O GANHADOR do OSCAR 2024: OPPENHEIMER. Foi merecido?
O pedantismo do cinema de Nolan já é conhecido, abordando temas complexos como viagem no tempo em "Interestelar", ficção científica de invasão de sonhos em "A Origem", e narrativas não-lineares em "Amnésia". Mas o ápice de sua soberba é fazer um filme de mais de 3 horas sobre um personagem um tanto quanto insosso e desinteressante, cujo único mérito foi produzir uma bomba atômica que matou milhares de pessoas.
Um filme para ter essa duração só é aceitável se tiver a qualidade de um "O Poderoso Chefão", "Apocalipse Now" ou "O Leopardo". A verdade é que, se não fosse pelo excesso de enrolação, ele caberia no máximo em 1 hora e 40 minutos. Em apenas 50 minutos de filme, já elaborei minhas opiniões que deram origem à essa resenha.
E essa produção ganhou o Oscar de melhor filme, melhor direção e melhor ator. E ainda ganharia mais 4 estatuetas, nas categorias de ator coadjuvante, edição de filme, fotografia e trilha sonora.
Não me surpreende, pois essa premiação parece ser uma espécie de convenção da ONU, na qual se premiam os personagens e histórias redentoras, em vez de realmente os melhores filmes.
E a história de Oppenheimer tem todos os elementos que o Oscar gosta, uma premiação que se tornou americanófila, por mostrar um personagem americano e os EUA no auge de sua glória armamentista ao superar nazistas e comunistas na produção da arma mais letal da história da humanidade, a bomba atômica.
O filme é de uma soberba e presunção enormes, onde todos os personagens são geniais, com diálogos complexos que soam totalmente antinaturais. Por que todas as frases deles precisam ser impactantes, pretensiosas e afetadas? Parece que os atores que estavam interpretando os personagens não tinham a menor ideia do significado das falas que estavam reproduzindo, e falavam seus diálogos sem ter a mínima noção do que queriam dizer.
Não achei nada de excepcional nas atuações de Cillian Murphy e na direção de Nolan, que rendeu o Oscar. Para falar que não falei das flores, a atuação de Robert Downey Jr. interpretando o chefe da Comissão de Energia Atômica, Lewis Strass, é digna de nota e mereceu vencer o Oscar de melhor ator coadjuvante.
Logo nos primeiros 9 minutos, há uma cena pitoresca e irreal, onde Oppenheimer envenena a maçã de seu professor e no outro dia a maçã continua no mesmo local. Mas durante a noite, Oppenheimer se arrepende e, no dia seguinte, vai ver o que aconteceu. Para sua surpresa, a maçã continua intacta, mas quem está prestes a dar uma mordida é seu grande ídolo, Niels Bohr, e ele intervém no último instante.
No geral, é um melodrama barato (não em orçamento) e irreal, apesar de ser baseado numa história verdadeira. Pra mim, o merecedor da estatueta de melhor filme foi Anatomia de uma Queda, filme sobejamente superior a esse monótono Oppenheimer.