Vampire: A História de uma Vingança - Capítulo 1

Chamo-me Robert Dyllan, tenho 22 anos, nasci no centro de Nova Iorque, tive uma infância meio perturbada numa família de classe média, meu pai trabalhava muito e não tinha tempo para estar comigo, minha mãe tinha uma doença contagiosa e não me deixavam ter contato com ela que sempre estava distante. Sempre fui muito fechado e com poucos amigos, estudava numa escola regular e sempre fui esforçado. Considerado um dos alunos mais talentosos da turma a inveja era o sentimento predominante entre meus colegas de classe, mais ninguém sabia o que havia acontecido comigo. Foi no aniversario de 14 anos em que tudo aconteceu, estava feliz, pois era o primeiro aniversario em que meu pai estaria comigo e também iria ter a presença de minha mãe. Sai da escola o mais rápido possível sentindo um grande calor no peito e com um grande sorriso estampado gratuitamente em meu rosto, seria a noite perfeita em que eu tanto sonhava, até que perto da meia-noite quando estava pronto para dormir escutei um barulho que vinha do quarto da minha mãe e um grito de medo. Fiquei apavorado e sai do quarto para saber o que havia acontecido dei alguns passos e então o barulho cessou, parei enfrente ao corredor que dividia o caminho entre o quarto de minha mãe e a cozinha, estava tremendo e tendo alucinações de medo, comecei a suar frio e com o corpo gelado. Quando dei meu primeiro passo em direção ao quarto ouvi novamente um grito de dor e um barulho de luta. Então corri. A poucos passos do quarto novamente tudo ficou em silêncio e vi a sombra mais pavorosa da minha vida, algo surreal e sem sentido. Será que eu estava vendo corretamente? O medo tomou tanto meu corpo que estava vendo alucinações? Parecia um monstro, quando num piscar de olhos o mostro se revelou mostrando sua face medonha e deformada tinha olhos amarelos da formas de um felino, tinha orelhas grandes e caninos afiados, usava roupas rasgadas e estava completamente sujo, porém não havia aparência de lobo então uma voz rouca soou em meus tímpanos palavras que irei guardar até a minha vingança;

- Agora ela é minha e esse reles mortal está morto para provar que sua força não se compara a de um amaldiçoado. E você moleque, viva, pois não tenho interesse nenhum em matar alguém tão insignificante, se for capaz tente me matar. Estarei ansioso esperando pela sua visita.

E com uma risada medonha saiu em direção à noite com minha mãe nos braços. Para mim o mundo tinha acabado, me ajoelhei no chão, coloquei as mãos no rosto e o choro foi inevitável, não conseguia sair do lugar, só pensava que em virar uma porta iria ver meu pai estirado no chão morto. Desde então jurei que iria ter vingança, pesquisei muito sobre monstros e nada me trazia algo consistente que me mostrasse que aquilo foi real, o assassino de meus pais era um ser inimaginável, ninguém acreditou no que descrevi, mais sei realmente o que aconteceu e o que vi. O caso não foi solucionado e era obvio que não iriam, é impossível alguém encontrar uma pessoa que não deixou rastros, e o que seria esse ser não sei explicar, não existiria lógica tentar encaixa-lo em alguma raça animal, a certeza eu tinha, era medonho.

Sexta-feira 13, saindo da festa de formatura, agora com 18 anos, estava meio embriagado e embora não fosse muito amigável me rendi ao tédio em que me encontrava e fui a festa. Fui encarado como se fosse um ser de outro planeta, apesar de ter recebido o convite como todos da turma, a maioria ali presente não esperava pela minha presença e pela data que era a comemoração foi a fantasia. Assim que cheguei a musica parou e o silencio tomou conta do local que só foi abafado por uns sussurros - 'o que ele esta fazendo aqui?'; 'não sei ninguém tava esperando ele!'. Peguei uma cerveja, olhei em volta, levantei a mão e disse: - Vamos beber isso não é uma festa? - tentei colocar um sorriso no rosto mais saiu um sorrisinho amarelo e bem fraco e todos recomeçaram a festa sem me dar maior importância.

- E ai o que te fez vir a festa? - Alguém bem alto e com uma fantasia estranha que não consegui identificar dirigiu a palavra a mim.

- O tédio me trouxe aqui, mais não irei ficar muito isso aqui não me agrada nada.

- Ei você já esta aqui por que não tenta se divertir? - e deu um grande sorriso - Tem um monte de meninas lindas, vá se distrai.

