O Assassino da Floresta

Em meio à retratos magníficos, paisagens exóticas e grandes árvores seculares, Paulo Rangel, notoriamente desenvolve neste sensacional romance intelectual, “Assassinato na Floresta”, a estória de Ivo, um caçador de reportagens que resolve se aventurar no pulmão da Floresta Amazônica, em busca de informações para uma matéria, envolvendo a morte de uma cabocla do interior. Ao longo dessa expedição aventureira, o mesmo acaba tornando pública uma realidade brasileira, distante da maioria, mas vivida bem de perto pelas frentes populares. É emocionante viajar nas maravilhas da floresta, sua fauna, sua flora, seus índios e suas culturas, muitas vezes esquecidos pela vida cotidiana das grandes metrópoles.

É um livro que mistura ficção com realidade, pois o grande pulmão do mundo, com todo o seu verde, sua exuberância, repentinamente empalidece e definha-se sobre os olhos da ganância humana. Será verdade? Ou será que não? Como um sistema natural aberto, a Floresta Amazônica, inquestionavelmente, mantém suas entradas e saídas livres, e não há uma devida fiscalização, regulamentada e legalmente jurídica, ao ponto de garantir os recursos naturais, a subsistência, e a sobrevivência da mesma, visto que os” homens”, já não tidos como selvagens, a saqueiam e a devastam, comprometendo suas vítimas indefesas, tidas como frágeis, e incapazes de disputar com a inteligência civilizada e silenciosamente criminosa.

Dentro desse contexto realístico e altamente vergonhoso para o nosso país, o autor consegue com astúcia, desenvolver um fabuloso suspense, onde se vinculam investigações fascinantes e várias tramas que envolvem um assassinato ainda não elucidado. Paulo Rangel usa recursos literários, como narradores onicientes, para deixar a trama ainda mais interessante.

O mais cômico, ao nosso ver, é a idéia do autor, através do personagem Ivo, tentar elucidar um assassinato para garantir uma reportagem, despertando-nos para a mais importante das matérias: Uma floresta prestes a ser assassinada...