ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, de Lewis Carroll
Alice é realmente um livro estranho, inicialmente. O leitor sente-se perdido na história, como se estivesse sendo conduzido por um escritor enlouquecido ou como se fosse transportado para um mundo sem a mínima pretensão de ser racional. Mas, em uma análise mais profunda, e levando-se em conta que é um livro infantil, pode-se dizer que Lewis Carroll tentou mostrar o mundo adulto pela visão de uma criança. Muitas coisas não fazem sentido, seja uma cerimônia de chá, um jogo de croqué, as atitudes daqueles que mandam, um julgamento etc. E, quando a criança, querendo satisfazer sua curiosidade inata, faz uma pergunta sincera, recebe complexas explicações que a deixam mais perdida ainda. Neste ponto de vista, o livro é uma pérola infantil, que deve influenciar muito mais crianças que adultos, pois já perderam a capacidade de sentir sem racionalizar. Quem senão uma criança conseguiria imaginar um País de Maravilhas com coelhos preocupados com a hora, cartas de baralho fiéis a uma rainha que só ordena execuções, um chapeleiro, um arganaz e uma lebre em uma interminável cerimônia de chá ou um gato de Cheshire que desaparece e reaparece em partes? As aparentes loucuras trazem à tona ensinamentos simples, mas importantes aos jovens.
"Alice continuou: “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.
“O lugar não me importa muito...”, disse Alice.
“Então não importa que caminho você vai tomar”, disse o Gato.
“...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice em forma de explicação.
“Oh, você vai certamente chegar a algum lugar”, disse o Gato, “se caminhar bastante.” (pg.84)"
O desenho animado da Disney (1951), foi adaptado da obra de Carroll para parecer um pouco mais entendível, e pode ser visto no Youtube, dublado, em 8 partes.