Depois dessa tentativa de alguém se transformar em meu amigo, fui em direção a todos e comecei a me comportar da forma que mais detestava, como um adolescente vulgar e sem escrúpulos o qual eu desprezava. Sai sem ninguém perceber, não gosto de companhias ainda mais saindo de festa com pessoas embriagadas assim como eu, porém não me renderia a situação e não iria me comportar como um bêbado maluco. Estava descendo um morro, a festa se encontrava num local um pouco isolado no topo de uma colina, cheguei a uma rua de terra mal iluminada com gramados em torno do caminho com árvores enormes, era um caminho bem longo e, sem perceber nada, eu estava sendo seguido e em segundos algo saiu das sombras e veio de encontro a mim com uma voz rouca e penetrante, era um homem com uma aparência muito pálida, com cabelos loiros arrepiados, tinha aparentemente 1,80 de altura, magro, usava óculos escuros redondos, tinha alguns anéis e usava um terno e gravata como um executivo bem sucedido, retirou os óculos, levantou a cabeça e disse: 'Ola minha criança, como foi a festa?'. Eu o ignorei e segui meu caminho e mais um vez a voz soou em meus ouvidos;

- Não acho que me ignorando ira trazer a vingança da morte de seu pai e o seqüestro de sua mãe. Sei muito mais sobre você do que pode imaginar e muito mais sobre o que trouxe a desgraça a sua vida. Basta você decidir se quer me ouvir ou não, mais preste bem atenção pois será a única oportunidade de falar amigavelmente com alguém da minha espécie, eu ainda consigo ser amigável, os outros não irão sequer lhe dirigir a palavra.

- Como sabe da minha família?

- Já lhe disse cara criança, sei muito mais de você e da história da morte e seqüestro dos seus pais do que possa imaginar.

- Que história? A morte e o seqüestro dos meus pais ja estavam premeditados?

- Sim minha criança mais isso só posso lhe contar se você aceitar a minha proposta e espero que você me acompanhe por bem, pois você não terá prazer nenhum em me acompanhar por mal - e começou a caminhar - me acompanhe que lhe explico tudo.

Comecei a andar junto daquele homem misterioso sem saber o que poderia acontecer, e sem dar uma palavra qualquer fomos caminhando sem rumo até que paramos perto de uma mansão no qual eu nunca havia notado.

- Bem minha criança irei contar um pouco sobre mim e explicar-lhe sobre a morte de seus pais...

- Minha mãe não está morta, bem pelo menos eu ach...

- Não tenha pensamentos precipitados criança, venho a informar que não gosto de interrupções portanto escute com atenção e só fale quando lhe dirigir a palavra. Eu estou morto assim como seu pai, mais te darei certeza que estou melhor que ele. Seu pai se encontra apodrecendo num caixão de pinho enquanto eu estou aqui com a oportunidade de compartilhar com você tudo que sei sobre o ocorrido - retira uma garrafa do bolso - e também posso desfrutar da minha bebida preferida, bom você não terá prazer em bebe-la nas condições que se encontra mais quem sabe daqui a um tempo não poderá desfruta-la. Então, vamos entrar e nos acomodar a muita informação que ira receber esta noite e prefiro que esteja confortável para receber tanta informação.

Entramos na mansão que parecia de um rei muito bem cuidado, assim que entrei notei móveis antigos e bem conservados, um lindo piano na sala e um grande lustre. Fomos até seu escritório onde ele me ofereceu uma taça de vinho. Seu escritório era grande com bastantes livros, parecia uma biblioteca, tinha alguns sofás para acomodar umas dez pessoas, ali deveria ser local de reuniões de negócios ou algo parecido, havia uma mesa bem grande e alguns quadros antigos de artistas desconhecidos, de costas pra mim ele disse:

- Sente-se, há informações que lhe deixaram com as pernas tremulas e não seria bom para um homem cair no chão nessas condições - e deu um leve sorriso.

- Então você está morto?

- Sim minha criança e sua mãe também, porém ela se encontra na mesma situação que eu - virou-se para me olhar - Que bom que você já se acomodou, pois irei lhe mostrar que todo o conhecimento sobre vida e morte que você obtém esta errado e mostrar realmente como o mundo funciona abrindo seus olhos para a realidade, e creio que você não ira gostar do que vai ouvir.

