A duplicata

Em 1998 as vespera de natal, São Paulo bramia todo seu fulgor em congestionamento, o sol quente da tarde tornavam maior minha tortura dentro do veiculo de meu pai, que mantinha o mesmo rosto fechado, eu era simplismente o centro de um furacão que havia passado sobre sua vida, minha chegada do Rio de Janeiro não foi facil, fui despejado como uma mala sobre seus braços pela minha mãe, que argumentava que ela já não podia arcar com o custo de criar dois filhos e agora era hora de dividir, assim, fiquei com papai e minha irmã com mamãe.

Na quele instante dentro do veiculo meus olhos se pusseram em direção ao céu limpido, voltei os olhos para meu pai, observei seu rosto triste e o beijei abrindo a porta do carro em seguida corri em meios aos carros, corri o maximo que pude, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, quando me dei conta estava correndo no meio de um cruzamento onde fui atingido por um carro, foi totamente indolor, apenas sentia o aquecido asfalto em meu corpo que parecia adormecido pelo impacto, como um sono profundo fui fechando os olhos sem muita resistencia, talvez ali fosse o fim dos meu problemas.

Minha boca estava seca, o ambiente estava frio, porém confortavel, girei a cabeça para esquerda abrindo os olhos em seguida, e logo me dei conta de onde estava, automaticamente do tamanho do problema que tinha causado com mais um dos meu impulsos.

Uma medica se aproximou e fitou me por alguns segundos, e perguntou:

-O que leva alguem tão jovem a tentativa de suicidio?

Talvez aquilo explicasse o por que das ataturas me amarrando os pés e mãos.

-Não queria me matar.

Ela retrucou:

-Então o que queria fazer afinaL?

-Queria fugir, sumir, não, preciso ir...

-Para onde você quer ir menino?

Aquelas perguntas,pareciam tão complexas que não saberia como começar a responder, foi quando percebi que era inutil argumentar meus motivos, e o fato de estar literalmete amarrado aquela cama, me fizeram chorar, um choro incontrolavel.A médica em sinal de compadecimento acariciou meus cabelos com certo carinho e momentos depois disse baixinho:

-Vou pedir que soltem você deste que fique quietinho e não tente fugir.

Manei com a cabeça afirmando que sim.

Cerca de duas horas depois jantei na enfermaria, não sentia dor, e na cabiceira da cama tinha alguns exames dificeis de decifrar, eu me sentia bem, caminhei até o corredor e observei uma sala de com a porta semi aberta, entrei e havia alguns sacos de roupa, escolhi algumas do meu tamaanho e me troquei, observei os caminhos disponiveis para sair do hospital, imediatamente notei uma senhora acompanhada de outro homem um poco mais jovem, silenciosamente me aproximei e me mantive bem perto os seguindo, assim passei pelo primeiro vigilante como acompanhante , e em seguida pude avistar o portão de saida principal, em poucos segundos cruzei o portão rumo a liberdade.

Avistei o carro de papai em frente ao portão, fui até o carro e passei a mão sobre a maçaneta, e parti sem destino.

Andei cerca de duas horas e ja me sentia cansado, não tinha ciencia de onde estava, e para onde iria, estava com frio e um pouco de sono.Resolvi repousar atras de um arbusto de frente para uma casa grande, ali me deitei e permaneci ate adormecer, por diversos momento era despertado com algum carro passando ou pessoas na calçada que caminhavam, o chão parecia mais duro que o de costume, e o frio pareciam trincar meus ossos.

Desta vez fui despertado por um barulho nada convencional, um motor eletrico e em seguida a porta da garage se erguendo, um carro preto adentrou na garage, quando repentinamente parou, uma mulher havia me visto, permaneci imovel, ela desceu e vagarosamente veio ao meu encontro me olhando firmemente, pedrifiquei, resolvi não encarar, podia considerar um sinal de ameaça, então ela voltou ao carro e adentrou a garagem e o portão fechou em seguida, pensei em me levantar, mais ali o chão parecia menos umido e lixeiramente mais quente, quando ouvi uma voz na garagem:

-Ei garoto

Levantei olhando para o rosto da mulher agaixada dentro da garagem, novamente disse:

-Vem ca, tenho um negocio para você.

