IMAGENS DO ALÉM
Direção: Masayuki Ochiai
Elenco: Joshua Jackson, Rachel Taylor, James Kyson Lee.
Origem/Ano de produção: EUA/2008.
Duração: 85 min.
Já sabemos que a crise americana chegou com força total a Hollywood desde a última greve dos roteiristas, que durou meses, cancelou a festa do Globo de Ouro e obrigou os produtores a encerrarem várias séries antes do final da temporada. Mas o show não pode parar, e como fazer remake parece estar em voga, uniram o inútil ao desagradável e desenterraram um velho conhecido nosso, o tailandês "Espíritos - A morte está ao seu lado", de 2004, filme que chegou a alcançar razoável sucesso por aqui dois anos atrás, até mesmo por conta de algumas qualidades. Se você não teve a oportunidade de assistir ao original, pode ser uma boa pedida para um programa descompromissado numa tarde de domingo, mas se assistiu, pouco ou quase nada pode ser acrescentado, a não ser talvez a plasticidade da atriz Rachel Taylor em umas poucas cenas mais "desinibidas". De resto, "Imagens do além" apela para a já conhecida figura pálida e malvada do fantasma que marcou ponto em "O chamado" e "O grito". Não sei, deve ser um caso de lenda urbana recorrente ou imaginário coletivo dos orientais, mas volta e meia lá está ela, a assustar mocinhos e mocinhas indefesas.
Dessa vez, como na outra (Espíritos), casal americano em lua-de-mel atropela misteriosa mulher em estrada japonesa e à partir daí coisas muito estranhas começam a acontecer: as fotos que eles tiram aparecem manchadas, uma mão emerge misteriosamente do fundo de uma bacia de fluido fotográfico, a mulher tem visões da moça atropelada, os amigos do marido morrem misteriosamente e a balança parece quebrada quando ele precisa se pesar. Quando Jane (Rachel Taylor, de Transformers) começa a se aprofundar nas investigaçãoes, percebe que Ben, seu marido (Joshua Jackson, do seriado Dalson's Creek) sabe muito mais sobre a história do que revelou. E é então que o "fantasma" se revela como um segredo do passado, que pode não só destruir o casamento como também as vidas do fotógrafo e sua esposa.
Os atores até que são esforçados, o filme é realmente bem produzido, como qualquer produto de Hollywood, mas fica sempre aquela sensação de prato requentado. Os produtores, que já se especializaram em remakes orientais, lançaram mão de um diretor japonês nessa empreitada - tencionando, talvez, dar maior verossimilhança à história. Mas todo o tempo o filme permanece num incômodo meio-termo, à sombra do seu original tailandês. Dessa vez, eles não têm o trunfo da surpresa como em "O chamado" e "O grito", cujos originais só foram lançados no Brasil após o sucesso dos remakes (e mesmo assim apenas em vídeo), já que o pouco tempo decorrido desde a exibição de "Espíritos" deve atrapalhar a bilheteria brasileira. Se você for daqueles cinemaníacos fanáticos, pode arriscar uma ida ao cinema para fazer uma comparação entre as duas versões. Caso contrário, aguarde alguns meses para procurá-lo na sua locadora favorita.
COTAÇÃO: REGULAR
Resenha crítica publicada no site Cranik, do qual o autor é crítico de cinema. Para ver mais de 200 resenhas de filmes variados, acesse www.cranik.com