Vento Passado – Memórias do Recruta 271, de Alberto Daflon e Fábio Daflon
 
Recebi o precioso presente entre meu aniversário e o Natal de 2008. Ao início da leitura já imaginava fazer uma resenha, caso Fabio autorizasse, e a postaria no Recanto das Letras, pois foi onde conheci o autor.
 
A leitura foi rápida e intensa, coisa de dez dias, e isso pois tenho o costume de ler no mínimo três livros simultaneamente e assim, foi, entre poemas de Neruda e crônicas de Fernando Sabino, que a  leitura se adiantava.
 
Conforme isso ocorria, a história de minha própria família vinha inúmeras vezes à minha memória e ao meu coração, embora diferente da de Fabio, o que me fazia parar, beber um gole d`água, respirar fundo, lembrar, relembrar, emocionar-me e retomar meu prazeroso trabalho.
 
O livro nos traz a biografia de Alberto Daflon, pai de Fábio e de outros cinco filhos. Fábio procurou respeitar o estilo narrativo de seu pai, um senhor de 80 anos, que havia demonstrado o desejo de ter registrada sua vida, tão emocionante e vívida em sua memória.
 
Publicado em Niterói, como uma “Edição Comemorativa das Bodas de Ouro de Alberto Daflon Gomes e Lia Ignez Santos Daflon Gomes, em 5 de janeiro de 2002”, narra desde as origens do senhor Alberto, sua infância, como se deu sua educação, os costumes do início do século XX, porém com um tempo que se dispõe a idas e vindas, conforme as histórias de tantos personagens, familiares e amigos, vão sendo narradas.
 
As artes de sua meninice, as espertezas do jovem, os apuros pelos quais passou, em especial quando de sua participação da Segunda Guerra Mundial, na Itália, na FEB vão sendo trazidos com sabores: Alberto fazia amigos facilmente e lá na Itália conheceu um casal que lhe dava abrigo quando conseguia driblar suas escalas e o recebia com castanhas e vinho.
 
Vale a pena procurar um exemplar, pois é um retrato histórico de uma época, de um país, e que, através da vida de uma família, nos é mostrada com poesia.