Me aproximei, e em sua mão havia um prato de sopa que ainda fumaçava, ela passou por de baixo do portão e eu saboreei aquela sopa, e ela se foi, reparei que era uma moça nova, deveria ter seus 26 ou 30 anos de idade, voltei para meu lugar que ja estva molhado pela brisa da noite, então me pus de pé e fiquei ali, quando novamente escutei passos vindo da garagem, a moça se aproximou do portão da garagem e menos reservada do que alguns minutos atras encostou no carro me olhando-me com os cabelos despenteados e de pijama com um pequeno celular em mãos disse:

-Se eu telefonar para policia você fugira, se eu não ligar não vou conseguir dormir com você aqui passando frio...

_Me desculpe senhora, vou embora, a senhora ja foi muito legal me dando sopa.

-O problema não é você ir embora, o problema garoto é o frio que esta fazendo e São Paulo a noite é muito perigosa.

Ela fez o que eu desconfiei, abriu a porta e me pediu para entrar.

A casa simplismente era linda, havia um corredor enorme com carpete vermelho em seguida parecia ter uma sala com uma grande mesa de jantar, mais ao fundo algumas portas que pareciam ser quartos exritorios ou coisa assim, ficamos algum tempo na cozinha, enquanto ela me observava e perguntou-me:

-De onde você é?

-Do Rio de Janeiro senhora.

-Mais como você veio para aqui? Esta sozinho?

-Sim, vim com minha mãe mais fugi da casa de meu pai, ele me espancou ontem.

-Mais estas feridas não parecem de espacamento, o que foi isso em suas pernas?

-Eu cai de um caminhão que pegava carona de manhã.

A moça parecia muito comovida com minhas mentiras, não podia contar a verdade sobre pena de voltar para quele buraco de hospital e novamente ser amarrado.

-Sou Carina e você?

-Sou Francisco. Respondi

-Ok senhor Francisco você ira tomar um banho e comer mais alguma coisa se quiser, e amanhã preciso saber o que fazer com você.

Sorri e logo me mostrou o banheiro.

A noite pareceu pequena e logo o sol invadia a casa.

Levantei-me e fui até o quarto de Carina, ela ainda dormia, quando notei a porta da frente se abrindo, meu coração pulava dentro do peito, quando um homem alto e branco de palito me olhou, rapidamente puxou uma arma e gritou:

-Não se mecha seu pivete de merda!!!

Fiz o que qualquer um faria na quela situação

-Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, não me mate!!! Haaaaaaaaaaaaaaaaaa !!!

Carina despertou em meios ao gritos e se pos na minha frente gritando:

-Roberto abaixa esse coisa!!!Esta assustando o garoto!!!

-Quem é o pivete Carina?

Carina enraivecida caminhou ate ele com passos forte dizendo:

-Ele é meu pivete, esta na minha casa e você não pode sair apontando essas coisas para qualquer um.

Carina acenado com as mãos me chamou:

-Venha garoto, ele não vai te machucar.

Caminhei um tanto desconfiado, o homem de palito ainda sequer havia me olhado nos olhos, sua atenção era toda de Carina com ar de condenação por eu esta ali.

-Carlos, este é Francisco, um amigo meu que precisa de ajuda.

Pela primeira vez carlos olhou-me nos olhos e estendeu as mãos, notei em suas mãos uma pequena aliança no dedo direito, olhei para as mãos de Carina e não havia aliança, em seguida ela lhe puxou para um quarto, a conversa durou alguns minutos, em determinados momentos notei que eu não era o unico motivo da alterada conversa deles.

Minutos mais tarde Carina o expulsa de casa com um gesto sutil, cabeça abaixada e o braço apontado para rua.

Carina, vai até a sala e senta sobre o sofá bege, aproximei-me:

-Carina feliz natal.

Carina respondeu com sorriso luminoso:

-Para você também meu garoto, desculpe pelo Carlos ele achou que você fosse algum ladrão mirim...

Enquanto Carina falava, pensei em tudo que ela tinha feito por mim, e o remorço me abateu o coração:

-Carina quero dizer algo.

-Sim fale.

-Não cai de um caminhão, meu pai não nunca me espancou.

Carina não parecia surpreza com a minha verdade, o seu semblante parecia o mesmo.

-Então o que houve com você Francisco?

-Eu não sei, mais por mais que tente, não consigo agradar meus pais, somos tão distantes, e quando temos tempo juntos é para aturar um ao outro, eu tentei, mais não gosto mais deles, então fugi quando iamos fazer compras de natal, quando fugi fui atropelado por alguma coisa, depois fugi do hospital e acabei aqui.

Carina ainda não parecia surpreza, estava imovel, pensativa talvez, quando quebrou o silencio.

-Alguem neste momento deve estar preucupado com você, va para o carro e vamos vistar seus pais.

-Mais não quero voltar...

