Carlitos presidiário
Resenha do filme "The adventurer" (O aventureiro). Mutual Film, EUA, 1917, preto e branco, 19 minutos. Produção: Charles Chaplin e Henry P. Caulfield. Direção: Charles Chaplin. Roteiro; Charles Chaplin, Vincent Bryan e Maverick Terrell. Com Charles Chaplin (o foragido), Edna Purviance (a garota), Eric Campbell (o pretemdente), Henry Bergman (o pai) e Albert Austin (o mordomo).
Produção da fase Mutual, "The adventurer", comhecida no Brasil como "Carlitos presidiário", mostra Chaplin com uniforme de presídio e fugindo da polícia. O que ele fez não sabemos, mas creio que Chaplin nunca foi muito favorável aos policiais nos seus filmes, já que o personagem clássico do Vagabundo, com suas variantes (como esse fugitivo), é um pária da sociedade.
A sequência da fuga é uma exibição da agilidade chapliniana, pois o comediante era exímio em driblar perseguidores. Essa característica aparece em diversas películas.
Todavia diversas comédias mais antigas de Chaplin carregam muito no pastelão, no comportamento brusco dos personagens e não atingem o nível de crítica social mais tarde aperfeicoado pelo cineasta que por sinal era pau para toda obra. Aqui ele produz, dirige, é co-roteirista além de ator principal. Mais tarde faria também músicas.
O fato é que, em sua fuga, ele acaba salvamdo uma garota rica (Edna Purviance, muito frequente nas fitas chaplinianas das décadas de 1910 e 1920) de morrer afogada e é bem recebido na casa de praia da família, menos pelo pretendemte da moça, um grandalhão ciumento (Eric Campbell, típico vilão chapliniano, infelizmente morreu naquele mesmo ano, em acidente automobilístico). Este descobriu que o hóspede é um foragido da polícia e fará tudo para que ele seja preso. Mais perseguições, e o filme termina abruptamente.
No salvamento, por estar na água, o fugitivo perdeu as roupas de cima, por isso não foi reconhecido como presidiário. De qualquer forma é mais um dos amores impossíveis que o personagem Carlitos acumula em suas aparições.
Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2024.