerada modelo exemplar de livro que defende uma nova ética nos negócios e um ambiente de trabalho com predominância da franqueza e regra de ouro como essência.

2. DESCRIÇÃO DO ASSUNTO

Na obra “A nova alma do negócio”, o autor Tom Morris aplica as idéias centrais do pensamento aristotélico e de outros clássicos, às questões empresariais. O autor combina a busca da felicidade pessoal com a excelência empresarial. Nossos alicerces de excelência humana governam tudo o que fazemos, tanto dentro de nossas organizações quanto dentro dos nossos relacionamentos com clientes e fornecedores. Quando olhou o mundo, Aristóteles viu que apesar dos diferentes caminhos utilizados pelas pessoas, o objetivo de todos é o mesmo. “A felicidade.” E para se atingir tal objetivo Morris expõe na Primeira Parte uma rica abordagem sobre a Verdade a partir da página 27. Nessa primeira parte o autor divide a abordagem em três temas, iniciando com “A Dimensão Intelectual no Trabalho”, onde se percebe que as ideias nutrem a mente da mesma forma que a água supre o organismo. À luz disso, está claro que precisamos tanto de boas ideias quanto de comida, ar e água de boa qualidade. Depois temos “Verdade e Mentira”, onde vemos que uma das maiores tentações é fazer o que for necessário para se obter os resultados almejados, mesmo que isso envolva manipulação inescrupulosa de outras pessoas. A verdade é facilmente destruída pelos nossos desejos. Ninguém pode ser feliz depois de "expulso do reino da verdade". Em todo o mundo, as pessoas mentem para concretizar seus fins - mentiras pequenas, mentiras grandes e desesperadas, exageros absurdos, fraudes perigosas, blefes táticos e pequenos estratagemas. É muito ruim ver-se na extremidade errada de uma mentira. A maioria de nós condena em princípio a mentira, mas no fundo continuamos acreditando que realmente nos beneficiamos dela de vez em quando. Mentir é uma das atividades mais perigosamente corrosivas e sutilmente desestabilizadoras encontradas na vida humana. Para fechar o capítulo “A Verdade Sobre a Excelência” é uma ideia Poderosa muito mais do que apenas um slogan, destacando-se como uma das maiores “verdades” já descobertas. O que fazemos no mundo é uma consequência do que pensamos. E a forma como o fazemos neste mundo é resultado de nossa forma de pensar. Na Segunda Parte temos outro mergulho filosófico com destaque para a Beleza com abordagem também dividida em três temas, iniciando com “A Dimensão Estética do Trabalho”, onde se pode refletir sobre uma citação de Vitor Hugo: “O belo é tão útil quanto o útil. Talvez até mais.” Na opinião do autor a dimensão mais negligenciada da experiência humana no mundo corporativo é a libertação do espírito, cuja beleza, liberta, restaura e inspira, cabendo aqui outra citação: “A arquitetura é a arte que dispõe e adorna de tal forma as construções erguidas pelo homem, para qualquer uso, que vê-las pode contribuir para sua saúde mental, poder e prazer. ( John Ruskin).” A beleza no trabalho foi ressaltada com o exemplo do executivo Ricardo Semler que como presidente da Semtec, empresa brasileira, parece ter entendido intuitivamente as profundas conexões entre “empowerment (delegação de autoridade)”, estética, satisfação no trabalho e desempenho de um modo geral, quando deixou que seus colaboradores escolhessem onde gostariam de trabalhar e ainda permitindo a decoração do ambiente na fábrica. Em 1947, De Pree que foi dono da Star Furniture Company, em Zeelan, Michigan, escreveu que até em um simples detalhe, como o design de uma porta, devemos considerar tanto questões práticas quanto espirituais. E numa casa, embora se deva ter interesse pelo design, este nunca poderá se sobressair ao grau de importância que se faz necessário aos seus habitantes. Momentos mágicos podem e devem ser criados, conciliando surpresa e estética, visando diminuir ansiedades e gerar estados psicológicos favoráveis para que bons resultados sejam alcançados por seres humanos. Enfatizando a complexidade do ser humano, Morris compara duas religiões, destacando a importância da mística e do ritual, principalmente quando o fiel é envolvido de corpo inteiro, uma vez que o ser humano é mais que seu intelecto. A arte do trabalho revela que o ser humano quando valorizado, aumenta sua capacidade de concentração e assim um colaborador pode nas suas atividades ter mais consciências do seu devido valor, permitindo-se entregar com mais empenho, resultando em qualidade e produtividade, vendo assim no trabalho uma fonte de satisfação que vai além da remuneração esperada e/ou merecida. E para ilustrar as muitas formas da beleza e da representação ética e estética, uma citação: “Os ideais que iluminaram meu caminho e sempre me deram coragem para enfrentar a vida com alegria foram a Verdade, a Bondade e a Beleza. (Albert Einstein).” O autor discorre sobre a Beleza nos Negócios, a Bondade numa Dimensão Moral, os Desafios da Ação Ética enfatizando a Regra de Ouro observada em todas as culturas e diferentes credos, mais o uso da Sabedoria como Solo Fértil para o Crescimento de Boas Empresas, discorrendo sobre a Virtude e também as Consequências da Corrupção e o Poder de uma Empresa. No último capítulo ressalta a Unidade, destacando a Espiritualidade no Trabalho, principalmente dentro das empresas. Fala sobre a Singularidade e União. Expõe quatro simples necessidades espirituais dos seres humanos com grande poder: 1. Singularidade como indivíduos; 2. União com algo maior do que eu; 3. Utilidade aos outros; e 4. Compreensão de nossas vidas e no trabalho. Na rica abordagem sobre a União encontramos outra citação: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente. (John Donne).” Esclarece pontos interessantes sobre Unidade e Diversidade que nos últimos anos esteve em alta no mundo corporativo e às vezes, trazendo polêmicas. Ênfase para a Compreensão e faz o Epílogo numa abordagem sobre A Criação da Excelência Empresarial.

