Sangue Negro
Antes de mais nada, trata-se de um filme antológico. Um filme com uma bela fotografia, uma ótima trilha sonora e uma direção competentíssima, de Paul Thomas Anderson. Porém, essas virtudes são renegadas ao segundo plano, devido a atuação espetacular de Daniel Day-Lewis. Não houve premiação do Oscar mais merecida do que sua consagração como Melhor Ator, o que de fato ele é, sem sombra de dúvidas.
Lewis interpreta Daniel Plainview, que ao saber de uma pequena cidade no Oeste que está repleta de petróleo no seu solo, se dirige para lá, juntamente com seu filho H.W para tentar a sorte. Sua chegada muda completamente e definitivamente a rotina da cidade e de seus habitantes.
Daniel Plainview é um dos personagens mais complexos, difíceis e marcantes que eu já tive a oportunidade de presenciar nas telas, é a marca do filme, um símbolo da ambição e dos valores éticos e morais da nação norte-americana. Nenhum ator o incorporaria de forma mais completa do que Lewis. É um filme clássico feito no século XXI, essa é a definição que mais se aproxima da realidade. Uma aula de cinema e de atuação, um filme para marcar época.
A história em si não é muito atraente, o seu ritmo não é muito dinâmico, o que pode fazer o espectador mais desantento perder o fio da meada e achar o filme chato. Ele tenta prender o público através de climas tensos e através da construção dos personagens, que alcançam uma profundidade que não é comum nos filmes norte-americanos.
Sangue Negro se resume a um épico de um personagem, apenas. Um filme atual, que poderia ter sido feito no século passado, um ator que parece que não vive mais entre nós, um filme para fazer história, pra ver e rever quantas vezes for possível.
Nota: 8.0
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