Comecei a ficar nervoso sem poder ter reação, queria poder fugir dali mais não teria como sair, já estava em suas mãos e a única escolha que eu tinha era ouvir o que aquele homem tinha para me contar, o medo corria pelo meu corpo e pela segunda vez aquela sensação tomou meu corpo como no dia da tragédia em minha vida, minha mente escureceu e comecei a ouvir gritos. As imagens daquela noite estavam prestes a me atormentar quando uma vez já reconhecível rompeu meus ouvidos como uma explosão - EI NÃO PRECISA TEMER NADA, pelo menos ainda. Voltei a consciência e aquele homem estava com suas mãos em meus ombros e com o rosto perto do meu, percebi uma cicatriz perto do olho esquerdo o que me tornou curioso, será que alguém de sua "espécie" tinha feito isso com ele?

- Seria bom se você toma-se alguma bebida bem forte para lhe manter consciente, e aconselho que beba da garrafa da direita, a da esquerda tem um gosto excêntrico. Então, irei lhe contar sobre o meu mundo e lhe darei informações sobre o seu trauma. Durante cinco séculos temos preparado a cortina e a ribalta, que chamamos de "A Máscara", para esconder de sua espécie o verdadeiro espetáculo. Mais no fim tudo se resume a um simples fato: Eu sou um vampiro e nós não queremos que vocês, mortais, saibam que existimos. Está assustada minha criança? Venho a lhe dizer que isso é um dos fatos mais irrelevantes do que irei lhe contar esta noite.

Estava ficando pálido, estava a minha frente realmente um vampiro? Será que tinha ouvido errado ou ali estava a minha frente um assassino delinqüente que diz a sua vitima que é um vampiro antes de mata-la? Tentei falar algo mais as palavras não saíram de minha boca, meu corpo já não respondia aos meus comandos e estava realmente apavorado, a morte estava a minha frente e estava sorrindo, um sorriso sombrio e demoníaco. Naquele momento não imaginava o que poderia acontecer comigo, se iria morrer por que estava me revelando aquilo? Olhei pra baixo tentando disfarçar o meu apavoramento, minhas mãos estavam molhadas de suor e o rosto ficando cada vez mais pálido.

- Você está pálido minha criança. Por favor, não desperdice seu tempo tentando arrumar uma explicação racional ou científica para a minha existência, porque não existe. Eu sou um vampiro e existem muitos de minha espécie.

- NÃO POSSO ACREDITAR NISSO, VOCÊ UM VAMPIRO? ESTA LOUCO? EU VOU ME EMBORA DAQUI E VOU CHAMAR A POLÍCIA. UM LUNÁTICO COMO VOCÊ NÃO PODE FICAR SOLTO POR AÍ!

- Maldição você é mesmo tolo a esse ponto? Chamar a policia não ira adiantar nada e muito menos ficar gritando nesta casa, pois aqui ninguém ira lhe atender. Visinhos discretos são uma benção para pessoas na minha situação. Relaxa e escuta. Não tente adivinhar minhas ações, se fosse pra agir da forma que esta pensando, você estaria morto a muito tempo.

Tentei relaxar mais não conseguia, a idéia de um vampiro estar a minha frente contando sobre o seu mundo não era nada confortável, muito pelo contrario a cada palavra que rompia pelos meus ouvidos trazia ainda mais o apavoramento. Ali continha muitas revelações de coisas que eu não poderia imaginar e muito menos pensar que seria verdade. Só o fato de um "morto-vivo" esta falando comigo já era apavorante, tentei não mostrar meu medo e continuei ouvindo.

- Eu suponho que devemos começar com o básico. Eu sou de fato um vampiro, sou um morto-vivo, me alimento de sangue sim, não precisa fazer essa cara minha criança, nos alimentamos de sangue humano e de animais também, porém sangue humano é mais nutritivo para nós do que sangue humano. Estou lhe mostrando um pouco do meu mundo para que você conheça o que irá enfrentar para vingar sua família. Consegue andar normalmente? Vamos sair um pouco para lhe mostrar meu mundo.

Levante-me e me retirei da casa sem saber para onde estava indo, aquele olhar sombrio que ele sempre me lançava já estava me deixando mais certo do destino que eu iria ter, ainda mais que ele estava me olhando como se eu fosse um pedaço de bife mau passado. Fomos andando pela mesma rua por onde viemos, chegamos a um bar num beco mau iluminado, ele bateu na porta e um homem bem grande e muito forte saiu o olhou com grande aprovação, fez uma reverência um tanto quanto exagerada e nos deixou entrar. Era como uma boate normal, musica rolando, mulheres dançando no palco, pessoas bebendo, mais o diferencial era que ali não servia apenas wisk ou vodka, existia um outro tipo de bebida que muitos procuravam ali e com certeza não era alcoólica ou pelo menos sua origem não. Nos sentamos numa mesa um pouco isolada de todos e ele continuou o discurso.