3. APRECIAÇÃO E CRÍTICA

Trabalhando com treinamentos desde 1997, quando fui o idealizador e membro fundador do MMB, hoje IMMB – Instituto Mente Mestre Brasil, tenho me apoiado na Visão Holística, tão difundida e defendida por Roberto Crema (UNIPAZ, Brasília-DF). Entendo que a primeira dimensão universal da experiência humana é a dimensão intelectual, o aspecto de nossa natureza que almeja a verdade. As ideias nutrem a mente da mesma forma que a água supre o organismo. À luz disso, está claro que precisamos tanto de boas ideias quanto de comida, ar e água de boa qualidade. E, finalmente, precisamos da verdade. A verdade é o mapeamento da realidade que corresponde à forma na qual as coisas existem. A verdade sobre a verdade é simples. A importância absolutamente vital do conhecimento em qualquer negócio está começando a ser amplamente reconhecida. Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale ao deleite da mesma. Nenhum ser humano é uma máquina e, entretanto, foi exatamente esse pressuposto que grande parte da teoria econômica e da prática gerencial do último século inclinou-se a adotar. Um dos gestos mais nobres que qualquer um de nós pode fazer com relação a outro ser humano é pedir sinceramente a sua opinião sobre o que estamos fazendo juntos. Quando perguntamos, esperando ouvir a resposta, tratamos a outra pessoa com um respeito fundamental e esse comportamento tem muito mais probabilidade de se refletir em nós. Deveríamos cultivar um ambiente no qual as pessoas não tenham medo de dizer a verdade. Precisamos da verdade se quisermos enfrentar com segurança as adversidades que podemos encontrar na caminhada rumo ao futuro e é pouco provável que a tenhamos se os outros não estiverem abertos para compartilhá-la conosco. Ao ser verdadeiro com o outro, você está lhe mostrando respeito. Dada e recebida apropriadamente, a preocupação em compartilhar a verdade inevitavelmente ajuda a gerar o espírito de cooperação crucial às boas relações de trabalho em longo prazo. A verdade é o alicerce da confiança e nada é mais importante para qualquer esforço nos negócios do que a confiança. A confiança é absolutamente necessária para a atividade interpessoal realmente eficaz. Nos dias de hoje, andamos preocupados, e com razão, em obter maior eficiência nas empresas. Percebemos, cada vez mais, como isso é importante para a competitividade sustentável. Precisamos identificar e eliminar as fontes de desperdício e ineficiência, sempre que elas existirem. Provavelmente não existe fonte maior de desperdício de tempo e energia na vida empresarial moderna do que a distração decorrente quando a verdade não está prontamente disponível no local de trabalho e a especulação, a fofoca e os boatos tentam preencher o vácuo. A verdade, mesmo sendo a mais difícil, se divulgada com o máximo de compreensão, bondade e sensibilidade possíveis, sempre será o alicerce para a resolução de qualquer problema de forma sustentável. O simples ato de dizer a verdade e assumir a responsabilidade pelas conseqüências nos transforma de visitantes casuais em clientes assíduos. Pois, assim como em todos os outros aspectos da vida, os relacionamentos governam o mundo. Um relacionamento baseado na mentira é como uma casa construída na areia; um relacionamento baseado na verdade é como um forte construído na rocha. Falar a verdade pode causar um impacto corrosivo em um relacionamento ou no local de trabalho. Em nosso cotidiano somos rodeados, muitas vezes, por pessoas que parecem se deleitar expressando verdades estranhas em momentos inoportunos com o intuito aparente de magoar os outros. Podemos refletir por um momento sobre o fenômeno do desejo humano. Sem a existência do desejo entre os seres humano, nunca teríamos criado ou construído nada. O desejo incontrolável, porém