O pior vizinho do mundo

O que se pode observar no filme “O pior vizinho do mundo?” A força dos afetos. Nele, acompanhamos a trajetória de Otto, um homem amargurado, com dificuldade de lidar com o processo do luto. Entre inúmeras decepções e tentativas de suicidio, ele se depara com um casal de vizinhos que começam a fazer parte de sua vida, mesmo ele sendo contrário a isso. Então acompanhamos aos poucos a transformação do personagem principal, que mesmo não findando sua dor, começa a abrir espaço para as transformações que o amor (para além do romântico), traz. Quando finalmente consegue o que queria, Otto estava em paz: com os outros, consigo mesmo e com sua própria dor. Demonstrando assim que não importa o tamanho do sofrimento e da amargura, uma rede de apoio pode (e muito) ajudar a amenizar a dor emocional, que a vida é um eterno “rasgar-se e remendar-se” e que mesmo estando em pedaços, é possível reencontrar uma luz no fim do túnel, que muitas vezes advém da força que os bons afetos produzem em nós.

Instagram: freudianices