O Vendedor de Sonhos

O passado é meu algoz, não me permite o retorno, mas o presente levanta generosamente meu semblante descaído e me faz enxergar que não posso mudar o que fui, mas posso contruir o que serei. Podem me chamar de louco, psicótico, maluco, não importa. O que importa é que, como todo mortal, um dia terminarei o show da existência no pequeno palco de um túmulo, diante de uma platéia em lágrimas. (p. 287)

Um maltrapilho saí pelas ruas de uma grande metrópole vendendo sonhos, agindo de modo altruísta e levando consigo seguidores de sua ideologia de vida. O nova obra de Augusto Cury segue a mesma lógica e idéia de seu best-seller "Futuro da Humanidade", persiste da mesma forma em criticar o ambiente acadêmico e a construção da sua narrativa não deixa de lado as deficiências anteriores.

Augusto Cury não consegue se desvencilhar da auto-ajuda, se bem que isso nunca foi o seu desejo, contudo essa característica de suas obras contribui para que ele não seja visto com bons olhos na academia e para que sua narrativa não possua elementos ficcionais mais ricos, substanciais e interessantes. O leitor não consegue emergir por inteiro na história, é tudo relatado de modo brusco e sem muito apuro textual.

"Vendedor de Sonhos" traz mensagens interessantes acerca dessa época tão desumanizante, em que gestos de carinho, afeto e compaixão fogem da rotina. Os pensamentos do vendedor de sonhos são construídos de forma coerente, no entanto, a repetição dos mesmo nos faz acreditar que Cury não tem muito mais a nos dizer.

Podem se preparar que o "Vendedor de Sonhos" é apenas o primeiro livro, de uma série que virá, justamente por isso, o autor fez questão de elucidar ao final da obra que este era apenas o primeiro volume. O que me inquieta é saber que mais ele irá nos dizer a respeito dessa temática, tendo repetido suas idéias a todo instante no desenvolver da trama. É esperar pra crer...ou para lamentar.

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