é responsável por muitos dos problemas sociais, políticos e pessoais do mundo. Se a religião institucional teve tanto poder para o mal em nosso mundo, acredito que isto seja um importante indício de que tenha tido também um grande poder para o bem, de acordo com o princípio de “o duplo poder”. Se encararmos as organizações estruturadas sob a administração do princípio do duplo poder, veremos tanto a possibilidade de benefícios fantásticos quanto de grandes males na vida humana. O princípio do duplo poder entra em ação até mesmo nesta tragédia: o mesmo fertilizante que ajuda o cultivo dos alimentos que abastecem o habitantes de Oklahoma foi usado para fabricar uma bomba que tomaria suas vidas e destruiria suas famílias. A verdade tem um grande potencial para o bem. Isso é crucial. Se abusarmos da verdade se a usarmos para criar a fúria, o mal, a desunião, um mal terrível pode resultar. Todos nós deveríamos lutar para criar um contexto no qual as pessoas não temam compartilhar o que talvez sejam duras verdades, e sejam capazes de fazê-la da forma mais fácil possível. Ninguém, em uma organização, pode contribuir ao máximo sem estar disposto a transmitir algumas verdades, às vezes, difíceis ou potencialmente estranhas da forma mais positiva e agradável possível. A capacidade de falar a verdade no amor é um hábito de valor inestimável em qualquer relacionamento de trabalho e deve tanto ser explicitamente estimulada quando praticada desde os executivos até os colaboradores na sua totalidade em qualquer instituição. Podemos ver nos diferentes credos em diversas culturas a defesa pela aplicação da Regra de Ouro tão bem apresentado no livro por Tom Morris.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Precisamos de uma perspectiva geral do que faça sentido em nossas vidas, algo como um mapa mental de nossa experiência dentro do qual possamos sentir que fazemos uma diferença positiva no mundo. Mas, essas necessidades nos levam em direção à meta espiritual geral de unidade ou conexão. Essa necessidade espiritual é imediatamente subjacente à importância do empowerment no local de trabalho. Quando investimos às pessoas de poder para agir, criar e fazer uma diferença que elas próprias considerem valiosa, proporcionamos-lhes uma experiência de profunda satisfação e significado no que fazem. E também às ajudamos a satisfazerem sua outra necessidade espiritual fundamental, de um senso de união. A sensação de utilidade, afinal, é apenas a percepção de que estamos fazendo uma contribuição singular para a maior união das pessoas e que ocupamos um lugar de valor nesse processo. Após muitas décadas de especialização crescente na vida organizacional, um pouco mais de generalização pode ser saudável em muitos aspectos. Mas desde que se evite o excesso. Seja qual for à causa, os efeitos são comuns. Aceitar os impostores e perder de vista os bens antigos, bloqueia esse tipo de compreensão fundamental da vida, que é uma condição necessária para a felicidade madura, adulta e duradoura. Se não compreendermos as diferenças entre essas coisas distintas, não poderemos nos conduzir na vida com sucesso. Chega a parecer utópico esperar no mundo corporativo uma conscientização na proporção da necessidade que o universo espera da humanidade pensante, o que poderá resultar em dramáticas catástrofes que poucos terão capacidade intelectual e espiritual para aceitar e muito menos compreender...

5. REFERÊNCIAS

MORRIS, TOM; A Nova Alma do Negócio. Rio de Janeiro: Campus, 1998 Celsosabadin@cineclick.com.br 2001

COELHO, E. G.; Como Proteger e Ampliar o seu Patrimônio. Blog (Portal de Informações) – Link: http://www.motivacao.org/blog/27. 2005.

Cola da Web – Trabalhos Escolares Prontos http://www.coladaweb.com

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