Os Vingadores da Marvel
Resenha do filme "Avengers" (Vingadores). Marvel e Paramount, EUA, 2012. Direção: Joss Whedon. Argumento: Zak Penn e Joss Whedon. Produção: Kevin Feige, Louis D'esposito, Patrick Witcher, Victoria Alonso, Jeremy Latcham, Alan Fine, Jon Favreau, Stan Lee. Fotografia: Scamus Mc Garvey. Música: Alan Silvestri. Com base na série em quadrinhos criada por Stan Lee e Jack Kirby.
Elenco:
Tony Stark (Homem de Ferro) - Robert Downey Jr.
Steve Rogers (Capitão América) - Chris Evans
Bruce Banner (Hulk) - Mark Ruffalo
Thor - Chris Hemsworth
Natasha Romanoff (Viúva Negra) - Scarlett Johansson
Clint Barton (Gavião Arqueiro) - Jeremy Renner
Loki - Tom Hiddleston
Phil Coulson - Clark Gregg
Maria Hill - Cobie Smulders
Erik Selvig - Stellan Skarsgard
Nick Fury - Samuel L. Jackson
Stan Lee - ponta como repórter
LIchkov - Jerzy Skolimowski
Os filmes de super-heróis são, por via de regra, deploráveis. Os roteiros são horríveis, confusos, maniqueistas. A violência é excessiva e inclui destruição de prédios, quarteirões, carros. Os enredos são forçados. "Avengers" não é uma exceção. Pelo contrário, é um dos piores.
A Marvel, junto com a Paramount, reuniu formando o grupo "Avengers" (Vingadores) os super-heróis que antes apareceram em suas origens: o Homem de Ferro, o Capitão América, Thor e Hulk (a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro eu nem conhecia). Falo dessa franquia pois o Hulk, por exemplo, na década de 70 já era visto em seriado de tv e antes em desenho animado. Temos uma tal de SHIELDS, uma agência de espionagem a serviço de um fictício "Conselho de Segurança Mundial". É curiosa a ausência do governo norte-americano numa emergência como a que se apresenta.
Loki, irmão de Thor, do planeta Asgard, vem à Terra para tentar se apossar do cetro "Tesseract", capaz de fornecer um poder imenso a quem o usar. Isso é um clichê usado em muitas histórias. E Loki chama por um portal os "chitauri", alienígenas sinistros que pretendem nos conquistar, e eles chegam só destruindo (Nova York vira uma Tóquio atacada por Godzilla...), sem nem fazer ultimato.
O ataque a Nova York é um festival de devastação sem fim, prédios derrubados, quarteirões em ruínas. E praticamente só os Vingadores enfrentando a barra.
É um argumento estupido, primário. Invasões alienígenas brutais são coisa batida, um tema muito esgotado, e Hollywood continua batendo nessa tecla.
O Thor é uma figura mitológica. Quando uma personagem diz que eles (Thor e Loki) são basicamente deuses, o Capitão América faz a declaração mais aproveitável do filme: "Só existe um Deus e eu sei que Ele não se veste assim". De resto, os diálogos são péssimos.
Samuel L. Jackson faz o Fury, diretor da SHIELDS e que reúne os Vingadores para enfrentar a ameaça de Loki. Aí temos as briguinhas envolvendo Tony Stark (Homem de Ferro), o Capitão América, Thor e Bruce Banner (Hulk). Quanto às cenas de combate e destruição em Nova York, chegam a enjoar.
"Avengers" é mais um exemplo da paranoia hollywoodiana. É tão inconsequente que no fim aparece gente querendo responsabilizar os Vingadores pela destruição, mas e as mortes, que devem ter sido milhares? Ninguém fala nisso.
O excesso de efeitos especiais não tem muito a ver com arte e inteligência. Não é esse fator que faz uma película boa, se faltarem história e mensagem. E com franqueza, "Avengers" é cinema-lixo.
Rio de Janeiro, 15 a 20 de outubro de 2024.