-Não disse que você tera que voltar agora, so que acho devemos pelo menos dizer que você esta bem e sobre meus cuidados, pegue a chaves do carro que esta sobre a mesa da cozinha...

Concordei, com a idéia, não me parecia tão mal, apesar das poucas horas com Carina já tinha me apegado a ela, e ela a mim.

O carro era bem diferente do papai, tinha ar condicionado, lugares para bebida e muitos paineis mostrando muitos numeros, fiquei muito impolgado dentro da quele carro, a viagem foi rápida periodo natalinos deixavam as ruas vazias, semafaros amarelos piscantes, e lojas fechadas, não parecia a grande São Paulo.

-Francisco, o que você quer? Carina me surpreendeu com a pergunta quando abastecia o carro no posto de gasolina.

-Preciso de ajuda.

-De que tipo de ajuda estamos falando?

-Ajuda aqui dentro. Bati as mãos no peito.

-Você quer dizer que existe algo no seu coração errado, e você quer minha ajuda.

-Sim, não sei Carina, eu tenho raiva deles, as cobranças e eles nunca estão comigo...sempre estou sozinho. Sentia as lagrimas encherem meus olhos então parei de falar.

Carina manteve a atenção voltada para mim, durante todo o trajeto, indiquei a rua exata e bruscamente puxei o freio de mão do carro.

-Você esta louco Francisco?

Não respondi.Ela insistiu.

-Francisco você não confia em mim.

Respondi que sim com a cabeça.

-Então solte o freio de mão lentamente, e deixe comigo.

Fiz o que ela pediu, soltei o freio de mão e ela acelerou mais 200 metros, e parou em frente a casa de papai, ela saiu do carro, e tocou a campainha, permaneci dentro do carro. Papai abriu a porta e carina puxou da bolsa uma carteira com um simbolo estrelado, e disse:

-Sou agente da Policia Federal, bom dia.

Papai estava com o rosto surpreso e logo se deu conta da minha presença dentro do carro.

-Meu Deus o que meu filho fez?

-Não é sobre o que seu filho fez, senhor...qual seu nome senhor.

-Jaime...

-Proseguindo senhor Jaime, seu filho não fez nada, e pelo visto o senhor não tem feito muito por ele...

-Olha senhora você não...

-Eu não acabei ainda senhor Jaime, achei seu filho no meio da rua, no frio e com fome, o garoto recebeu meu apoio até agora, a pergunta é o que fara por ele da qui por diante?

-Mais o que não tenho feito por ele? Ele tem tudo! Entre e veja, roupas, casa, brinquedos, videogames, escola particular, tudo que uma criança precisa ele tem!

-Ele tem o que seu dinheiro pode comprar senhor Jaime, mais não tem o que um pai pode lhe dar, o que toda criança precisa, você agride seu filho com palavras, não se cria so uma criança com brinquedos e comida, se da atenção, você tem uma criança com otimo potencial, agora onde esta o seu?

Papai, se calou por um momento e continuou :

-Não senhora policial, conheço meu filho, ele é rebelde, é respondão, é mal criado, ele é falço, por mais que eu faço e so quer saber da rua, coleguinhas que todos sabem que usam drogas, eu tenho desgosto do meu filho sim, não fui um bom pai até por que nunca fui pai, estou sendo agora e não sei como lidar com isso.

Carina entrou na casa de papai após seu discurso, eles ficaram la por uma hora, depois sairam em direção ao carro, Carina entrou no veiculo e papi veio ate minha direção e me disse:

-Filho vai com ela por um tempo, quando se sentir pronto a casa do pai esta aberta para você.

-Ta pai.

Carina ligou o carro e saiu em seguida não dando tempo para mais conversas.

-Seu pai esta muito magoado com você Francisco.

-Eu sei Carina, fiz muitas coisas erradas, eu sei que sou errado.

Carina parou o carro lentamente.

-Olhe nos meus olhos Francisco.

-Sim.

-Ninguem é errado, todos são vitimas, todos são herois, você so é um heroi entende isso?

-Não...

-Francisco, as pessoas são aquilo que vivem, na quilo que aprendem, se moldam de acordo com suas nessecidades, você é como a agua, e sua vida é como o copo, o que vou fazer é mudar somente o copo, o modo que você ve a vida...

-Como fara isso?

-Não se preucupe, temos alguns presentes para comprar agora, antes que todas as lojas fechem.

Passamos o resto do dia no shoping, Carina comprou muitas roupas, e para mim não foi diferente, tres tenis, dez camisas e sete calças, todas muito bonitas.