- Aqui é naturalmente uma boate onde os da minha espécie se reúnem para beber e tramar suas conquistas, como já deve ter percebido aqui não é uma boate normal mais humanos também procuram aqui, há aqueles que conhecem sobre nós e que vem aqui para se tornar escravos da minha espécie, tolos não sabem onde se metem. Há muitos que cumprem com o que tratam, porém a maioria aqui não gosta desse tipo de coisa e como o "Abraço" não é liberado para muitos elas acabam saciando sua cede e matam essas pessoas.

- Mais o que seria esse "Abraço"?

- O abraço é temor que usamos quando tornamos um humano em um vampiro, é um processo um pouco doloroso mais muito prazeroso. Ah está vendo aquele homem comprando uma bebida ali ao lado? Bem esse homem é um vampiro bem conhecido entre nós, tem seu código de honra, mais não o subestime, ele pode quebrar seu código de honra muito facilmente. Nem sei porque estou falando tanto a você, estou aqui apenas para mostrar que somos muitos mais do que vocês acham. Existimos em muitos. E tem mais, aquelas histórias de que morremos com alho, com crucifixo isso tudo é mito. O crucifixo só nos afeta quando existe uma fé muito grande e como a maioria dos religiosos não são tão santos assim e sua fé é corrompida, então não tem efeito nenhum sobre nós, só a luz do sol que nos afeta. Vamos temos muito que conversar ainda.

Retornamos a sua mansão, fomos ate um quarto bem grande no topo da casa. Ele me mostrou seus quadros e sua relíquia.

- Bem, deixe que eu lhe dê uma idéia básica de nossas relações familiares, antes de apresentá-lo aos outros. De acordo com a lenda, somos descendentes de Caim, filho de Adão e Eva. Supostamente, Deus puniu Caim por ter matado Abel, tornando-o um vampiro. A "marca" que Deus pôs em Caim era, na realidade, a maldição do vampirismo. Caim descobriu que poderia passar a sua maldição através do "Abraço", e então criou crianças da noite para aliviar sua solidão. Infelizmente, o processo não parou por aí. Cada cria de Caim gerou crias, e estas geraram outras crias e assim por diante. Quando percebeu seu erro, Caim proibiu a criação de novos vampiros e desapareceu. E é claro que quando o gato sai o rato faz a festa, e o processo não parou, o que explica porque estou aqui. Claro que cada geração que se distancia a de Caim fica mais fraca. A Primeira Geração é o próprio Caim, suas crias são a Segunda Geração e assim pode diante. Não se esquece, nunca pergunte a um vampiro qual a sua geração, é uma grosseria fatal.

Em todo o caso não somos todos como Caim, supostamente cada um dos netos de Caim (chamamos esses seres míticos de Antediluvianos, porque se acredita que eles existiam antes da enchente de Noé) possuía um conjunto particular de maldições e poderes místicos e os vampiros descendentes de cada um deles herdaram essas características. Tornamo-nos raças especializadas, como os cães e os cavalos de corrida, cada um com poderes e esferas de ação que chamamos de clãs. Existem treze clãs são conhecidos, cada um com poderes e esferas de ação próprias. Estes poderes, a propósito, são chamados de "Disciplinas". Para todos os efeitos, eles são mágicos. Ah, não posso me esquecer de lhe falar sobre a Jyhad! A Luta Eterna, O Grande Jogo ou qualquer que seja a alcunha poética que queiram dar a ela. A maioria dos Membros diria que a Jyhad não passa de um mito, como os Antediluvianos, ainda assim muitos acreditam nela, do fundo dos seus corações sombrios e mortos.

Segundo a nossa história, durante as primeiras noites, os filhos mais velhos de Caim começaram a brigar entre si, usando suas próprias crias e o rebanho como peões os enviando de um lado para o outro contra as asseclas de seus rivais. Membro contra membro, clã contra clã, nação mortal contra nação mortal todos comandados por manipuladores ocultos. Uma idéia tola, por vez me questiono se minhas batalhas são de fato minhas...Mais não de importância. É só baboseira existencialista.

