"Lorenzo", do baú de Walt Disney

 

Resenha da animação de curta-metragem "Lorenzo". Walt Disney Feature, EUA, 2004. Produção Executiva: Roy Edward Disney e Don Hahn. Direção e roteiro: Mike Gabriel. Argumento de Mike Gabriel e Joe Grant. Ideia original de Joe Grant. Projeto deixado por Walt Disney. Produção: Baker Bloodworth. Música: Juan José Mosalinie e Orquestra Grande Tango. Projeção: 5 minutos.

 

"Lorenzo" vem do baú de Walt Disney. O que eu chamo de "baú de Walt Disney" é toda a parte de sua obra apenas iniciada ou projetada quando da morte do cineasta em 15/12/1966, com apenas 65 anos (e todos nós esperávamos que ele vivesse bem mais).

Walt foi um produtor cinematográfico fantástico, um criador de primeira. Ao morrer havia diversos projetos em produção e um número maior arquivados. Talvez nunca tenha sido feito o inventário completo.

Joe Grant (1908-2005), um dos seus grandes animadores, é o autor da ideia original e começou a trabalhar nela em 1949. Mas naquela época Walt Disney estava seguindo com muitos projetos: os novos filmes de todo em imagem real (a partir de "A ilha do tesouro", 1950), os documentários naturais iniciados com "A ilha das focas" em 1947, os planos para a Disneylândia e para as séries de tv, além dos desenhos longos, curtos e médios, era muita coisa. Uma parte tinha que ser arquivada até segunda ordem.

"Lorenzo" afinal recebeu a finalização em 2004, tendo o sobrinho de Walt, Roy Edward Disney, como um dos produtores.

A história é simples e tétrica, um pequeno filme de terror com uma lição de moral: não seja arrogante, não faça pouco dos mais pobres.

Lorenzo é um gato gordo, preguiçoso, guloso, que gosta de ficar da janela zombando dos gatos vadios e famintos que o ficam espiando comer e imploram inutilmente por comida. Até o dia em que apareceu um gato preto estranho, de aparência demoníaca, mas de rabo cortado. Lorenzo exibe orgulhosamente o seu rabo imenso e felpudo, para zoar do outro. Mas o gato preto, um bruxo felino, lança contra ele um encanto. A cauda de Lorenzo ganha vida própria e começa a fazer das suas, seguindo-se uma série de encrencas e o pobre Lorenzo buscando um meio de se livrar do próprio rabo. Um castigo merecido. Bem, não vou contar o final.

 

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2024.

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