Breve resenha do filme – A Guerra do Fogo
Embora o filme se concentre em torno da descoberta do fogo não se limita em apresentar enfaticamente somente esse aspecto. Nesse sentido é indubitável dizer, portanto, que é ele uma forma imprescindível de sugestão para uma possível análise da relação que se processa entre o ser e o meio.
Tratando-se, por sua natureza, de dois grupos hominídeos distintos, fica evidente que embora havendo um certo desenvolvimento mais avançado para o tratamento do fogo – pois um dos grupos citados dominava a técnica de o fazer e o outro (grupo) cultuava-o desencadeando um intenso conflito para a sua aquisição – não havia o que erroneamente se chama de superioridade cultural de um com relação ao outro.
O que havia de fato era, em absoluto, formas culturais diferentes num processo vivo de desenvolvimento. No que se refere à linguagem, por exemplo, é perfeitamente visível a emissão de gritos e grunhidos vocálicos tanto de um grupo quanto do outro, com maior destaque para o primeiro uma vez que usava uma articulação mais ostensiva. As construções de moradias e a manifestação de ritos podem seguir essa mesma evidenciação.
De qualquer forma, é a partir de um processo de desenvolvimento vocálico e gestual que começou a fortalecer uma comunicação mais plena em suas circunstâncias próprias no interior de cada grupo.
Outro aspecto no filme que deve ter um merecido destaque - e que para muitos serve de ponto de partida - é um sentimento amoroso e, sobretudo, o espanto presente na aquisição do saber.
O filme “A Guerra do Fogo” é, portanto, imprescindível para que possamos entender e a partir disso cogitar sobre as formas mais antigas de um processo evolutivo presente na história do ser humano.