De qualquer forma deixe-me lhe apresentar todos os outros membros - puxou um livro de fotos - esta vendo esta mulher aqui? Seu nome é Jillian. Ela pertence ao clã Toreador, o "Clã da Rosa", como eles se chamam. Artes, garotos bonitos imaginando-se personagens tirados de livros de Keats ou Shelley. Este aqui de terno escuro é o Paolo, um Tremere são feiticeiros, pervertidos e reservados. Irrite um deles e logo terá um monte deles encima de você. E este aqui é aquele homem que estava na portaria da boate, ele é o Devin um Brujah, um anarquista, que neste momento esta se preparando para a caça.

Comecei a imaginar como aquele livro veio parar na casa dele, informações de pessoas diferentes em sua casa, o que ele queria com isso? Seria uma espécie de matador de aluguel? Então ele se aproximou mais ainda de mim, o medo tomou meu corpo, comecei a tremer, o que eu havia temido a noite toda estava prestes a acontecer. Será que eu iria morrer ou resistiria ao que ele chama de "Abraço"? Certeza nenhuma eu tinha dali pra frente, porém um sentimento de vingança estava subindo minha cabeça. A partir daquele momento eu teria a eternidade para caçar aquele que trouxe desgraça a minha vida e iria destruí-lo sendo ele um vampiro ou não. O medo não sumia das minhas veias que cada vez mais estavam expostas parecia que queriam aparecer para aquele homem e a cada centímetro que ele se aproximava meu corpo, apesar do medo, aceitava o destino.

- Bem você deve estar se perguntando o porque de eu ter esse livro comigo. Esse assunto não lhe diz respeito no momento. Que bom que está bem acomodado minha criança, o "Abraço" deve ser feito com elegância e luxo. Você não acha que depois de ter lhe fornecido tanta informação iria sair daqui vivo? Tolo seria se estivesse pensando dessa forma, até porque ninguém iria acreditar em você e se acreditassem iriam espalhar e estaria tudo acabado. Agora resta saber se ira aceitar e se tornar um vampiro e poder vingar sua família ou se vou ter que matá-lo. O que seria uma pena, você tem potencial para ser um grande vampiro. E então o que me diz?

- Morrer não é o que eu quero de verdade, realmente tenho cede de vingança e se essa for a única forma de me vingar, então irei ate o final.

- Fique tranqüila minha criança, meus carniçais tem um grande estoque de suprimentos para a sua primeira noite. Terá muito alimento quando se tornar um amaldiçoado.

Foi uma experiência única que eu sabia que nunca mais iria sentir igual. Foi uma mistura de dor com prazer, a cada momento que o sangue saia do meu corpo sentia como se tivesse drogado. Estava indo de encontro ao céu e ao inferno no mesmo instante, minha cabeça girava, estava a ponto de ter um orgasmos de tão prazeroso que estava sendo aquele "Abraço". Então a escuridão tomou meus olhos e um mínimo momento de desesperou tomou o meu coração, que aumentou mais ainda, pois não sentia mais meu coração bater, será que estava morto? Será que ele não iria me trazer a vida? Essas duvidas pairavam minha mente como flechas atravessando meu corpo e então uma dor como nunca senti na minha vida tomou conta de mim.Senti que meu corpo não tinha mais calor, estava completamente gelado como se estivesse ficado 6 meses nu em uma geleira no pólo norte então pude abrir meus olhos e mal podia enxergar, parecia que nunca tinha os usado, fixei meus olhos naquele homem que estava parado me olhando com um sorriso no rosto e um ar de curiosidade em seu rosto pálido. Um sorriso medonho e ganancioso. Tentei me levantar por um estante mais meu corpo não respondia aos meus comandos, tentei falar mais nada saia da minha boca, tive apenas um sentimento que predominou em minha mente: a sede por SANGUE. Cada parte do meu corpo pedia por isso, não estava mais sentindo ar entrar em meus pulmões, me levantei com muita dificuldade, estava nascendo novamente e parecia que meu corpo estava nascendo junto comigo, pois não estava conseguindo me movimentar corretamente. Depois de engatinhar por um tempo consegui ficar completamente em pé então olhei para aquele homem misterioso e disse:

- Que sensação é essa que estou sentindo agora? Cada vez mais sinto gosto de sangue na minha boca e sede, muita sede.

- Isso é a sede de um vampiro recém abraçado minha criança. Você agora faz parte do mundo dos amaldiçoados. Acompanhe-me, vamos matar essa sua sede.