Na praça de alimentação perguntei enquando saboreava meu apetitoso sanduiche:

-Carina por que não me contou que era policial?

-Você fugiria.

-E quem é Roberto?

-Meu namorado, mais alguma pergunta menino curioso?

-Sim.

-Então pergunte.

-Por que ele tem aliança e você não?

Carina apertou minha bochecha e respondeu.

-Vamos dizer que ele já é casado.

-Isso não te encomoda?

-Não por que? Te incomoda?

-É extranho...

-Bom Francisco, você é muito garoto para este tipo de conversa...

-Não acho Carina, acho que isso te incomoda.

-Ja que você insiste, não sabia que ele era casado, até a tres meses atras, Roberto diz que me ama, e já brigamos e terminamos por isso.

-Mais você disse namorado, não ex namorado.

-Ainda gosto dele.

-Entendo...

-Não, não entende, e tambem não queira entender.

Chegamos em casa muito animados, eu preparava a mesa de natal e Carina arrumava a arvore, aos poucos o ambiente ficou totalmente natalino.Ceiamos e meia noite fomos até a sacada da casa com uma bela vista para São Paulo.

-Carina, tenho medo de lhe decpicionar.

-Não ira.

-Como sabe.

-Não faria isso, ou faria?

-Não, você é muito legal.

Carina sorriu debrusada no muro da sacada.

-Amanhã tenho compromissos, tera que ficar sozinho por algum tempo, acha que consegue?

-Sem problemas.

-Volto ainda pela manhã.

O resto da noite passamos assistindo televisão e logo dormi sobre o colo de Carina.

Despertei na cama de Carina, devia estar sonolento quando ele me levou até a cama, procurei carina na casa e o carro ja não estava mais na garage, havia três fitas em cima da mesa da sala, eu as peguei e levei até o escritorio onde havia uma televisão e um video cassete.

Apaguei as luzes e coloquei a primeira fita no aparelho e comecei a assisti.

As imagens começaram a surgir todo o perfil do corpo humano em seguida os orgãos iam aparecendo dentro do corpo humano de vermelho, até que surgiram veias peles e unhas e girava lentamente, em seguida aparecia o planeta e toda via lactea, depois, a o planeta terra, os continetes, frizavam bem a evolução do homem, os povos antigos, o cruscificamento de Jesus , cruzadas , e as duas primeiras guerras mostrando o avanso nazista e sua derrota, até a globalização e a evolução tecnologica da época atual. Todo aquele documentario foi muito informativo, então coloquei a segunda fita.

Na segunda fita havia cenas de muito fortes, guerras, explosoes atomicas, suicidios, esfaquiamentos, corpos esquartejados, e no final cenas que demostravam toda sorte de sentimentos ruins se encerrando com uma mulher com lagrimas nos olhos.

Resolvi então assistir a terceira fita, numeros e letras vagavam pela tela muito rapido, as unicas letras que notei foram a, g, r, y, (e) o.

Desliguei o equipamentos de video, e voltei para deixar a fitas onde encontrei chegando na sala, encontrei Carina na sala.

-Viu as fitas Francisco?

-Sim, as tres, me desculpe, mais fiquei curioso.

-Não, era para você mesmo, o que achou?

-São muitas coisas algumas incriveis outras muito tristes, estou muito confuso com tudo que vi.

-É o ser humano francisco, ele é isso, é o resultado de um ambinte e classes de cullturas que nos tornam assim, recebemos influencia de toda uma gama de fatores.

Agora podia claramente compreender o que Carina dizia.

-O que achou da terceira fita?

-Não entendi, muitas letras quase que não deu para identificar o que era.

-E qual foi as que você conseguiu ver?

-Foram as letras a, g ,r, y (e) o.

-Consegue criar algum nome com essas letras Francisco?

-Não consigo, estou cansado e com dor de cabeça.

-Va para me quarto, e descance, depois conversamos.

A caminho do quarto senti o corpo pesar e desabei sobre o chão da casa, inconciente.

Durante a inconceincia tive lapsos de imagens, sobre as cenas que assiti no video, e as letras que não compreendia formaram um mome , formaram Yargo.

Abri os olhos lentamente, havia uma senhora do meu lado, e um jovem rapaz sentado sobre o rack do quarto, levantei e Cariana avisada pela senhora veio me ver.

-Esta bem Francisco? Carina disse.

-Sim eu sei agora o que eram as letras.

-Que letras Francisco?

-As letras do video, formaram um nome.

-Qual o nome?

-Yargo.

O rapaz disse:

-Me chamou?

