O aluno também deve pensar
D´ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2000. P. 9 a 39.
Salvatore D’onofrio estimula a todos os que, por opção ou obrigação, iniciam a árdua tarefa da pesquisa intelectual a pensar por si próprio, a criar o habito da reflexão. Apresenta uma nova forma de abordar a metodologia da pesquisa que exercita o estímulo à reflexão. Além da parte teórica e geral sobre a questão do saber e do método e do processo de elaboração de uma monografia, o livro traz uma parte prática relativa aos vários tipos de abordagem de texto. Salvatore é professor de Teoria Literária e Literatura Comparada pela UNESP (Campus de São José do Rio Preto).
Segundo Salvatore, todo conhecimento é um processo mental que vem de dentro para fora, pois é o homem que ama o saber num sentido geral, aquele que procura respostas para os interrogativos fundamentais da existência, não por meio de crenças, mas pelo raciocínio lógico, conseguindo atingir um equilíbrio entre a necessidade da satisfação dos instintos individuais e as exigências da vida em sociedade.
O autor sintetiza, expondo pensamentos dos principais estudiosos da Teoria do Conhecimento, afirmando que não existe um método único aplicável a qualquer tipo de pesquisa, pois cada qual exige um caminho a ser percorrido.
Salvatore usa a figura do homem como um ser diferente dos outros, este que se distingue dos outros seres do universo pela curiosidade, pelo sentimento da descoberta e por possuir consciência de suas sensações e de seus desejos. O autor aproveita ao mencionar estas qualidades que o diferenciam dos outros seres, para criticar uma sociedade que não costuma pensar e, aprender sem pensar é simplesmente inútil.
O conhecimento Empírico é adquirido por experiências vividas ou presenciadas que, diante do fato obtitem-se conclusões. É uma forma de conhecimento superficial, sensitiva, subjetiva, acrítica e assistemática.
A aprendizagem é indispensável para qualquer atividade humana, assim o homem ao longo de sua evolução existencial desenvolveu o conhecimento técnico.
Buscando uma resposta para suas dúvidas existenciais, querendo saber sobre sua origem e a do universo, o homem criou uma história fantástica inventada para tentar explicar estas origens denominado Mito. Porém, com o avanço da ciência, o mito vira lenda quando esta demonstra que certos acontecimentos são apenas fenômenos da natureza.
Salvatore fala do Conhecimento Filosófico mencionando filósofos como Aristóteles, Platão, Sócrates e Descartes. Enquanto Platão defendia a idéia que a alma era imortal, portanto não morria com o corpo, para Aristóteles a alma morria com o corpo.
O autor fala do Conhecimento Científico, relacionando-o ao estudo da natureza física, visando à compreensão de seus fenômenos, a sua classificação e à dominação dela por parte do homem e em seu beneficio, usando métodos de investigação, assim credulidade e raciocínio são superados pelo experimento. Salvatore faz uma crítica aos avanços da ciência, afirmando que estes não contribuem para criar uma sociedade homogênea. Criam máquinas para destruir, seja para inferiorizar uma sociedade que já é miserável, ou para agredir a natureza. Ao colocar-se na balança os benefícios e malefícios proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico, é perceptível e fácil de apontar que se perdeu mais do que se ganhou.
Alcançar um saber é o objetivo principal de qualquer atividade humana, e a compreensão das formas do conhecimento científico seja na literatura ou na pintura é inesgotável graças polissemia (múltiplos sentidos).
Salvatore ressalta que, o estudo sincrônico é o estudo da língua em seu tempo. Através dele, pode-se observar, por exemplo, as mudanças que a língua vai sofrendo com o decorrer do tempo. Já o estudo diacrônico, mostra a evolução da língua ao longo do tempo, assim, pode-se descobrir, por exemplo, a origem das palavras, os possíveis fatores que fizeram com que elas chegassem ao seu estatuto atual.
O autor menciona que Platão tenta explicar as várias fases do conhecimento humano por meio da alegoria da caverna até o universo das idéias. Este que também afirma que nada se aprende pela primeira vez. Assim, depois de um longo processo de interiorização, e conhecimento está pronto para vir à luz. Portanto, devemos armazenar conhecimento e encontrar os meios adequados para eu os conceitos adquiridos possam ser interiorizados.
Portanto, o método da pesquisa cientifica baseia-se na indução experimental conceituada pela observação do fenômeno, análise de seus elementos, indução de hipóteses, verificação das hipóteses por meio de experimento e generalização do resultado se a hipótese for confirmada. Lembrando que, não existe um método único aplicável a qualquer tipo de pesquisa, cada um exige um caminho próprio a ser percorrido.