Olhei para o rapaz, e olhei para Carina.

-Carina quem é este?

-De quem você esta falando Francisco?

Olhei novamente para o rapaz assentado no rack, e disse:

-Nada, ainda estou confuso vendo coisas.

-Vamos para cozinha, Eliene prepare alguma coisa para o Francisco por favor.

Caminhei para cozinha sem olhar para traz, quando cheguei na cozinha, la estava o rapaz novamente encostado na porta que dava em direção a rua, ele não me olhava, e logo percebi que eu era o unico que notava sua presença.

Ele me incomodava paralisado ali, evitei olhar, não podia demostrar meu pavor para Carina iria achar que eu estava ficando louco, ou realmente estava louco. Sentia nessecidade de me afastar da quela criatura,quando me levantei e disse:

-Preciso respira Carina, preciso ficar um pouco so.

-Francisco você pode me contar o que esta acontecendo, acho normal você esta assim depois de ver a fita...

-Depois Carina, preciso ir para sacada.

e fui para sacada, chegando la, la estava ele novamente, resolvi não sair correndo como da ultima vez, quando ele disse:

-Esta com medo?

Olhei para a criatura vestida de impecavelmente de calça e camisa de linho preto.

-Quem é você?

-Sou você.

-Não, sua coisa, eu sou eu, você não pode ser eu, não, sou unico, me deixe em paz!

-Sou você em sua essencia, todo um grau de personalidade sofisticado, indepentende, visivel e projetado por voce mesmo.

-Seja la o que você queira de mim, saia agora!

Imediatamente a criatura lançou-se para tras em queda livre.Corri em direção a rua e não o via mais.

Desci novamente e me mantive por muito tempo sentado no sofa da sala colocando minhas idéias em ordem, quando cheguei a uma conclusão.

Fui ate Carina e a abracei, foi a primeira vez que me lembro de um abraço involuntario da minha parte.

-Carina preciso de agradecer por tudo, mais já é chagado a hora de ir, retornar para minha casa.

Carina ainda abraçado comigo parecia chorar:

-Certo iremos já.

Não sabia o que dizer, os olhos de Carina estavam muito vermelhos.

-Carina, posso te visitar de vez enquando?

-Sim, pode, venha os finais de semana.

Chegando em casa fui bem recpcionado pelo meu pai, Carina emocionalmente abalada estava com o semblante muito triste, meu pai mostrava grande consideração por ela.

Levei Carina até o carro:

-Carina você me foi como uma mãe.

Foi o suficiente para as lagrimas rolarem do rosto de Carina, abrecei bem forte, ela se ajoelhou dizendo:

-Se comporta viu meu pequeno menino, seja bonzinho viu.

-Farei o melhor de mim.

Retornei para casa e apenas pude escutar o ronco do motor agudo do carro de Carina sumindo lentamente.

Olhei para papai, perecia feliz, tambem estava, mais sem animo para comemorações.

Retornei para meu quarto, quando passei os olhos, estava uma bagunça, praticamente tudo estava sujo.

Lentamente comecei a organizar tudo, roupas limpas na gaveta, roupas sujas na maquina, os brinquedos coloquei em um saco, em pouco tempo todo quarto estava bem arrumado.

Então deitei na cama apos o serviço, papai entrou com meu lanvhe na mão e exclamou:

-O que deu em você? Quarto arrumadinho, parece que uns dias na rua deram jeito em você.

-Olhei para ele, e voltei minha atenção para a aranha que caminhava sobre o teto, ele se aproximou e me agarrou pelos braçõs e dizendo.

-Não me ignore seu moleque abusado!

Dando seguidos tapas em meu rosto, lançando me para tras da cama, levantei-me e deparei com a criatura vestida de linho preto:

-Não tenha medo, jamais lhe faria mal, preciso agir agora e não vai doer...

Mal acabou sua frase, ele invadiu meu corpo, senti frio na coluna e tonteiras.

-Posso sentir sua face ardendo. A voz parecia vir da minha cabeça.

-Normalmente quando se toma varios tapas na cara doi assim mesmo, mais afinal o que esta fazendo?

-Estou em você, faço parte de você, me deixe resolver este problema?

-Como fara isso?

-Você pergunta de mais, autorise agora!

-Estou ficando louco em concordar com isso, vai resolva.

Imediatamente senti um vazio enorme e clareza nos pensamentos, algo similar a um prazer interior me invadia, então pus me caminhar até meu pai, parei e fiquei observando, ele me olhou

Yargo
Enviado por Yargo em 18/07/2008
Código do texto: T1086948